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20/01/2002 - 13h34

Prefeito de Santo André é o 2º do PT a ser morto em 5 meses

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da Folha Online
da Folha de S.Paulo

O prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), encontrado morto hoje em Juquitiba (Grande SP), é o segundo prefeito do partido a ser assassinado nos últimos cinco meses.

Prefeitos e líderes petistas do Estado de São Paulo têm sido vítimas, desde o ano passado, de ameaças e atentados.

No dia 15 de fevereiro do ano passado, o secretário da Saúde da Prefeitura de São Paulo, Eduardo Jorge, foi vítima de um sequestro-relâmpago.

Em 10 de setembro de 2001, o então prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, foi assassinado, por volta das 22h, quando duas pessoas em uma moto, de acordo com testemunhas locais, abordaram o prefeito e dispararam três tiros de pistola automática 9 mm. Um deles entrou pelo ombro esquerdo do prefeito, rompeu a artéria aorta e saiu pelas costas. Os outros disparos acertaram o carro, sendo um tiro na lataria e outro no vidro traseiro.

Em pouco mais de quatro meses de investigação sobre o caso, a polícia ainda não tem pistas concretas sobre a autoria do crime.

No dia 5 de novembro, o carro do vereador petista Fausto Figueira de Mello Júnior, de Santos, foi atingido por quatro disparos.

Seis dias depois, o prefeito de Ribeirão Corrente, Aírton Luiz Montagner, teve sua fazenda invadida por encapuzados. Avisado pelo celular, ele acionou a polícia.

Em 27 de novembro, o prefeito de Catanduva, Félix Sahão, e o vereador e líder de governo na Câmara Municipal, Marcos Crippa, receberam cartas assinadas do grupo com ameaças de morte.

Um dia depois, o prefeito de Embu, Geraldo Cruz, e seu secretário de Governo, Paulo Giannini, tiveram suas casas parcialmente destruídas por bombas de fabricação caseira. Cruz sofreu ferimentos leves na perna direita, provocados por estilhaços de vidro. Giannini não se machucou.

Segundo a polícia, as bombas utilizadas nos atentados poderiam causar até mesmo ferimentos mortais. Na época, policiais levantaram suspeitas de que os crimes poderiam ter sido patrocinados por perueiros e taxistas clandestinos ou por adversários políticos. A prefeitura havia cassado a licença de taxistas e de perueiros.

As prefeituras de Bebedouro, Franca e Sales de Oliveira também receberam ameaças.

De acordo com a prefeita de SP, Marta Suplicy, 37 prefeitos do partido (incluindo o prefeito de Santo André, Celso Daniel, encontrado morto hoje) receberam cartas com ameaças assinadas com a sigla Farb (Frente de Ação Revolucionária Brasileira). Além de prometer ações contra as lideranças petistas, o grupo assumia a autoria do assassinato de Toninho.

Em cartas apócrifas, o suposto grupo diz ter surgido na Grande São Paulo, em 1998, disposto a matar "políticos da esquerda que estão se aproximando de partidos de centro-direita".

Marta afirmou ontem, após reunião de líderes do partido com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que também recebeu a carta, mas que não tem medo. "Tenho uma boa segurança. Mas é um privilégio ter a segurança que tenho. Se não fosse prefeita, eu não teria essa segurança e estaria também ameaçada", disse Marta.

Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
 

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