Publicidade
Publicidade
Carro onde estava João Roberto recebeu ao menos 17 tiros
Publicidade
LUISA BELCHIOR
Colaboração para a Folha Online, no Rio
A Palio Weekend dirigida por Alessandra Amorim, mãe de João Roberto, 3, morto após ser baleado durante suposta perseguição policial na Tijuca (zona norte do Rio) no domingo (6), recebeu ao menos 17 tiros.
A informação é do laudo preliminar da perícia do carro e deverá constar no inquérito que a Polícia Civil entrega nesta quinta-feira a respeito do caso.
O inquérito presidido pelo delegado Walter de Oliveira, titular da 19ª Delegacia de Polícia (Tijuca), deverá esclarecer se os tiros que mataram o garoto partiram dos policiais que faziam a perseguição ou de supostos criminosos, como alegaram os policiais em depoimento à Polícia Civil.
A Justiça do Rio decretou na quarta-feira (9) a prisão temporária dos dois policiais envolvidos. Os pais do garoto criticaram a ação dos PMs.
João Roberto foi baleado quando estava dentro do carro da mãe, na rua General Espírito Santo Cardoso, na Tijuca (zona norte). Após ser ultrapassada pelo Fiat Stilo utilizado pelos supostos assaltantes, a mãe do menino havia encostado o carro para dar passagem aos dois policiais. Entretanto os policiais confundiram o veículo dela com o dos supostos criminosos, segundo o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame.
Policiais
Oliveira disse ter ouvido de testemunhas que os tiros partiram mesmo dos policiais. Uma das pessoas que depuseram, contudo, afirmou ter visto tiroteio, mas disse não ter certeza que a troca de tiros chegou até o trecho onde estava o carro da mãe de João Roberto. Em depoimento prestado na noite do crime, os policiais negaram ter disparado contra o veículo onde estava a criança e sustentaram a versão de que havia tiroteio no momento, segundo o delegado.
Os indícios de que os tiros partiram dos policiais, no entanto, se fortaleceram com imagens do circuito interno de um prédio na rua onde o caso aconteceu, para o delegado. As imagens mostram, segundo ele, que não havia tiroteio no momento em que o menino foi atingido.
Com a gravação, e mesmo sem concluir as investigações, o delegado pediu, na terça-feira (8), a prisão dos dois policiais --o cabo William de Paula e o soldado Elias Gonçalvez da Costa Neto. A prisão foi decretada na madrugada de ontem pelo juiz Ricardo Rocha, do plantão judiciário do Rio, e os policiais foram transferidos do 6º Batalhão de Polícia Militar (Tijuca), onde estavam desde domingo (6), para o batalhão prisional da PM, em São Cristóvão.
Ao comentar o caso, na noite de terça-feira, o governador Sérgio Cabral (PMDB) afirmou que os dois policiais seriam expulsos da Polícia Militar. Mas a assessoria de imprensa da PM informou que os dois continuam na corporação e só poderão ser expulsos após a conclusão da investigação própria da PM sobre o caso.
Leia mais
- Pais de menino de 3 anos morto por PMs do Rio criticam ação da polícia
- Justiça decreta prisão temporária de PMs envolvidos em morte de menino no Rio
- Cerca de 300 participam de enterro de menino baleado por PMs no Rio
- Câmeras registram ação da PMs que matou criança de 3 anos no Rio
- Delegado pede prisão de policiais que atiraram contra menino no Rio
- Menino morto em ação da polícia no Rio será enterrado hoje; família doou órgãos
- Morre menino metralhado em ação policial no Rio
- Beltrame admite que ação da PM que terminou com menino baleado foi desastrosa
Livraria da Folha
- Livro mostra como a violência urbana no Brasil afeta seu dia-a-dia e aponta soluções
- Livros mostram como educar filhos e manter crianças e adolescentes fora de perigo
- Criminalista retrata prisões brasileiras e aponta desinteresse político; leia capítulo
- Livro que originou "Tropa de Elite" retrata a guerra urbana no Rio de Janeiro
- Saiba como a organização criminosa Comando Vermelho tomou conta dos morros do Rio
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice
avalie fechar
avalie fechar
avalie fechar