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06/03/2002 - 06h20

Saúde pública é precária no país, afirma médico

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da Folha de S.Paulo

Para José Aristodemo Pinotti, médico e professor titular de ginecologia da USP, a situação da saúde pública no Brasil é precária e o acesso da população aos serviços do SUS (Sistema Único de Saúde) é sofrível. "Experimente se travestir de paciente SUS por um dia para ver o que acontece. Tente marcar uma consulta por telefone ou procure por um médico. Se você conseguir uma resposta, será a de que sua consulta foi agenda para daqui há muitos meses."

A "proposta" foi feita para uma platéia de mais de 300 estudantes que assistiam à palestra "Política Moderna de Saúde: Uma Análise Crítica", que faz parte do seminário "A Crise das Políticas Públicas", promovido pela UniFMU (Centro Universitário Faculdades Metropolitanas Unidas), em SP.

Durante a palestra, Pinotti também criticou o governo federal, afirmando que o orçamento destinado ao Ministério da Saúde, se comprado com o de outros países, mostra o tamanho do problema vivido no país. "Com uma destinação de apenas 2,5% do PIB para a Saúde, não se pode esperar outra situação que não seja a de precariedade total", disse.

Para Pinotti, a solução é -além da destinação de mais recursos para a pasta- organizar a saúde com fórmulas próprias, que tenham relação com os problemas enfrentados no país. "Não dá para ficar copiando outros países."

Educação
A educação brasileira obteve progressos nos últimos tempos no ensino fundamental, deu um primeiro passo no ensino médio, mas, no ensino superior, é um fracasso do ponto estrutural, disse a professora de ciência política da Unicamp, Sônia Miriam Draibe, em resposta à sua pergunta inicial: "estaria a política educacional brasileira em crise?".

Ela traçou, na noite de ontem, em palestra na UniFMU, uma linha do tempo, dos anos 80 em diante, das políticas sociais. Por meio de uma tabela de mudanças adotadas em diversas reformas, ela mostrou que o ensino superior ainda não foi integrado à agenda.

Na parte final da palestra, a opinião de Sônia a respeito da aprovação automática de estudantes gerou críticas na platéia, formada na maioria por estudantes de pedagogia e serviço social.

Para ela, os responsáveis pelas políticas educacionais enfrentam o dilema de reprovar alunos, aumentando o índice de evasão escolar, ou aprová-los automaticamente, criando casos extremos como alunos analfabetos funcionais no ensino médio.

Segundo Sônia, a culpa não deve ser posta inteiramente nos alunos. As escolas devem incrementar a qualidade do ensino.
 

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