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20/01/2002 - 17h00

Mortes dos dois prefeitos do PT não são coincidência, diz partido

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CLAUDIO LIZA JUNIOR
da Folha Campinas

O PT de Campinas pediu à Polícia Civil estadual prioridade total na apuração de crime político em relação ao assassinato do prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, morto no último dia 10 de setembro. A cobrança é uma reação ao assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel.

Segundo nota divulgada pelo presidente do diretório municipal do partido, João Roberto Leite, as mortes de dois prefeitos do Partido dos Trabalhadores em menos de seis meses não podem ser consideradas como "coincidência".

Toninho foi morto quando saía de um shopping e se dirigia para casa por volta das 22h15 de uma segunda-feira. Estava sozinho e ocupava seu próprio carro, um Fiat Palio.

Em pouco mais de quatro meses de investigações do crime, a polícia ainda não obteve pistas concretas sobre a autoria do assassinato em Campinas.

"Essa tragédia [o crime de Celso Daniel] nos faz reviver o assassinato, ainda não esclarecido, do nosso prefeito Toninho. Exigimos que os governos estadual e federal se empenhem na apuração desses assassinatos", declarou o presidente do PT de Campinas em nota oficial.

A posição do diretório do PT foi reforçada pelo advogado da Prefeitura de Campinas e da família de Toninho, Ralph Tórtima Stettinger.

"Se antes já se admitia uma possível motivação política no crime do Toninho, com a morte do Celso Daniel essa apuração deve ser obrigatória. Nenhuma pessoa de bom senso pode descartar mais essa possibilidade."

Ainda de acordo com o advogado do PT, as investigações da polícia estadual já apontavam para um suposto crime "de mando" praticado contra o prefeito de Campinas. Na última sexta-feira, o delegado do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Luís Fernando Teixeira Lopes, disse que havia "novidades" no caso, mas não quis divulgar detalhes.

Investigações

Atualmente, uma das principais linhas de apuração do assassinato do prefeito de Campinas tem como alvo um veículo Vectra prata, de Uberlândia (MG), que passou pela avenida Mackenzie por volta das 22h15 do dia 10, mesmo momento em que Toninho foi morto. O carro foi encontrado abandonado na rodovia SP-340, que liga Campinas ao sul de Minas Gerais, horas após a morte do prefeito. A polícia ainda não identificou as pessoas que o ocupavam na noite do crime.

As suspeitas sobre o Vectra prata voltaram a aparecer após a intervenção do DHPP, de São Paulo, nas investigações da polícia campineira sobre o caso.

A intervenção foi determinada pelo governo estadual em dezembro de 2001, a pedido da Prefeitura de Campinas. Na oportunidade, a prefeitura considerou que a polícia campineira não havia demonstrado competência na apuração do crime.

As dúvidas sobre as investigações da polícia de Campinas começaram a aparecer em outubro, quando quatro suspeitos do assassinato foram mortos por investigadores em um condomínio de classe média em Caraguatatuba, litoral norte do Estado.

Oficialmente, as mortes ocorreram durante uma troca de tiros. No entanto nenhum policial ficou ferido.
Durante as investigações, a polícia de Campinas também pediu a prisão de quatro suspeitos, que teriam matado Toninho durante uma tentativa de assalto.

Três deles foram libertados pela Justiça por falta de provas. O adolescente A.S.C., 17, continua detido, acusado de porte ilegal de armas e de adolescentes.

Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
 

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