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20/02/2002 - 08h03

Sumiço de líder do PCC agita cadeias, diz advogado

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da Folha de S.Paulo

O sumiço do preso Marcos Herbas Camacho, o Marcola, dentro do sistema prisional está agitando as cadeias paulistas e pode ser motivo de novos focos de conflito. É essa a opinião de advogados do PCC que estiveram ontem em algumas das unidades do Estado.

Anteontem, quando a megarrebelião fez um ano e uma série de mortes e agitações ocorreram, o pedido de notícias de Marcola encabeçava a lista de reivindicações.

'Ele é muito querido, e os presos temem pelo que pode ocorrer. A falta de notícias está agitando as cadeias e passa a ser difícil prever as reações', disse o advogado Anselmo Maia, que defende líderes e cerca de 200 membros do PCC.

Para Maia, pré-candidato do PMN a deputado federal com apoio do PCC e de familiares de detentos, o sumiço de Marcola é mais um ingrediente no explosivo coquetel que mistura 'uma política de maus-tratos e injustiças acentuada devido à histeria da classe média e da imprensa'.

'Os presos que sabem o que é o sistema e que sofrem as agressões ficam imaginando o que pode estar acontecendo com ele, já que nem eu sei onde ele está', continua Ana Maria Olivatto, advogada e mulher de Marcola.

Marcola foi transferido de São Paulo há um ano. Até o dia 8 passado, ficou no Presídio Federal da Papuda (no Distrito Federal). Nesse dia, seguiu para Aparecida de Goiânia, onde ficou até sexta passada. Desde então, os governos federal e estadual não informam onde ele está.

'Sumiram com ele exatamente quando vencia o prazo máximo de 365 dias de isolamento. Na quinta [véspera do sumiço' ele estava até meio desnorteado de tanto ficar só', afirmou Ana.

Em São Paulo, o secretário da Administração Penitenciária diz que não é mais responsável pelo preso. Em Brasília, o Ministério da Justiça diz que ele está em trânsito e que precisa evitar ataques que ponham o detento em risco ou que possam resgatá-lo.

Por um porta-voz, os líderes do PCC mandaram dizer ontem que os ataques a bomba e as mortes nos presídios só terminarão quando todos os 'generais do partido' voltarem para São Paulo e o governo informar para onde foi transferido Marcola.

'Hoje, promotores do Distrito Federal vão cobrar explicações do Ministério da Justiça. Se elas não vierem até as 17h, vou aos direitos humanos', acrescentou Ana.

A Folha apurou que a intenção do governo federal é devolver os presos a seus Estados de origem. São cerca de 20 nessa situação. Os de São Paulo deverão retornar ao Estado em meados de março, com a conclusão de três presídios.

Ontem, as secretarias da Administração Penitenciária e da Segurança Pública mantiveram em estado de alerta máximo as equipes de segurança dos presídios.

Em algumas unidades, como o Cadeião de Pinheiros, onde dois presos morreram anteontem, a visita foi permitida apenas para mulheres -crianças e demais familiares foram barrados.

No final da tarde, funcionários dos presídios se reuniram com o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, para pedir mais seguranças nas unidades: volta da sinalização como área de segurança, instalação de máquinas de raios X e contratação de 8.000 novos agentes.

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