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04/07/2008 - 19h21

Para MPF, militares que entregaram jovens a rivais devem ter julgamentos separados

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LUISA BELCHIOR
Colaboração para a Folha Online

Para o MPF (Ministério Público Federal), cada um dos 11 militares acusados de ter entregado jovens do morro da Providência a traficantes do morro da Mineira tem diferentes participações e responsabilidades no caso. A interpretação pode levar a julgamentos distintos para cada um dos militares. Até agora, todos são acusado de homicídio triplamente qualificado.

Seis dos onze militares já depuseram à Justiça nesta sexta-feira e ontem. Os depoimentos prestados até agora mostram, no entendimento do MPF, uma "clara hierarquia diferenciada" entre os acusados.

"Tem um tenente [Vinícius Ghidetti], tem aquele que negociou com os traficantes, têm aqueles que serviram de escolta e têm ainda os que ficaram na guarda. Então temos uma hierarquia muito diferenciada entre os denunciados", disse a procuradora Patrícia Nuñez, que participa dos depoimentos.

A procuradora afirmou nesta sexta-feira ser possível que alguns dos acusados não tenham falado a verdade no depoimento. "Sabemos que as pessoas podem mentir em juízo e fazer choro falso, como ocorreu". A procuradora se refere ao depoimento do tenente Ghidetti, que chorou ontem ao falar da família.

O soldado Júlio Almeida Ré e o sargento Renato Oliveira Alves, que já depuseram nesta sexta, alegaram que estavam apenas cumprindo ordens de garantir a segurança do grupo de militares que levou os jovens aos traficantes do morro da Mineira. Nuñez disse que ainda não é possível determinar quais dos militares serão acusados por homicídio doloso --com intenção.

Outros cinco militares ainda devem prestar depoimento ao juiz Marcello Granado, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, nesta sexta-feira.

Ameaças

O sargento Renato Alves afirmou durante seu depoimento que o tenente Vinícius Ghidetti reclamou de ameaças que vêm sendo feitas a sua família desde o crime. Mais cedo, no início do depoimento, Alves disse ainda ter recebido a informação de que traficantes do Comando Vermelho --facção criminosa que controla o morro da Providência-- estão oferecendo R$ 10 mil reais pela morte de cada um dos 11 militares.

Segundo o sargento, o tenente contou aos demais militares que seis homens foram a sua casa a cerca de duas semanas e disseram a sua família que estavam atrás do tenente. "Ele contou isso para a gente e perguntou se nossas famílias moravam preto. Falou que lamentava ter colocado a gente naquela situação."

O tenente, segundo Alves, mostrou-se arrependido e pediu perdão diversas vezes aos demais militares no presídio do 1º batalhão de polícia do exército, na Tijuca, zona norte do Rio, onde os 11 estão presos desde o último dia 15.

Comentários dos leitores
o que que nós contribuintes que trabalhamos 5 meses para pagar impostos mais um dia de contribuiçao sindical imposta, temos a ver com erros de policia,não basta o ziraldo e outros ganharem mais de 100 milhoes por serem perseguidos politicos,eu não lembro disto na epoca eles não saiam da praia de copacabana 2 opiniões
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antonio kalil (1) 15/08/2008 09h35
antonio kalil (1) 15/08/2008 09h35
Sr Joel Cajazeira...tal comentário mostra que o sr. faz questão de representar bem seu sobrenome, pelo menos pela série Bem Amado..das irmãs cajazeiras, que eram hilárias, tal qual seu comentário. Qual crime cometeu o representante do Exército? Todos que possamos imaginar. Desde uma detenção arbitrária, que fizeram. Julgar-se autoridade acima do bem e do mal,pois sentiram-se ofendidos e tinham que dar um castigo nos jovens. Julgamento sumário de que eram bandidos e tinham que ser entregues a algozes ( estes sim bandidos declarados ) para serem executados. Ou será que ele ( tenente ) achou que os carrascos iriam levar os jovens apenas para um passeio. Ligação suspeita dos militares com este bando ( que dizem ser de traficantes ), que parecem manter política da boa vizinhança entre si..... Portanto, motivos não faltam para que um juiz os condene demodo exemplar, para expurgar estas atitudes de nossa sociedade.E que a Aman possa se refazer da vergonha em que foi exposta, por preparar OFICIAIS com este pensamento do tenente que comandou esta operação. E quanto a ensinar táticas de guerra aos bandidos, pela amizade mantida. ele já deveria estar fazendo, pela tranqüilidade em que se moveram pelo morro. Lamentável seu comentário sr Joel. A JUSTIÇA não pode ver quem cometeu o crime, mas sim julgar corretamente quem o praticou. 7 opiniões
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richardson leao (28) 15/08/2008 06h56
richardson leao (28) 15/08/2008 06h56
Isso o exercito brasileiro faz bem... suportou e cometeu tortura no passado e suporta e comete tortura no presente... 4 opiniões
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