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22/01/2002 - 11h18

João Avamileno, 57, novo prefeito de Santo André, já prepara sucessão

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RICARDO FELTRIN
Editor de Cotidiano da Folha Online

Na manhã desta terça-feira, o operário e ex-sindicalista João Avamileno, 57, tomou posse oficialmente do cargo de prefeito de Santo André. Substitui Celso Daniel, que cumpria o terceiro mandato e foi assassinado a tiros no último domingo, 24 horas depois de ser sequestrado em São Paulo.

Cerca de 300 pessoas, entre militantes, políticos (de vários partidos) e funcionários da casa, se espremeram no plenário de votação da Câmara de Santo André para acompanhar a posse de Avamileno, nascido em Boracéia (cidadezinha no interior de SP), casado, com quatro filhos e quatro netos, ex-tesoureiro da CUT e do PT municipal.

Para quem não conseguiu entrar no recinto, uma pequena TV foi colocada no saguão do prédio, no mesmo local onde o corpo de Celso Daniel era velado ontem.

Quando teve seu nome anunciado no plenário, João Avamileno foi aplaudido de pé por cerca de dois minutos. Durante a execução do Hino Nacional e o Hino de Santo André, algumas funcionárias choravam e eram amparadas por amigos.

Em seu discurso, Avamileno fez duras críticas à segurança pública. Pouco antes, ao saber que um dos vereadores do PT fora assaltado (Raulino Lima), engoliu seco, baixou e meneou a cabeça, inconformado.

"A gente tem um trabalho a continuar, um programa de governo a seguir, mas a gente tem coragem", disse Avamileno à platéia, bastante abatido, com olheiras, e voz muito embargada. Seu discurso foi interrompido várias vezes, para mais palmas.

Com a posse, Santo André passa a ser uma cidade sem vice-prefeito. Em caso de viagens, acidentes, doenças ou morte do prefeito, quem assumirá seu cargo é presidente da Câmara _atualmente, vereador Carlos Augusto (PT).

Agora Avamileno tem dois difíceis trabalhos pela frente: 1) completar nos próximos três anos o plano de governo deixado por Celso Daniel, inconteste líder do PT não só na cidade, mas no país; 2) qualificar-se politicamente e crescer ainda mais no partido para tentar a reeleição em 2004.

Vai encontrar problemas: além de Avamileno, há no mínimo três petistas bastante interessados na cadeira do prefeito da cidade, economicamente a maior do ABC.

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