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06/02/2002 - 05h50

2 vigias de cativeiro podem ser terroristas

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ALESSANDRO SILVA
da Folha de S.Paulo

Duas das quatro pessoas que vigiaram no cativeiro o publicitário Washington Olivetto, 50, em São Paulo, podem ser terroristas procurados pela polícia no Chile.

A informação foi passada por policiais chilenos, ontem, ao delegado Wagner Giudice, da Divisão Anti-Sequestro, após a conclusão do retrato falado dos sequestradores que permaneceram os 53 dias no cativeiro da rua Kansas.

Três policiais do Chile estão no Brasil desde ontem participando das investigações, por causa da prisão do líder dos sequestradores e o único com identidade confirmada, Mauricio Hernández Norambuena, 43, condenado a duas prisões perpétuas naquele país por assassinatos e sequestros.

"Eles disseram que dois deles [dos retratos falados] parecem com pessoas que desenvolvem no Chile o mesmo tipo de atividade das pessoas daqui", afirmou o delegado Giudice. Contudo não seriam as pessoas que escaparam da prisão de helicóptero com Hernández, em 96, como Ricardo Alfonso Palma Salamanca.

O próximo passo será localizar fotos desses terroristas no banco de informações da Polícia de Investigações do Chile para que testemunhas brasileiras possam tentar reconhecê-las também.

As duas mulheres dos retratos falados não levantaram suspeitas dos enviados chilenos.

As descrições foram reunidas a partir de pessoas que conviveram com os vigias do cativeiro, alugado em agosto do ano passado, na rua Kansas, como o vigia Cícero Félix de Barros, que chegou a receber bilhetes deles.
Policiais federais acompanharam a delegação chilena, apesar de a superintendência do órgão em São Paulo negar que eles estejam no caso oficialmente.

Até agora, 12 participaram do plano de sequestro do publicitário, mas o número exato pode ser maior, de acordo com as investigações da polícia. Há seis pessoas detidas, duas identificadas com fotos e foragidas e mais os quatro procurados por meio de retratos falados divulgados ontem.

Segundo Giudice, será preciso pedir ajuda também da polícia argentina, porque o sotaque de Rubén Oscar Sanchez, como se identificou um dos seis detidos, não é chileno. "O sotaque é argentino", disse Giudice, a partir de uma conversa que um policial teve com ele. "Há pronúncias diferentes de letras nos dois países."

Por enquanto, a polícia não muda sua versão de que houve sequestro comum e não crime político para reunir dinheiro para organizações guerrilheiras.

Outros nomes de envolvidos ou pistas podem sair dos arquivos criptografados -transformados em códigos- e protegidos por senhas, que os sequestrados mantinham na memória de computadores apreendidos na base de Serra Negra, no interior de São Paulo.

Desde ontem, dois promotores acompanham as investigações da polícia -Roberto Porto, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), e Márcio Sérgio Christino, do Serviço Auxiliar de Investigação.

"O importante agora é batalhar por uma condenação exemplar, para que pessoas como essas deixem de pensar que o Brasil é um paraíso para a criminalidade", afirmou Porto.

A denúncia contra os seis integrantes do grupo já presos pode sair até a próxima sexta-feira, segundo o Ministério Público.


Saiba tudo no especial sobre o sequestro de Washington Olivetto
 

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