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19/11/2008 - 09h49

Nayara participa da reconstituição da morte de Eloá em Santo André (SP)

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da Folha Online
do Agora

A adolescente Nayara Rodrigues, 15, participa nesta quarta-feira da reconstituição do assassinato de Eloá Cristina Pimentel, 15, em Santo André (Grande São Paulo). Eloá foi morta após ser mantida por cerca de cem horas em cárcere privado e ser atingida por um tiro na cabeça, disparado pelo ex-namorado Lindemberg Alves, 22.

Com a reconstituição, a polícia espera verificar como foram os momentos-chave que antecederam a morte de Eloá, ocorrida em 17 de outubro, no apartamento onde a menina morava.

Fernando Donasci/Folha Imagem
Nayara no momento em que voltou ao apartamento em Santo André; jovem participa da reconstituição do assassinato de Eloá
Nayara no momento em que voltou ao apartamento em Santo André; jovem participa da reconstituição do assassinato de Eloá

A presença de Nayara não é obrigatória, entretanto o advogado que a representa garantiu que ela voltará ao apartamento onde foi mantida refém com a amiga. "Fizemos um acordo com o delegado [Sérgio Luditza] e exigimos a presença dos advogados da família, da psicóloga que a acompanha e do Conselho Tutelar. Queremos colaborar com o Estado", afirmou Marcelo Augusto de Oliveira, um dos advogados contratados pela família da Nayara.

Conforme Oliveira, a menina não representará a si própria: ela irá orientar uma policial, que fará seu papel, sobre como agiu e o que viu durante o cativeiro e a invasão do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) ao apartamento. Nayara deve ser acompanhada por uma psicóloga e pelo Conselho Tutelar.

O delegado seccional de Santo André, Luiz Carlos dos Santos, diz que serão reconstituídos quatro momentos: 1) a entrada de Lindemberg no apartamento; 2) a libertação de Nayara; 3) o retorno da garota ao cativeiro; e 4) a invasão do Gate ao apartamento.

Desde ontem, moradores do conjunto habitacional Jardim Santo André, onde o crime ocorreu, reclamavam dos transtornos da reconstituição.

Muitos afirmam terem recebido orientações da Polícia Civil sobre "restrição de liberdade de movimento" no edifício, "para não atrapalhar o trabalho". "Vamos virar reféns de novo disso. A polícia disse que não devemos nos movimentar, sem entrada e saída constante", diz a aposentada Alzira Cesário, 65 anos.

A advogada Ana Lúcia Assad, que defende Lindemberg, disse que o seu cliente não vai participar da reconstituição. "Pela legislação penal ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. A Justiça foi informada e a decisão foi aceita na semana passada", afirmou. Um policial fará seu papel.

Para simular a invasão, só cinco integrantes do Gate que participaram da equipe tática, comandada pelo tenente Paulo Sérgio Schiavo, estarão presentes. O comandante do grupo e responsável pela negociação do seqüestro, capitão Adriano Giovaninni, não irá participar.

Caso

Inconformado com o fim do namoro de mais de dois anos, Lindemberg Fernandes Alves decidiu render a ex-namorada no dia 13 de outubro. Na ocasião, ela estava em companhia de três amigos --dois garotos liberados no mesmo dia e de Nayara que, apesar de ter sido libertada 33 horas depois, retornou ao apartamento no dia 16 de outubro.

A Polícia Militar afirmou que invadiu o apartamento na sexta-feira (17/10) após ouvir um tiro e porque o comportamento de Alves, durante tarde, era muito agressivo. Alves está preso no presídio 2 de Tremembé (a 147 km de São Paulo).

15.out.08/Folha Imagem
Eloá na janela do apartamento da família enquanto era mantida refém, em Santo André.
Eloá na janela do apartamento da família enquanto era mantida refém, em Santo André.

Acusações

Lindemberg foi denunciado por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), em relação à Eloá, uma tentativa de homicídio duplamente qualificado, por ter atirado contra a amiga da ex-namorada, Nayara Rodrigues, 15, e uma tentativa de homicídio qualificado por ter feito disparos contra o sargento da Polícia Militar. Ele permanece preso em Tremembé (147 km de São Paulo).

A denúncia contra Lindemberg inclui ainda cinco acusações por cárcere privado qualificado, por ter mantido como reféns Eloá, Nayara por duas vezes, e outros dois colegas das adolescentes que estavam no apartamento quando a residência foi invadida por ele. O réu também foi denunciado quatro vezes por disparo de arma de fogo.

Vítimas

Eloá foi baleada na cabeça e teve morte cerebral no dia seguinte. O enterro reuniu cerca de dez mil pessoas. A família da jovem doou os seus órgãos.

Nayara teve ferimentos no rosto e na mão. Antes de receber alta, a menina Nayara passou por um novo procedimento ortodôntico. Ela colocou um aparelho para dar sustentabilidade aos dentes.

 

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