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02/01/2002 - 17h47

Cardiologistas vêem duas possibilidades para a morte de Dutra Pinto

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FÁBIO PORTELA
da Folha Online

Cardiologistas afirmam que há duas hipóteses para a morte do sequestrador Fernando Dutra Pinto Pinto, ocorrida na tarde de hoje.

1) o rapaz poderia sofrer de uma doença estrutural do coração, como uma má formação, e nunca soube do problema;

2) a morte pode ter sido provocada por agentes externos, como drogas (overdose) ou alguma substância injetada (envenenamento).

"Não é comum que um rapaz de 22 anos que nunca teve problemas do coração sofra uma parada cardíaca. É muito estranho", diz o cardiologista Edson Stefanini, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

O chefe da disciplina de cardiologia da Unifesp, Amato de Paula, concorda com a análise. Ele afirma ainda que a parada cardíaca, nesse caso, dificilmente estará ligada a causas coronarianas (entupimento de artérias, por exemplo) porque Dutra Pinto era muito jovem para isso.

"Se você me apresentar o caso de um paciente de 50 anos e diabético que sofreu parada cardíaca, haverá muitas chances de a causa da morte estar ligada a um enfarto, mas nesse caso, provavelmente há outras explicações", explica De Paula.

Outra possibilidade levantada pelos médicos é que Dutra Pinto tenha morrido em decorrência de uma severa crise de bronquite. Há informações de que ele vinha recebendo medicação na cadeia para combater essa doença. Além disso, o sequestrador estaria com pneumonia.

"Uma crise muito aguda de bronquite, associada à pneumonia, pode levar um paciente à morte por redução da oxigenação do corpo", diz Stefanini. O médico, no entanto, ressalta que a crise só provocaria a morte se houvesse muita demora em socorrer o paciente.

Laudo do IML
Como Fernando Dutra Pinto já chegou morto ao pronto-socorro municipal do Tatuapé, nenhum médico poderá expedir o atestado de óbito. Nesses casos, o laudo deve ser emitido pelo IML (Instituto Médico Legal) após a realização de necropsia.

"Sempre que morre repentinamente uma pessoa de 22 anos, principalmente um presidiário envolvido em um caso de grande repercussão, a morte acaba levando a uma investigação mais profunda. Médico nenhum vai dar um atestado de óbito: vai mandar para o IML, obrigatoriamente", diz Stefanini.

De Paula diz que somente o exame no cadáver poderá explicar a causa da morte. Será possível detectar, primeiramente, se a causa da parada cardíaca foi um problema no coração.

Caso essa possibilidade seja descartada, aí sim os médicos legistas passarão a investigar outras hipóteses, como o envenenamento ou mesmo a dificuldade respiratória.

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