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07/02/2002 - 05h40

Sequestradores de Olivetto tentaram apagar rastros

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ALESSANDRO SILVA
da Folha de S.Paulo

Os vigias do cativeiro do publicitário Washington Olivetto, 50, antes de fugir, tiveram tempo de destruir disquetes de computadores, mas deixaram para trás, como que por pressa, o diário que fizeram da vida da vítima no local, uma fita de vídeo com imagens dele no cubículo e cartas trocadas com o sequestrado nos 53 dias.

A polícia acredita que os dois casais que vigiavam o imóvel da rua Kansas, em São Paulo, abandonaram o posto na manhã do último dia 2, 12 horas após a descoberta da primeira base dos sequestradores em Serra Negra (150 km de São Paulo), que resultou na prisão de seis pessoas, entre elas o líder da operação: o chileno Mauricio Hernández Norambuena.

O último registro sobre Olivetto no cativeiro foi feito às 8h58 do dia 2, duas horas antes de Hernández ligar para outro esconderijo do grupo, conforme acordo com a polícia, pedindo a libertação do publicitário. Rastreamento da Polícia Civil mostrou que essa ligação teve como destino um apartamento na Vila Mariana (zona sul da capital), a terceira base dos sequestradores descoberta.

O publicitário só foi libertado à noite, porque percebeu que estava sozinho e começou a gritar por ajuda. Uma vizinha ouviu e avisou por telefone a Polícia Militar.

Ninguém foi preso desde Serra Negra, o que mostra a complexa estrutura de organização do grupo, dividido em células. A polícia acredita, por exemplo, que os homens que sequestraram Olivetto no dia 11 de dezembro não são os mesmos que negociavam com a família nem os que o vigiavam no cativeiro da rua Kansas.

No total, 15 pessoas teriam participado do plano de sequestro, segundo a polícia. Seis estão presos, há uma brasileira (cuja identidade não foi divulgada) e um homem (cujo nome seria Miguel Armando Vilabella), foragidos, fora outros três identificados ontem a partir de fotos encontras nas bases operacionais do grupo.

Perícia
"Vamos tentar montar o quebra-cabeça agora", diz Carlos Fontinhas, diretor do Centro de Perícias do Instituto Criminalística de São Paulo, ao explicar que os peritos tentarão montar os disquetes ""rasgados" para tentar recuperar alguma informação.

Além disso, cabelos e pedaços de unhas encontrados no cativeiro e nas quatro bases descobertas serão analisados para se tentar descobrir quantas pessoas passaram por esses locais.

No cativeiro, as amostras foram coletadas em todos os cômodos do imóvel com a ajuda de um aspirador de pó especial. Até mesmo sofás e cantos de paredes foram vistoriados pela perícia.

Mas a confirmação de quem são as pessoas que estiveram lá ainda depende de investigação policial. Isso porque os peritos precisam de uma amostra de cabelo de um suspeito para confrontar com o material recolhido nos imóveis.

O IC não descarta ter de fazer exame de DNA nos fios de cabelo para ajudar na identificação de pessoas que sejam presas.

"Temos diversos tipos de material. Procuramos aqueles que podem levar à identificação dos sequestradores", diz Osvaldo Negrini, diretor dos laboratórios do IC.

Ontem, o IC pediu à polícia amostras da caligrafia dos seis sequestradores presos para confrontar com o conteúdo de bilhetes apreendidos nas bases, como o que foi enviado para o vigia da rua Kansas, Cícero Feliz dos Santos.

Hoje, a polícia deve tentar ouvir uma fita cassete destruída e abandonada no cativeiro pelo bando. A fita com as imagens de Olivetto no local não estava ontem no IC.



Saiba tudo no especial sobre o sequestro de Washington Olivetto
 

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