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04/02/2002
-
05h55
da Folha de S.Paulo
"Não é brincadeira, nem trote. Eu estou aqui com o Washington", avisou o tenente Cláudio Biagio, do 12º Batalhão da Polícia Militar, em telefonema dado às 22h30 da noite de sábado para a casa do publicitário.
"Então ponha ele para falar comigo", respondeu Camila Kfouri, amiga da família e filha do jornalista Juca Kfouri, que estava com a mulher de Olivetto, Patrícia Viotti, na alameda Franca, na região dos Jardins (zona oeste de SP).
O tenente passou o telefonema para o publicitário, que falou com a amiga e com a mulher. Olivetto disse que tudo estava bem e pediu para que elas ficassem calmas. Foi assim que a família dele recebeu a notícia da libertação da vítima do sequestro de 53 dias.
Duas horas depois, o publicitário chegava à sua casa, na alameda Franca, já acompanhado pela mulher e pelo delegado titular da Divisão Anti-Sequestro de São Paulo, Wagner Giudice.
À 0h45, o jornalista Juca Kfouri -amigo da família que acompanhou de perto todo o episódio- concedeu uma entrevista coletiva na portaria do prédio.
Um boletim -feito por Zyun Masuda, médico de Olivetto- afirmava que, "apesar do trauma, Olivetto estava em condições clínicas satisfatórias e tinha parâmetros vitais normais, com exceção da pressão arterial elevada, dada a especificidade do momento".
Foi recomendado ao publicitário repouso -em companhia da família- por pelo menos 48 horas. Segundo Juca Kfouri, o publicitário estava "excitadíssimo" e eufórico, alternando estados de alegria e tristeza.
A família, contou o jornalista, estava aliviada e também eufórica: "Nós estamos brincando que agora vamos fazer o Natal e o Reveillón do Washington para recuperar todo esse tempo perdido".
No período de festas de fim de ano, os familiares viveram o momento mais tenso das negociações. Na última semana, porém, a família aparentava tranquilidade. Coincidentemente, circulavam boatos na polícia sobre um possível pagamento do resgate.
Depois de uma conversa com o publicitário, Kfouri contou que o publicitário teria apanhado no cativeiro, que as condições de sobrevivência eram subumanas e que os sequestradores trocavam os horários das refeições para tentar confundi-lo.
Ele teria passado todos os 53 dias do sequestro no mesmo local: a casa número 40 da rua Kansas, no bairro do Brooklin Novo, zona sul de São Paulo.
Durante a madrugada de domingo, amigos de Olivetto foram ao apartamento para visitá-lo. Por volta das 3h, Kfouri saiu para atender a um pedido do publicitário: comprar hambúrgueres.
Nesse momento, o jornalista disse, em tom de brincadeira, que o sequestro havia tido um fato positivo para a sua vida: o amigo sequestrado havia parado de fumar e estava disposto a levar a decisão a sério daqui para a frente.
Olivetto, de acordo com amigos, costumava consumir, até quatro maços por dia. O vício foi uma dificuldade a mais nos primeiros dias de cativeiro.
Desde a madrugada do sábado, quando a polícia prendeu seis suspeitos de sequestro em Serra Negra (a 150 km de São Paulo), havia a expectativa, com plantão dos familiares, sobre o desfecho do caso. O que indicava essa possibilidade era a origem estrangeira dos sequestradores.
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"Não é brincadeira, nem trote. Eu estou aqui com o Washington", avisou o tenente Cláudio Biagio, do 12º Batalhão da Polícia Militar, em telefonema dado às 22h30 da noite de sábado para a casa do publicitário.
"Então ponha ele para falar comigo", respondeu Camila Kfouri, amiga da família e filha do jornalista Juca Kfouri, que estava com a mulher de Olivetto, Patrícia Viotti, na alameda Franca, na região dos Jardins (zona oeste de SP).
O tenente passou o telefonema para o publicitário, que falou com a amiga e com a mulher. Olivetto disse que tudo estava bem e pediu para que elas ficassem calmas. Foi assim que a família dele recebeu a notícia da libertação da vítima do sequestro de 53 dias.
Duas horas depois, o publicitário chegava à sua casa, na alameda Franca, já acompanhado pela mulher e pelo delegado titular da Divisão Anti-Sequestro de São Paulo, Wagner Giudice.
À 0h45, o jornalista Juca Kfouri -amigo da família que acompanhou de perto todo o episódio- concedeu uma entrevista coletiva na portaria do prédio.
Um boletim -feito por Zyun Masuda, médico de Olivetto- afirmava que, "apesar do trauma, Olivetto estava em condições clínicas satisfatórias e tinha parâmetros vitais normais, com exceção da pressão arterial elevada, dada a especificidade do momento".
Foi recomendado ao publicitário repouso -em companhia da família- por pelo menos 48 horas. Segundo Juca Kfouri, o publicitário estava "excitadíssimo" e eufórico, alternando estados de alegria e tristeza.
A família, contou o jornalista, estava aliviada e também eufórica: "Nós estamos brincando que agora vamos fazer o Natal e o Reveillón do Washington para recuperar todo esse tempo perdido".
No período de festas de fim de ano, os familiares viveram o momento mais tenso das negociações. Na última semana, porém, a família aparentava tranquilidade. Coincidentemente, circulavam boatos na polícia sobre um possível pagamento do resgate.
Depois de uma conversa com o publicitário, Kfouri contou que o publicitário teria apanhado no cativeiro, que as condições de sobrevivência eram subumanas e que os sequestradores trocavam os horários das refeições para tentar confundi-lo.
Ele teria passado todos os 53 dias do sequestro no mesmo local: a casa número 40 da rua Kansas, no bairro do Brooklin Novo, zona sul de São Paulo.
Durante a madrugada de domingo, amigos de Olivetto foram ao apartamento para visitá-lo. Por volta das 3h, Kfouri saiu para atender a um pedido do publicitário: comprar hambúrgueres.
Nesse momento, o jornalista disse, em tom de brincadeira, que o sequestro havia tido um fato positivo para a sua vida: o amigo sequestrado havia parado de fumar e estava disposto a levar a decisão a sério daqui para a frente.
Olivetto, de acordo com amigos, costumava consumir, até quatro maços por dia. O vício foi uma dificuldade a mais nos primeiros dias de cativeiro.
Desde a madrugada do sábado, quando a polícia prendeu seis suspeitos de sequestro em Serra Negra (a 150 km de São Paulo), havia a expectativa, com plantão dos familiares, sobre o desfecho do caso. O que indicava essa possibilidade era a origem estrangeira dos sequestradores.
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