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26/01/2002
-
07h03
ALESSANDRO SILVA
da Folha de S.Paulo
O prefeito Celso Daniel foi baleado primeiro em outro lugar e depois na estrada de terra no bairro do Carmo, em Juquitiba (78 km da capital), onde a polícia o encontrou caído sem vida.
Médicos do IML (Instituto Médico Legal) detectaram fragmentos de chumbo no corpo dele, que indicam o impacto dos projéteis contra solo mais duro do que o do local onde a polícia o achou.
Quando um projétil atinge uma superfície dura, apesar de perfurar um corpo antes, ele fragmenta-se em pedaços menores, que ferem de novo a vítima. Foi o que houve ao menos quatro vezes.
Desde o encontro do prefeito, domingo passado, a polícia estranhava a pouca quantidade de sangue no chão, apesar da gravidade dos ferimentos nele. Pensou-se no dia que a chuva da madrugada havia "limpado" as marcas.
Os peritos também estranharam o fato de não haver terra mexida no chão. Uma pessoa ferida, se debateria ou tentaria se arrastar para fugir dos disparos.
Daniel morreu em razão da hemorragia provocada pelos tiros -entre sete e nove perfurações.
O prefeito pode ter sido baleado primeiro dentro do porta-malas de um carro, por exemplo, ali mesmo na estrada de terra, segundo a Folha apurou, depois atirado ao solo e baleado de novo.
Apesar disso, a polícia não terá como saber se a Blazer queimada, apreendida em uma favela de São Paulo, transportou Daniel ferido. O fogo destruiu possíveis amostras orgânicas, como sangue.
Peritos do Instituto de Criminalística se preparam agora para analisar a terra encontrada nas roupas do prefeito. Isso será usado para saber se ele passou por outros locais antes de morrer.
O exame é comparativo e servirá, por exemplo, para dizer que o prefeito se sujou com a terra do cativeiro. Há pelo menos dois locais com amostras coletadas.
Na última semana, policiais investigaram uma casa em Miracatu, no Vale do Ribeira, 60 km distante do local do crime, e um acampamento na mata, na região onde apareceu o corpo, como possíveis cativeiros.
""É feito um exame com microscópico eletrônico, em que são confrontados elementos do solo", diz Osvaldo Negrini, diretor do Centro de Pesquisas do IC, ao ser questionado sobre o método.
A polícia espera ter na próxima semana o resultado do toxicológico, feito pelo IML, para saber se o prefeito tinha alguma substância estranha no corpo.
Desde ontem, legistas do IML tentam reconstituir para a polícia a trajetória dos tiros que mataram o prefeito e a posição em que estava o atirador. Os vestígios de pólvora na roupa dele podem mostrar a distância dos disparos.
Leia mais sobre o assassinato de Celso Daniel
Disparos contra Daniel não foram feitos só na estrada
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da Folha de S.Paulo
O prefeito Celso Daniel foi baleado primeiro em outro lugar e depois na estrada de terra no bairro do Carmo, em Juquitiba (78 km da capital), onde a polícia o encontrou caído sem vida.
Médicos do IML (Instituto Médico Legal) detectaram fragmentos de chumbo no corpo dele, que indicam o impacto dos projéteis contra solo mais duro do que o do local onde a polícia o achou.
Quando um projétil atinge uma superfície dura, apesar de perfurar um corpo antes, ele fragmenta-se em pedaços menores, que ferem de novo a vítima. Foi o que houve ao menos quatro vezes.
Desde o encontro do prefeito, domingo passado, a polícia estranhava a pouca quantidade de sangue no chão, apesar da gravidade dos ferimentos nele. Pensou-se no dia que a chuva da madrugada havia "limpado" as marcas.
Os peritos também estranharam o fato de não haver terra mexida no chão. Uma pessoa ferida, se debateria ou tentaria se arrastar para fugir dos disparos.
Daniel morreu em razão da hemorragia provocada pelos tiros -entre sete e nove perfurações.
O prefeito pode ter sido baleado primeiro dentro do porta-malas de um carro, por exemplo, ali mesmo na estrada de terra, segundo a Folha apurou, depois atirado ao solo e baleado de novo.
Apesar disso, a polícia não terá como saber se a Blazer queimada, apreendida em uma favela de São Paulo, transportou Daniel ferido. O fogo destruiu possíveis amostras orgânicas, como sangue.
Peritos do Instituto de Criminalística se preparam agora para analisar a terra encontrada nas roupas do prefeito. Isso será usado para saber se ele passou por outros locais antes de morrer.
O exame é comparativo e servirá, por exemplo, para dizer que o prefeito se sujou com a terra do cativeiro. Há pelo menos dois locais com amostras coletadas.
Na última semana, policiais investigaram uma casa em Miracatu, no Vale do Ribeira, 60 km distante do local do crime, e um acampamento na mata, na região onde apareceu o corpo, como possíveis cativeiros.
""É feito um exame com microscópico eletrônico, em que são confrontados elementos do solo", diz Osvaldo Negrini, diretor do Centro de Pesquisas do IC, ao ser questionado sobre o método.
A polícia espera ter na próxima semana o resultado do toxicológico, feito pelo IML, para saber se o prefeito tinha alguma substância estranha no corpo.
Desde ontem, legistas do IML tentam reconstituir para a polícia a trajetória dos tiros que mataram o prefeito e a posição em que estava o atirador. Os vestígios de pólvora na roupa dele podem mostrar a distância dos disparos.
Leia mais sobre o assassinato de Celso Daniel
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