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22/01/2002 - 05h54

47 empresas de blindagem foram abertas em 6 anos

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THAIS ABRAHÃO
da Folha de S.Paulo

Em 1995, havia apenas duas empresas do ramo de blindagem de carros no Brasil. No ano passado, existiam 49, segundo dados da Abrablin (Associação Brasileira dos Blindadores de Veículos Automotores).

Um carro blindado não garante, sozinho, 100% de segurança a seus ocupantes. "A indústria da blindagem virou o segmento da oportunidade, expondo pessoas a uma falsa sensação de segurança", observa Jairo Cândido, 59, diretor-presidente do Grupo Inbrafiltro. "O veículo blindado é parte de um esquema maior de segurança, que inclui até mudanças de hábitos do motorista."

"Blindar não evita, mas atrapalha a abordagem do bandido. É uma bolha, que protege até certo ponto. Daí a necessidade de uma preparação psicológica do condutor, por meio de um treinamento para a reação rápida", explica Ângela Kurita, 37, diretora corporativa da AGP Brasil, que fabrica vidros com proteção balística.

Quanto à blindagem somente dos vidros, Kurita enfatiza: "É um risco. Não existe meia segurança, como muitas empresas do segmento oferecem".

"Trata-se de uma ferramenta que deve ser combinada com outras, como a adoção de segurança armada ou a instalação de um botão de pânico, além de rastreamento via satélite do carro", diz Ismael Sgrignolli Júnior, diretor da empresa blindadora Totality.

"No caso do prefeito de Santo André, a blindagem foi totalmente eficiente, já que ninguém morreu em razão dos tiros desferidos contra o veículo. O problema é o condutor não estar sempre preparado para lidar com situações de risco e ter de fugir, habilidade adquirida com o curso de direção evasiva", afirma o empresário.

Muitas blindadoras indicam empresas especializadas em ministrar esse tipo de treinamento, mas poucos consumidores se interessam, diz Sgrignolli: "Alguns clientes acham desnecessário, apesar de pagar em média R$ 50 mil por uma blindagem".

O preço de uma blindagem depende do material empregado e da mão-de-obra. Em um Omega, por exemplo, pode custar de R$ 36 mil a R$ 96 mil.

Para o diretor da GS Blindagem, Christofer Splendore, a compra de um veículo blindado deve levar em consideração o nível de preocupação do cliente com segurança. "Se o medo se refere aos assaltos no trânsito, há um nível específico de blindagem. Se o objetivo é a proteção contra sequestro, é necessário ter um carro de apoio, também blindado, e reforço na estrutura", explica Splendore.

As ocorrências mais comuns no Brasil envolvem armas leves, que exigem níveis de blindagem com vidros de espessura a partir de 15 mm, segundo Jairo Cândido, da Inbrafiltro.

"Esse tipo de vidro protege contra tiros de revólver calibre 38 ou pistola 9 mm, com uma margem de até dois projéteis no mesmo local, o que é pouco provável, pois a trajetória da bala varia", observa.



Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
 

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