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06/02/2002 - 05h54

Sequestradores mudaram visual, afirma testemunha

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da Folha de S.Paulo

O vigia Cícero Felix de Barros, 26, que trabalha na rua do cativeiro de Washington Olivetto, disse que dois homens que viveram na casa desde agosto mudaram de visual em dezembro, dias antes do sequestro do publicitário.

"Eles tinham bigode, barba. Depois tiraram, ficaram diferentes, talvez para confundir", afirmou à Folha. Barros ajudou a elaborar os retratos falados dos dois casais que frequentavam esse sobrado.

Nesses retratos, os homens já aparecem sem barba e bigode. Um dos casais é mais novo, com idades entre 21 e 27 anos. O outro, entre 38 e 45 anos.

O vigia não reconheceu as duas mulheres e os quatro homens presos pela polícia em uma chácara de Serra Negra (150 km de São Paulo). Ele disse que não chegou a conversar com os estrangeiros que estavam na casa porque não entendia a língua deles. "Eles eram estranhos, mas sempre me cumprimentavam. Às vezes, um deles, magrinho, até apertava a minha mão", afirmou.

Os sequestradores pagavam R$ 180 por mês, sempre dia 20, em dinheiro, para cada um dos vigias -Barros, que trabalha de dia, e José, responsável pela segurança à noite. A orientação para esse pagamento, segundo Barros, partiu do proprietário da casa.

Segundo ele, os integrantes da quadrilha costumavam sair do sobrado todos os dias por volta das 9h30 para ir à padaria comprar pão. À tarde, às vezes saíam para ir à lavanderia.

O único carro que Barros disse ter visto no local foi um Passat importado, informação que coincide com a de Nara Dota, vizinha do imóvel, cuja filha ouviu os gritos de Olivetto e chamou a polícia.

Nascido em Alagoas, Barros trabalha como vigia da rua Kansas, no Brooklin Novo, há sete anos. Ele costuma ficar exatamente em frente ao número 40, que serviu de cativeiro de Olivetto.

No último sábado, dia da fuga dos sequestradores e da saída do publicitário do sobrado, ele disse que dormiu durante a manhã e a tarde na casa de número 37, que está para alugar e onde ele costuma descansar de vez em quando. Por isso, não teria notado nenhuma movimentação diferente. Às 17h, ele foi embora.

Anteontem, às 11h, quando chegou para trabalhar, Barros encontrou nessa mesma casa um papel e uma chave. Assustado, resolveu chamar a polícia. No bilhete, os sequestradores pediam para ele regar as plantas e cuidar do cachorro pastor alemão que ficara no sobrado. "No sábado, quando fui embora, não havia bilhete nenhum", afirmou ele, indicando que a carta deve ter sido jogada no quintal desse imóvel depois das 17h de sábado. Olivetto foi encontrado por volta das 22h20 do mesmo dia.
(ALENCAR IZIDORO)
 

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