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03/01/2002 - 22h07

Morte de Dutra Pinto foi queima de arquivo, diz secretária da Justiça

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ROBERTO COSSO
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A secretária nacional de Justiça, Elizabeth Sussekind, diz acreditar que Fernando Dutra Pinto foi assassinado, em meio a uma operação de queima de arquivo.

"Ele foi a única testemunha de um episódio mal desvendado", disse Elizabeth, em referência à suposta troca de tiros entre policiais e o sequestrador de Patrícia Abravanel, em um flat em Barueri (região metropolitana de São Paulo), que resultou na morte de dois policiais.

"Os dois policias estavam extra-oficialmente no flat, sem que se soubesse o que eles faziam lá. A perícia feita no local foi contraditada pelo depoimento do policial sobrevivente. O Fernando mudou o depoimento dele _primeiro disse que não havia matado os policiais e depois confessou as mortes. Ele guardava a informação sobre o que realmente havia ocorrido no flat e, por isso, se tornou um arquivo."

Elizabeth, porém, não afirma que os policiais envolvidos no episódio do flat sejam suspeitos da morte do sequestrador. "Não posso afirmar uma coisa que não tenho condições de sustentar. Mas posso dizer que havia interesse que Fernando permanecesse calado", disse a secretária.

Ela compara a morte de Dutra Pinto com os assassinatos de Sandro do Nascimento, em 12 de janeiro de 2000, e de Leonardo Pareja, em 9 de dezembro de 1996. Nascimento sequestrou um ônibus no Rio e morreu no carro da polícia, a caminho do hospital. Pareja foi morto na cadeia, depois de liderar uma das maiores rebeliões do Estado de Goiás.

"Em todos os casos, o Estado não conseguiu garantir a integridade física e a vida dos presos. Sandro foi morto por vingança. A morte de Pareja foi uma maneira de tirar de circulação alguém que criava problemas para eles. Esse caso é diferente, porque a pessoa morta tinha informações."

Elizabeth disse confiar no secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Nagashi Furokawa. "Ele ficou tão surpreso quanto eu com o ocorrido. Tenho certeza de que ele vai levar a sério a sindicância instaurada para apurar o caso. Será uma sindicância independente e eu acredito que chegará a uma conclusão."

Ela disse que a polícia de São Paulo, "como todas as polícias", tem uma parte comprometida, uma parte corporativa e uma parte séria. "Acho que pode haver uma apuração séria."

A secretária afirmou que o Ministério da Justiça não tem atribuição para intervir no caso e que não cogitou a possibilidade de a Polícia Federal participar das investigações.

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