Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
05/02/2002 - 20h37

Quadrilha de sequestradores tinha 12 pessoas e atuava em 3 cidades

Publicidade

FÁBIO PORTELA
CRISTIANE MARSOLA

da Folha Online

A quadrilha responsável pelo sequestro do publicitário Washington Olivetto preparou uma grande infra-estrutura para a realização do crime. Segundo a polícia, o grupo contava com pelo menos 12 pessoas e tinha bases operacionais em pelo menos três cidades: São Paulo, Serra Negra e Santos.

Agindo a partir de diversos locais, os sequestradores conseguiam ter maior controle sobre o sequestro. A polícia acredita que a estratégia teria ainda outro objetivo: no caso de parte da quadrilha ser flagrada, ou outros integrantes conseguiriam escapar, como acabou acontecendo.

Das 12 pessoas que estariam envolvidas no crime, a polícia já conseguiu prender seis. Eles foram detidos em uma chácara alugada no município de Serra Negra após denúncia anônima.

O líder do grupo é o chileno Maurício Hernández Norambuena, conhecido em seu país como capitão Ramiro, ele participou de grupos guerrilheiros que lutavam contra o governo de Augusto Pinochet. Condenado a prisão perpétua, ele escapou numa fuga usando um helicóptero.

Junto com Norambuena, foram presas outras cinco pessoas: Ruben Oscar Sanches, Carlos Renato Quiroz, Maite Amalia Bellon, Frederico Antonio Aribas _que dizem ser argentinos_ e Rosa Amalia Ramos Quiroz _que declara ter nascido na Espanha.

Além dos seis detidos, a polícia acredita que há mais seis pessoas envolvidas com o crime. Duas delas já haviam sido identificados na segunda-feira: um homem estrangeiro e uma mulher brasileira, cujos nomes não ainda foram revelados.

Outras quatro pesssoas _dois homens e duas mulheres_ também são procurados pela polícia. Eles seriam responsáveis por cuidar do cativeiro onde ficou Olivetto, na rua Kansas, no Brooklin, zona sul de São Paulo. Ainda não se sabe os nomes deles, mas já foram produzidos os retratos falados com base em depoimento do vigia Cícero Félix, que trabalha em uma casa da mesma rua.

Capital, interior e litoral
A quadrilha tinha, pelo menos, cinco bases operacionais para a realização do sequestro: a chácara de Serra Negra, a casa que funcionou como cativeiro no Brooklin, o apartamento que foi descoberto na segunda-feira (04) na rua Luis Góis (Vila Clementino, em São Paulo), um apartamento descoberto hoje na Bela Vista (centro de São Paulo) e um apartamento na praia, localizado na região do Embaré, em Santos.

Todos os imóveis eram alugados. A locação era paga sempre em dinheiro, na maioria das vezes em dólar. Os sequestradores usavam carros novos em Santos e em Serra Negra. Em São Paulo, ainda não foi encontrado nenhum veículo usado pelo grupo.

A identificação das bases operacionais é considerada extremamente importante pela polícia, pois a partir dos depoimentos de pessoas que moram ou trabalham próximo a esse locais, é possível produzir retratos falados dos suspeitos. As testemunhas também poderão ajudar no trabalho de identificação dos suspeitos que vierem a ser presos.

Ajuda do Chile
A polícia de São Paulo também está contando com a ajuda de policiais do Chile para identificar todos os integrantes da quadrilha. Os chilenos estão analisando os retratos falados que já foram feitos até agora e devem, também, tentar identificar os sequestradores que já foram presos.

Segundom a polícia, os chilenos consideraram os retrataos falados de dois parecidos com criminosos procurados no Chile.

O governo chileno decidiu também hoje pedir a extradição de Maurício Hernández Noranbuena, considerado o líder da quadrilha de sequestradores. Ele tem duas condenações à prisão perpétua em seu país natal: uma pelo assassinato de um senador, em 1991, e outra pelo sequestro do filho de um empresário, em 1997.

Saiba tudo no especial sobre o sequestro de Washington Olivetto

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página