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28/01/2002
-
23h21
da Folha de S.Paulo, no Rio
Cerca de 50 moradores dos morros do Querosene e de São Carlos, na zona norte do Rio de Janeiro, incendiaram hoje dois ônibus, quatro carros e uma moto no bairro do Rio Comprido (zona norte). Eles ainda saquearam e assaltaram um supermercado e apedrejarem vários veículos. Com medo, comerciantes da região fecharam as portas.
A polícia não deu informações sobre o motivo do protesto e os moradores apresentaram versões contraditórias. A maioria dos manifestantes acusou policiais do 1º Batalhão da Polícia Militar (Catumbi, zona norte) de um suposto sequestro. Segundo essa versão, os policiais teria cobrado R$ 500 mil para libertar um morador identificado apenas como Alex André, 25, vulgo Dedé.
Dedé, segundo informações de moradores, seria um traficante da favela do Querosene, cujos pontos de venda de cocaína e maconha são controlados pela facção criminosa TC (Terceiro Comando). Segundo outros moradores, ele era responsável pela organização do baile funk na favela.
De acordo com participantes da manifestação, o resgate teria sido pago anteontem a policiais do Serviço Reservado do 1º BPM, mas Dedé não havia sido libertado. Daí o protesto. "Eles queriam acabar com o baile e levaram o Dedé", disse uma moradora que não quis se identificar. Os moradores disseram que o dinheiro do resgate saiu de um rateio entre as comunidades dominadas pelo TC, que frequentam o baile.
O comandante do 1º BPM, tenente-coronel Marcos Fázio, disse que não sabia o motivo da manifestação. "Foi um distúrbio", declarou ele.
Confronto
O conflito começou por volta das 10h. Armados de paus e pedras, os moradores incendiaram parcialmente um ônibus e fecharam a rua Campos da Paz (na entrada da favela) com uma barreira de sofá e lixo queimados. Cerca de 150 policiais do 1º BPM, do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Batalhão de Choque tentaram reprimir o protesto atirando bombas de efeito moral.
No confronto, duas moradoras ficaram feridas. Entre elas, Andréia Martins, 21, grávida de seis meses, que foi atingida em uma das orelhas por estilhaços de bomba. Vanessa Azevedo, 21, xingou policiais e acabou presa.
O protesto continuou na rua Maia Lacerda, na entrada do morro de São Carlos, que também é dominado pelo Terceiro Comando. Um grupo de homens armados com fuzis incendiou quatro carros e uma moto, destruiu uma padaria e quebrou o vidro de outros seis veículos.
Por volta das 11h, os moradores seguiram em direção ao supermercado Sendas, no Rio Comprido (zona norte), onde roubaram mercadorias e levaram o dinheiro de caixas. A assessoria de imprensa do supermercado não confirmou o saque e disse que os moradores atiraram algumas mercadorias no chão e foram embora. A empresa informou que vai apurar se houve assalto aos caixas. Por medida de segurança, a loja foi fechada por volta das 16h.
Por volta das 14h, um microônibus foi incendiado na rua Itapiru, principal via de ligação entre os bairros do Rio Comprido e Catumbi. Os manifestantes obrigaram os passageiros a descer do veículo e atearam fogo.
Assustados, os comerciantes também fecharam suas lojas e não quiseram falar com a imprensa. Muitos clientes permaneceram dentro das lojas, que ficaram com as luzes apagadas.
A situação nas ruas foi controlada por volta das 16h, quando policiais do Bope ocuparam o morro do Querosene. Em represália, os traficantes deram tiros para o alto.
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Cerca de 50 moradores dos morros do Querosene e de São Carlos, na zona norte do Rio de Janeiro, incendiaram hoje dois ônibus, quatro carros e uma moto no bairro do Rio Comprido (zona norte). Eles ainda saquearam e assaltaram um supermercado e apedrejarem vários veículos. Com medo, comerciantes da região fecharam as portas.
A polícia não deu informações sobre o motivo do protesto e os moradores apresentaram versões contraditórias. A maioria dos manifestantes acusou policiais do 1º Batalhão da Polícia Militar (Catumbi, zona norte) de um suposto sequestro. Segundo essa versão, os policiais teria cobrado R$ 500 mil para libertar um morador identificado apenas como Alex André, 25, vulgo Dedé.
Dedé, segundo informações de moradores, seria um traficante da favela do Querosene, cujos pontos de venda de cocaína e maconha são controlados pela facção criminosa TC (Terceiro Comando). Segundo outros moradores, ele era responsável pela organização do baile funk na favela.
De acordo com participantes da manifestação, o resgate teria sido pago anteontem a policiais do Serviço Reservado do 1º BPM, mas Dedé não havia sido libertado. Daí o protesto. "Eles queriam acabar com o baile e levaram o Dedé", disse uma moradora que não quis se identificar. Os moradores disseram que o dinheiro do resgate saiu de um rateio entre as comunidades dominadas pelo TC, que frequentam o baile.
O comandante do 1º BPM, tenente-coronel Marcos Fázio, disse que não sabia o motivo da manifestação. "Foi um distúrbio", declarou ele.
Confronto
O conflito começou por volta das 10h. Armados de paus e pedras, os moradores incendiaram parcialmente um ônibus e fecharam a rua Campos da Paz (na entrada da favela) com uma barreira de sofá e lixo queimados. Cerca de 150 policiais do 1º BPM, do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Batalhão de Choque tentaram reprimir o protesto atirando bombas de efeito moral.
No confronto, duas moradoras ficaram feridas. Entre elas, Andréia Martins, 21, grávida de seis meses, que foi atingida em uma das orelhas por estilhaços de bomba. Vanessa Azevedo, 21, xingou policiais e acabou presa.
O protesto continuou na rua Maia Lacerda, na entrada do morro de São Carlos, que também é dominado pelo Terceiro Comando. Um grupo de homens armados com fuzis incendiou quatro carros e uma moto, destruiu uma padaria e quebrou o vidro de outros seis veículos.
Por volta das 11h, os moradores seguiram em direção ao supermercado Sendas, no Rio Comprido (zona norte), onde roubaram mercadorias e levaram o dinheiro de caixas. A assessoria de imprensa do supermercado não confirmou o saque e disse que os moradores atiraram algumas mercadorias no chão e foram embora. A empresa informou que vai apurar se houve assalto aos caixas. Por medida de segurança, a loja foi fechada por volta das 16h.
Por volta das 14h, um microônibus foi incendiado na rua Itapiru, principal via de ligação entre os bairros do Rio Comprido e Catumbi. Os manifestantes obrigaram os passageiros a descer do veículo e atearam fogo.
Assustados, os comerciantes também fecharam suas lojas e não quiseram falar com a imprensa. Muitos clientes permaneceram dentro das lojas, que ficaram com as luzes apagadas.
A situação nas ruas foi controlada por volta das 16h, quando policiais do Bope ocuparam o morro do Querosene. Em represália, os traficantes deram tiros para o alto.
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