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30/06/2008 - 18h41

Justiça aceita denúncia contra 11 militares que entregaram jovens a traficantes

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Colaboração para a Folha Online, no Rio

A Justiça Federal do Rio aceitou nesta segunda-feira denúncia contra os 11 militares acusados de entregar três jovens do morro da Providência (centro do Rio) a traficantes do morro da Mineira. Ainda esta semana, os militares terão que depor à Justiça sobre o caso.

Os 11 militares faziam parte da tropa do Exército que ocupava o morro da Providência para fazer segurança das obras do projeto Cimento Social, do governo federal. Eles foram presos no último dia 15 e, segundo a polícia, confessaram ter levado, no dia anterior, três jovens detidos no alto da favela a traficantes do morro da Mineira, rivais aos da Providência.

O juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcello Granado, aceitou a denúncia feita na tarde desta segunda-feira pelo Ministério Público Federal do Rio contra os 11 militares por três homicídios triplamente qualificados --motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas-- contra os jovens da Providência. Eles já tiveram prisão preventiva decretada.

Na denúncia, o Ministério Público Federal pediu ainda a Granado a quebra dos sigilos telefônicos dos denunciados, para apurar se houve contato entre os militares e os traficantes do morro da Mineira antes da entrega dos três jovens. Isso porque, segundo a denúncia, os 11 militares entraram em zona hostil de forma amistosa, tendo conversado tranqüilamente com um integrante da facção antes de entregarem as vítimas.

A Justiça Federal não informou se o juiz Marcello Granado vai acatar o pedido. A íntegra da decisão do juiz ainda não foi divulgada.

Os 11 militares denunciados serão ouvidos nas próximas quinta-feira (3) e sexta-feira (4). No primeiro dia, a Justiça vai interrogar Vinícius Ghidetti --apontado como o mandante da entrega dos jovens aos traficantes--, Leandro Maia Bueno, José Ricardo Rodrigues de Araújo, Bruno Eduardo de Fátima, Renato de Oliveira Alves e Julio Almeida Ré. Já na sexta-feira, prestarão depoimentos Rafael Cunha da Costa Sá, Sidney de Oliveira Barros, Fabiano Eloi dos Santos, Samuel de Souza Oliveira e Eduardo Pereira de Oliveira.

Crise

No último dia 14, Wellington Gonzaga Ferreira, 19, David Wilson da Silva, 24, e Marcos Paulo Campos, 17, foram detidos pelos 11 militares no alto do morro da Providência por desacato e entregues a traficantes do morro da Mineira (centro do Rio), ligados à facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos), rival ao CV (Comando Vermelho), que controla o tráfico na Providência.
Os militares levaram os jovens para o quartel do Exército próximo à Providência, mas o capitão Leandro Ferrari, que comandava o quartel no momento, ordenou que os rapazes fossem liberados. No entanto, o tenente Ghidetti, que havia levado os jovens ao quartel, desobedeceu a ordem e, com outros dez militares, entregou aos traficantes da Mineira os rapazes. Os três apareceram mortos no dia seguinte em um aterro sanitário.

O caso abriu uma crise sobre a presença do Exército na comunidade. Na semana passada, a Justiça Federal determinou a retirada dos militares do morro. O governo federal recorreu e conseguiu que a Justiça mantivesse as tropas, mas somente na rua onde as obras ocorrem. Na terça-feira (24), porém, a Justiça Eleitoral determinou a paralisação das obras, alegando caráter eleitoral no projeto, e, com isso, o ministro Nelson Jobim (Defesa) anunciou que o Exército deixaria totalmente o morro.

Traficantes do morro da Mineira suspeitos de terem matado os três jovens ainda não foram presos.

Comentários dos leitores
o que que nós contribuintes que trabalhamos 5 meses para pagar impostos mais um dia de contribuiçao sindical imposta, temos a ver com erros de policia,não basta o ziraldo e outros ganharem mais de 100 milhoes por serem perseguidos politicos,eu não lembro disto na epoca eles não saiam da praia de copacabana 2 opiniões
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antonio kalil (1) 15/08/2008 09h35
antonio kalil (1) 15/08/2008 09h35
Sr Joel Cajazeira...tal comentário mostra que o sr. faz questão de representar bem seu sobrenome, pelo menos pela série Bem Amado..das irmãs cajazeiras, que eram hilárias, tal qual seu comentário. Qual crime cometeu o representante do Exército? Todos que possamos imaginar. Desde uma detenção arbitrária, que fizeram. Julgar-se autoridade acima do bem e do mal,pois sentiram-se ofendidos e tinham que dar um castigo nos jovens. Julgamento sumário de que eram bandidos e tinham que ser entregues a algozes ( estes sim bandidos declarados ) para serem executados. Ou será que ele ( tenente ) achou que os carrascos iriam levar os jovens apenas para um passeio. Ligação suspeita dos militares com este bando ( que dizem ser de traficantes ), que parecem manter política da boa vizinhança entre si..... Portanto, motivos não faltam para que um juiz os condene demodo exemplar, para expurgar estas atitudes de nossa sociedade.E que a Aman possa se refazer da vergonha em que foi exposta, por preparar OFICIAIS com este pensamento do tenente que comandou esta operação. E quanto a ensinar táticas de guerra aos bandidos, pela amizade mantida. ele já deveria estar fazendo, pela tranqüilidade em que se moveram pelo morro. Lamentável seu comentário sr Joel. A JUSTIÇA não pode ver quem cometeu o crime, mas sim julgar corretamente quem o praticou. 7 opiniões
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richardson leao (28) 15/08/2008 06h56
richardson leao (28) 15/08/2008 06h56
Isso o exercito brasileiro faz bem... suportou e cometeu tortura no passado e suporta e comete tortura no presente... 4 opiniões
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