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22/02/2002 - 05h55

Laudo reforça suspeita contra quadrilha que sequestrou Daniel

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GILMAR PENTEADO
da Folha e S.Paulo

Laudos do IC (Instituto de Criminalística) que serão entregues hoje ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) vão reforçar as evidências contra a quadrilha da favela Pantanal (zona sul de São Paulo) suspeita de ter sequestrado e assassinado o prefeito Celso Daniel (PT).

Os resultados não são definitivos, mas deixaram os peritos bastante otimistas sobre o esclarecimento do crime. Os exames fortaleceram as suspeitas de que a favela tenha sido usada como local do cativeiro e de que a Blazer verde encontrada queimada nas proximidades tenha sido usada no sequestro do prefeito.

A Folha apurou que a tinta da Pajero -carro em que estava o prefeito- e pigmentos encontrados na Blazer supostamente usada pelos sequestradores foram considerados de grande compatibilidade. Os dois carros teriam se chocado durante o sequestro, deixando marcas de tinta.

Foram realizados exames de tonalidade, das substâncias que se acumulam sobre a tinta (poluição e polimento, por exemplo) e do fundo (camada que reveste o carro antes da aplicação da tinta). Em nenhum dos casos a Blazer foi descartada. Na semana passada, a Folha já havia publicado o resultado do exame de tonalidade.

Terra
A comparação entre a terra encontrada no suposto cativeiro da favela e a coletada no sapato e no bolso da calça de Daniel também deixaram os peritos otimistas.

A análise física e química dos grãos de terra também apontaram grande compatibilidade. Mas faltam exames microquímicos, de maior precisão, que devem ser finalizados na próxima semana.

O transporte de solo de uma região a outra da cidade, comum no município de São Paulo, fez os peritos terem cautela, apesar dos resultados dos exames.

Os laudos devem ser usados pela polícia nos interrogatórios de Andrelisom dos Santos Oliveira, 23, único preso dos oito suspeitos de participar da quadrilha.

Ele nega envolvimento no crime. "Existem muitas contradições no depoimento dele. E a polícia está tentando convencê-lo a admitir usando o conjunto probatório contra ele", afirmou o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT). O depoimento de ontem não foi revelado.

Calça
O IC também não encontrou até agora nenhuma evidência de que a calça jeans que o prefeito usava quando saiu do restaurante Rubaiyat, momentos antes de ser sequestrado, não seja a mesma que ele vestia quando foi encontrado.

O empresário Sérgio Gomes da Silva, que estava com o prefeito no momento do sequestro, chegou a dizer que Daniel vestia uma calça social bege. A pouca qualidade das imagens do circuito interno do restaurante dificultou o trabalho dos peritos.
 

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