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04/02/2002
-
05h24
RODRIGO UCHÔA
da Folha de S.Paulo
da Agência Folha
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, a FPMR (Frente Patriótica Manuel Rodríguez) é o único grupo terrorista ainda em atividade no Chile.
A FPMR existe para lutar contra o "neoliberalismo construído pelo "pinochetismo" e administrado com zelo pela Concertación (aliança de centro-esquerda que governa o Chile)", diz Patricio Ortiz, um dos membros da organização.
Ortiz está exilado na Suíça, onde pesa sobre ele um pedido de extradição para o Chile.
Pode ser um exagero tanto do Departamento de Estado dos EUA quanto de Ortiz afirmar que que a FPRM tem ainda alguma força. Fundada em 1983, como braço armado do Partido Comunista Chileno, sua intenção era derrubar a ditadura Pinochet.
No ano de sua fundação, o grupo sequestrou Sebastian Bertolone, vice-diretor do jornal "La Nación", tido por eles como porta-voz da ditadura. Em 1986, sua ação mais audaciosa: uma emboscada frustrada a Pinochet.
Com a distensão no Chile e o fim do regime Pinochet, no começo dos anos 90, a FPMR dividiu-se. Uma parte do grupo adere a agremiações políticas legais. De 50 a 100 integrantes continuam suas atividades com a alcunha de FPMR/Dissidente.
É nesse momento, com a falta de financiamento externo e interno, que o grupo se aproxima de narcotraficantes. Dois "frentistas" (como são chamados no Chile) foram presos em agosto de 2000 com 22 kg de cocaína. A polícia chilena diz que "frentistas" estão envolvidos com o comércio e o tráfico de drogas nas regiões norte e central do país.
As ações políticas escassearam, mas os alvos norte-americanos ganharam preferência. Em 1991, um ataque com lança-granadas em Santiago feriu um marine; em 1993, dois atentados a bomba atingiram lanchonetes da rede McDonald's, sem deixar feridos.
O grupo foi o responsável pelo sequestro de Cristian Edward, filho de Agustin Edward, proprietário do principal jornal chileno, o ""El Mercurio", há cinco anos.
A ação teve a participação do homem apontado com líder do sequestro de Olivetto, Maurício Hernández Norambuena.
O antecedente é uma espécie de dica a respeito da possibilidade de o grupo sequestrar empresários da área de comunicação para conseguir dinheiro.
Os chilenos ouvidos pela Agência Folha no Fórum Social Mundial, Roberto Carvajal Verdugo, integrante do Comitê pela Paz e Contra a Guerra dos Estados Unidos, entidade chilena de esquerda, e o sindicalista Luis Bernales disseram que a FPMR tem relações com as Farc colombianas.
Manuel Rodríguez, que dá nome à FPMR, foi um dos heróis da guerra de independência chilena e esteve exilado na Argentina por um período, quando fez a ligação entre os nacionalistas chilenos e José de San Martín
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da Folha de S.Paulo
da Agência Folha
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, a FPMR (Frente Patriótica Manuel Rodríguez) é o único grupo terrorista ainda em atividade no Chile.
A FPMR existe para lutar contra o "neoliberalismo construído pelo "pinochetismo" e administrado com zelo pela Concertación (aliança de centro-esquerda que governa o Chile)", diz Patricio Ortiz, um dos membros da organização.
Ortiz está exilado na Suíça, onde pesa sobre ele um pedido de extradição para o Chile.
Pode ser um exagero tanto do Departamento de Estado dos EUA quanto de Ortiz afirmar que que a FPRM tem ainda alguma força. Fundada em 1983, como braço armado do Partido Comunista Chileno, sua intenção era derrubar a ditadura Pinochet.
No ano de sua fundação, o grupo sequestrou Sebastian Bertolone, vice-diretor do jornal "La Nación", tido por eles como porta-voz da ditadura. Em 1986, sua ação mais audaciosa: uma emboscada frustrada a Pinochet.
Com a distensão no Chile e o fim do regime Pinochet, no começo dos anos 90, a FPMR dividiu-se. Uma parte do grupo adere a agremiações políticas legais. De 50 a 100 integrantes continuam suas atividades com a alcunha de FPMR/Dissidente.
É nesse momento, com a falta de financiamento externo e interno, que o grupo se aproxima de narcotraficantes. Dois "frentistas" (como são chamados no Chile) foram presos em agosto de 2000 com 22 kg de cocaína. A polícia chilena diz que "frentistas" estão envolvidos com o comércio e o tráfico de drogas nas regiões norte e central do país.
As ações políticas escassearam, mas os alvos norte-americanos ganharam preferência. Em 1991, um ataque com lança-granadas em Santiago feriu um marine; em 1993, dois atentados a bomba atingiram lanchonetes da rede McDonald's, sem deixar feridos.
O grupo foi o responsável pelo sequestro de Cristian Edward, filho de Agustin Edward, proprietário do principal jornal chileno, o ""El Mercurio", há cinco anos.
A ação teve a participação do homem apontado com líder do sequestro de Olivetto, Maurício Hernández Norambuena.
O antecedente é uma espécie de dica a respeito da possibilidade de o grupo sequestrar empresários da área de comunicação para conseguir dinheiro.
Os chilenos ouvidos pela Agência Folha no Fórum Social Mundial, Roberto Carvajal Verdugo, integrante do Comitê pela Paz e Contra a Guerra dos Estados Unidos, entidade chilena de esquerda, e o sindicalista Luis Bernales disseram que a FPMR tem relações com as Farc colombianas.
Manuel Rodríguez, que dá nome à FPMR, foi um dos heróis da guerra de independência chilena e esteve exilado na Argentina por um período, quando fez a ligação entre os nacionalistas chilenos e José de San Martín
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