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27/01/2002
-
08h41
da Folha de S.Paulo
Ex-secretário da Segurança no governo Quércia (87-90) e governador do Estado de 91 a 94, o atual deputado federal Luiz Antônio Fleury (PTB) diz que os recursos das gestões tucanas de Mário Covas e Geraldo Alckmin são aplicados de forma equivocada.
"Não adianta comprar carros e não colocá-los nas ruas", critica o ex-governador. Fleury disse que abriu, na sua gestão, o processo de compra dos veículos que serviram de propaganda do seu sucessor, Covas.
"O problema é que, na atual gestão, eles mantêm uma média de apenas 450 veículos nas ruas, enquanto esse número nunca foi inferior a 800 carros rodando quando eu governava." Para ele, o policiamento das ruas 'perde' muitos policiais com serviços burocráticos que poderiam ser feitos por outros funcionários.
Fleury critica também o modo como a atual administração lida com os policiais: 'A tropa passou a temer as punições por enfrentar bandidos'. Para ele, os carros passaram a chegar com atraso aos locais dos possíveis crimes. Seria uma estratégia para fugir do enfrentamento e evitar as punições por matar ou ferir pessoas.
O advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, ex-secretário da Justiça e da Segurança Pública de São Paulo (governo Quércia), diz que os planos de combate à violência nunca contemplam as medidas e ações profiláticas. Na sua opinião, o problema não será resolvido apenas com ações policiais de prevenção, investigação e repressão.
O ex-governadores Orestes Quércia (PMDB) e Paulo Maluf (PPB) têm criticado, em discursos parecidos, a linha de atuação da polícia sob o comando dos tucanos. Ambos são pré-candidatos à sucessão de Geraldo Alckmin.
"O governo tem sido muito frouxo, falta vigor no combate à criminalidade", diz Quércia.
O coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Sérgio Adorno, observa a falta de investimentos para reforçar a inteligência investigativa. Para o coronel da reserva José Vicente da Silva, coordenador de pesquisas sobre segurança do Instituto Fernando Braudel, de São Paulo, é necessário concentrar ações no policiamento preventivo.
Leia mais sobre o assassinato de Celso Daniel
Especialistas e ex-secretários criticam política de segurança
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Ex-secretário da Segurança no governo Quércia (87-90) e governador do Estado de 91 a 94, o atual deputado federal Luiz Antônio Fleury (PTB) diz que os recursos das gestões tucanas de Mário Covas e Geraldo Alckmin são aplicados de forma equivocada.
"Não adianta comprar carros e não colocá-los nas ruas", critica o ex-governador. Fleury disse que abriu, na sua gestão, o processo de compra dos veículos que serviram de propaganda do seu sucessor, Covas.
"O problema é que, na atual gestão, eles mantêm uma média de apenas 450 veículos nas ruas, enquanto esse número nunca foi inferior a 800 carros rodando quando eu governava." Para ele, o policiamento das ruas 'perde' muitos policiais com serviços burocráticos que poderiam ser feitos por outros funcionários.
Fleury critica também o modo como a atual administração lida com os policiais: 'A tropa passou a temer as punições por enfrentar bandidos'. Para ele, os carros passaram a chegar com atraso aos locais dos possíveis crimes. Seria uma estratégia para fugir do enfrentamento e evitar as punições por matar ou ferir pessoas.
O advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, ex-secretário da Justiça e da Segurança Pública de São Paulo (governo Quércia), diz que os planos de combate à violência nunca contemplam as medidas e ações profiláticas. Na sua opinião, o problema não será resolvido apenas com ações policiais de prevenção, investigação e repressão.
O ex-governadores Orestes Quércia (PMDB) e Paulo Maluf (PPB) têm criticado, em discursos parecidos, a linha de atuação da polícia sob o comando dos tucanos. Ambos são pré-candidatos à sucessão de Geraldo Alckmin.
"O governo tem sido muito frouxo, falta vigor no combate à criminalidade", diz Quércia.
O coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Sérgio Adorno, observa a falta de investimentos para reforçar a inteligência investigativa. Para o coronel da reserva José Vicente da Silva, coordenador de pesquisas sobre segurança do Instituto Fernando Braudel, de São Paulo, é necessário concentrar ações no policiamento preventivo.
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