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03/02/2002
-
03h32
da Folha de S. Paulo
A estudante de medicina Aline Dota, 22, vizinha da casa onde o publicitário Washington Olivetto foi encontrado, conta que estava em seu quarto, por volta das 22h, quando ouviu batidas na parede e alguém gritando por socorro.
Colocou o estetoscópio na pare de e ouviu um homem dizer: "Estou preso aqui há 60 dias. Chame a polícia e as rádios".
Aline perguntou o nome dele. "Pode dizer que sou o publicitário Washington Olivetto", foi a resposta. A estudante então ligou para a polícia.
Aline calcula que eram 22h20. Em dez minutos, dois carros da Polícia Militar chegaram à casa, um imóvel de classe média no bairro do Brooklin Novo, zona sul de São Paulo.
Os quatro policiais do 12º Batalhão pularam o muro pela casa vizinha. Um grupo entrou pela frente e outro foi pelos fundos. No quintal, um alarme disparou.
Dentro da casa, só estava o publicitário. Quando os policiais abriram a porta do quarto, o publicitário disse: "Vocês me encontraram, graças a Deus. Eu nunca vou esquecer isso".
Olivetto estava pálido, barbudo e com o cabelo comprido, segundo os policiais. Não tinha aparência suja e não estava amarrado.
Segundo um dos policiais, ele começou a gritar por socorro ao perceber que o sistema de ventilação e as luzes estavam desligados.
O publicitário contou aos policiais que não teve contato com os
sequestradores em nenhum momento e que recebia alimentação
duas vezes por dia.
No quarto onde ele era mantido, havia uma lista de manda
mentos afixada na parede. Permanecer calado era o primeiro deles. Outras recomendações eram não tocar nas paredes, nas lâmpadas nem nas câmeras que o filmavam 24 horas por dia. Também era proibido tocar, sem necessidade, a campainha que havia no quarto para que ele se comunicasse com os sequestradores.
O quarto, de 1,5 m por 2,5 m, não tinha janelas e contava com um sistema de ventilação artificial e uma latrina improvisada. Havia ainda uma cama.
Em uma saleta, foram encontrados dois cadernos, uma espécie de registro de ocorrências, onde eram anotados, em espanhol, todos os movimentos do publicitário: a hora em que se levantou, se se moveu etc. A última anotação é das 9h de sábado.
Nessa saleta havia também uma mesa, um aparelho de TV, um ventilador e diversos equipamentos de radiocomunicação.
Se alguém tirasse do gancho o interfone que havia na porta da casa, acionaria automaticamente duas câmeras, com capacidade de filmagem de 50 metros.
Na casa, os policiais encontraram comida: uma manga cortada ao meio e alguns legumes. A despensa estava cheia de alimentos (arroz, feijão). Havia também muitos livros.
Olivetto dispunha de um prato redondo, com três divisões, para se alimentar.
O cativeiro do publicitário ocupava a parte de cima da casa de dois andares.
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A estudante de medicina Aline Dota, 22, vizinha da casa onde o publicitário Washington Olivetto foi encontrado, conta que estava em seu quarto, por volta das 22h, quando ouviu batidas na parede e alguém gritando por socorro.
Colocou o estetoscópio na pare de e ouviu um homem dizer: "Estou preso aqui há 60 dias. Chame a polícia e as rádios".
Aline perguntou o nome dele. "Pode dizer que sou o publicitário Washington Olivetto", foi a resposta. A estudante então ligou para a polícia.
Aline calcula que eram 22h20. Em dez minutos, dois carros da Polícia Militar chegaram à casa, um imóvel de classe média no bairro do Brooklin Novo, zona sul de São Paulo.
Os quatro policiais do 12º Batalhão pularam o muro pela casa vizinha. Um grupo entrou pela frente e outro foi pelos fundos. No quintal, um alarme disparou.
Dentro da casa, só estava o publicitário. Quando os policiais abriram a porta do quarto, o publicitário disse: "Vocês me encontraram, graças a Deus. Eu nunca vou esquecer isso".
Olivetto estava pálido, barbudo e com o cabelo comprido, segundo os policiais. Não tinha aparência suja e não estava amarrado.
Segundo um dos policiais, ele começou a gritar por socorro ao perceber que o sistema de ventilação e as luzes estavam desligados.
O publicitário contou aos policiais que não teve contato com os
sequestradores em nenhum momento e que recebia alimentação
duas vezes por dia.
No quarto onde ele era mantido, havia uma lista de manda
mentos afixada na parede. Permanecer calado era o primeiro deles. Outras recomendações eram não tocar nas paredes, nas lâmpadas nem nas câmeras que o filmavam 24 horas por dia. Também era proibido tocar, sem necessidade, a campainha que havia no quarto para que ele se comunicasse com os sequestradores.
O quarto, de 1,5 m por 2,5 m, não tinha janelas e contava com um sistema de ventilação artificial e uma latrina improvisada. Havia ainda uma cama.
Em uma saleta, foram encontrados dois cadernos, uma espécie de registro de ocorrências, onde eram anotados, em espanhol, todos os movimentos do publicitário: a hora em que se levantou, se se moveu etc. A última anotação é das 9h de sábado.
Nessa saleta havia também uma mesa, um aparelho de TV, um ventilador e diversos equipamentos de radiocomunicação.
Se alguém tirasse do gancho o interfone que havia na porta da casa, acionaria automaticamente duas câmeras, com capacidade de filmagem de 50 metros.
Na casa, os policiais encontraram comida: uma manga cortada ao meio e alguns legumes. A despensa estava cheia de alimentos (arroz, feijão). Havia também muitos livros.
Olivetto dispunha de um prato redondo, com três divisões, para se alimentar.
O cativeiro do publicitário ocupava a parte de cima da casa de dois andares.
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