Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
07/01/2002 - 05h28

Presos prometem greve de fome contra desativação do Carandiru

Publicidade

do "Agora"

Cerca de cem detentos do COC (Centro de Observação Criminológica), no complexo do Carandiru, em São Paulo, devem protestar hoje contra a desativação da unidade, que abriga criminosos ameaçados de morte pelos colegas e que correriam risco se misturados aos demais presos.

Os presidiários do pavilhão 1 do COC anunciaram, por meio de carta, que farão um protesto pacífico, recusando-se a trabalhar nas oficinas da prisão e a comer. Parentes deles programaram uma manifestação na porta do presídio, hoje de manhã.

O movimento começou por causa de uma decisão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que determinou a extinção do COC por meio do decreto nº 46.483, publicado na última quinta-feira no "Diário Oficial".

O COC faz parte do Complexo do Carandiru, na zona norte da capital, e está dentro da área onde o governo estadual pretende construir um parque, após a desativação da Casa de Detenção.

Em carta dirigida às autoridades, os presos dizem temer que, com a extinção da unidade, tenham o mesmo destino de detentos de Rondônia -na semana passada, 29 deles que haviam sido transferidos do "seguro" foram mortos durante rebelião no presídio Urso Branco.

O COC reúne cerca de 250 presos ameaçados de morte, entre eles, o estudante de medicina Mateus da Costa Meira, que metralhou três pessoas num cinema do Shopping Morumbi, na capital.

O sequestrador de Silvio Santos, Fernando Dutra Pinto, já esteve detido no COC.

Originalmente, quando foi criado na década de 80, o COC deveria servir para a triagem dos presos que entrariam no sistema carcerário de São Paulo. Nesse local, eles seriam avaliados, segundo o crime que cometeram e perfil psicológico, entre outros fatores, para a definição do tipo mais apropriado de presídio para eles.

Ontem, a Folha não conseguiu falar com a Secretaria da Administração Penitenciária sobre a desativação da unidade e quais medidas de proteção serão tomadas para os presos.

Em carta distribuída por familiares, os presos dizem que seus parentes irão entregar hoje um manifesto para o secretário Nagashi Furukawa e para o juiz-corregedor Octávio Augusto Machado de Barros Filho.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página