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29/01/2002 - 08h30

Fios brancos encontrados no carro do cativeiro são de animal

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RITA MAGALHÃES
do Agora São Paulo

Peritos do Instituto Médico Legal constataram que os fios brancos achados no porta-malas do carro localizado num suposto cativeiro em Embu não são do prefeito Celso Daniel. O Agora apurou que os fios não são humanos, mas sim de algum animal doméstico _cachorro ou gato_ que foi transportado no veículo.

O laudo negativo começa a derrubar a linha de investigação que pretende estabelecer um elo entre o sequestro e morte do prefeito de Santo André e o resgate de dois presos da Penitenciária José Parada Neto, de Guarulhos (Grande SP).

O suposto cativeiro foi localizado em Embu (Grande SP). A casa pertence a Gleison Gomes de Souza, 20 anos, suspeito de ser um dos responsáveis pelo resgate com helicóptero do pai, o sequestrador Dionísio de Aquino Severo e Aílton Alves Feitosa.

Até a noite de ontem, o delegado Romeu Tuma Júnior, seccional de Taboão da Serra e responsável pelo estouro do cativeiro não tinha recebido o resultado do exame.

O delegado acreditava na hipótese de os fios pertencerem também a um empresário grisalho que procurou a polícia na tarde de ontem para depor contra a quadrilha. O empresário disse a Tuma Júnior que reconheceu o cativeiro pelas notícias divulgadas pela televisão. Seu nome não foi divulgado.

Para o delegado, além dos fios brancos _que poderiam ser de Daniel, que tinha cabelos grisalhos, existem outras três coincidências que levam a suspeitar da ligação entre os casos: o Santana, um pedaço de tecido bege e envelope timbrado do restaurante e churrascaria Rubaiyat.

No dia em que foi sequestrado, o prefeito e o empresário e amigo Sérgio Gomes da Silva tinham acabado de jantar no Rubayat. Eles teriam sido perseguidos por um Santana azul marinho _mesma cor do carro suspeito_ e o prefeito estaria usando uma calça bege.

O tecido e amostras da terra localizada no carro e no cativeiro também foram encaminhadas à Polícia Técnico-Científica para confronto das semelhanças com aquelas detectadas nos sapatos do prefeito.

Ontem, os delegados Armando de Oliveira Costa Filho e Domingos Paulo Neto ouviram o depoimento de três seguranças do prefeito, de um porteiro de seu prédio e da namorada, a socióloga Ivone de Santana.

Para desvendar o crime, as polícias Científica e Civil procuram responder várias questões não respondidas com os depoimentos e as perícias do carro e local onde o prefeito foi rendido pela quadrilha.

As principais interrogações são: por que não foram encontradas cápsulas ou projéteis no local, porque nenhuma testemunha ouviu os disparos de tiros, porque Daniel trocou de roupa e quem teria lhe entregado as peças que pertenceriam ao seu próprio guarda-roupa.

Leia mais sobre o assassinato de Celso Daniel
 

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