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03/02/2002 - 05h32

Camelôs do parque Ibirapuera criam cooperativa

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MARIANA VIVEIROS
da Folha de S.Paulo

Enquanto a Prefeitura de São Paulo não tira do papel o plano de mudanças para o parque Ibirapuera (zona sul), ambulantes que trabalham lá há anos tomaram a primeira iniciativa concreta para melhorar o local, considerado um dos símbolos da cidade: se organizaram numa cooperativa e já padronizaram os carrinhos onde vendem bebidas e salgadinhos.

Desde os primeiros dias do ano, os 130 camelôs que integram a Cooperativa dos Vendedores Autônomos do Parque Ibirapuera trocaram as caixas de isopor pelas de fibra, nas cores verde e branco, sobre rodinhas, com guarda-sol e uma espécie de mostruário para os produtos comestíveis. Os carrinhos são patrocinados pela marca de bebidas Gatorade.

"Queríamos que fosse algo bonito e digno do parque, porque a intenção dos cooperados é disputar a concorrência para explorar a lanchonete da pista de cooper", explica Ildeana Vivian Vieira, 48, advogada e responsável pelas finanças da cooperativa.

A licitação é uma das que a prefeitura pretende realizar a fim de acabar com o comércio irregular no parque Ibirapuera.

Precedente
Na opinião de Vivian, a ação da cooperativa "abre um precedente" e mostra que o problema dos ambulantes pode ter uma solução que seja diferente de proibir a atuação de pessoas que não têm outra alternativa de trabalho.

De acordo com a advogada, em um dia de sol, um ambulante consegue ganhar até R$ 75 líquidos -cada cooperado tem de contribuir mensalmente com R$ 30 pelo aluguel do carrinho e com mais R$ 30 para manutenção da sede da cooperativa.

Embora tenha sido bem vista pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), a iniciativa ainda não significa a regularização dos ambulantes.
A SMMA alega, em nota, que o "decreto que regulamenta o uso do parque Ibirapuera proíbe o ingresso ou permanência de vendedores ambulantes ou de qualquer outra atividade que não tenha sido devidamente autorizada".

A nota diz ainda que é impossível responsabilizar os comerciantes irregulares por eventuais danos causados por eles aos usuários do parque Ibirapuera.

Por esse motivo, informa que já cadastrou 124 camelôs para atuar no parque e comunicou ao comerciante Evangelista Bernardo Viana, o Maizena, 40, que ele está proibido de alugar e realizar consertos em bicicletas no Ibirapuera. Maizena já trabalha no parque há 29 anos.

Essas foram as únicas medidas práticas do plano de melhoramentos do parque Ibirapuera, que vem sendo discutido desde o ano passado e prevê também a cobrança pelo estacionamento e a restrição aos megashows, entre outras mudanças.

Maizena, porém, continua alugando as bicicletas e diz que fará um abaixo-assinado para pedir sua permanência no local.




 

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