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22/01/2002 - 05h47

Para especialistas, rentabilidade alta atrai criminosos

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da Folha de S.Paulo

Um crime rentável e de execução fácil. Para especialistas em segurança pública, essas são as características que têm contribuído para o aumento do número de sequestros no Estado de São Paulo.

Para Nancy Cardia, coordenadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP (Universidade de São Paulo), a "mentalidade empresarial" dos sequestradores provocou o crescimento do número de sequestros aleatórios -aquele em que não há planejamento prévio de quem será a vítima, que não precisa da aquisição de um cativeiro e no qual o tempo de permanência e os valores pedidos pelos resgates são menores.

"Os criminosos percebem que esse tipo de sequestro é de baixo risco e alta lucratividade. De baixo risco porque eles dificilmente são pegos e, quando isso acontece, as quadrilhas os resgatam nos presídios. E a alta lucratividade reside na impunidade aliada a um grande número de ações que gera dinheiro rápido e fácil", afirma.

O advogado e presidente do Instituto Sou da Paz, Denis Mizne, acredita que o crime de sequestro vem crescendo por estar "na moda". "Esse pode ser um tipo de ação aparentemente fácil, mas é julgado como crime hediondo e talvez os criminosos não façam um cálculo tão racional de custo e benefício. É que nos últimos meses eles estão sendo divulgados à exaustão pela mídia, o que leva os criminosos a tentar uma nova vertente de ação."

Segundo Túlio Kahn, coordenador de pesquisas do Instituto Latino-Americano para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente (Ilanud), há um deslocamento dos casos de sequestro relâmpago para o sequestro aleatório.

"Com o apagão e a restrição do valor de saques em caixas eletrônicos, nós vimos o número de sequestros aleatórios crescer. Esse não é um problema só do Estado de São Paulo. É nacional."



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