Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/01/2009 - 23h24

Demolição dos destroços da Renascer deve acontecer nesta sexta-feira

Publicidade

da Folha Online

Está prevista para acontecer nesta sexta-feira (23) a demolição do que sobrou da sede da igreja, no Cambuci (centro de São Paulo), onde o teto desabou totalmente no último domingo (18). De acordo com o Ministério Público do Estado de São Paulo, a prioridade é remover uma parede que ameaça cair sobre imóveis que já foram interditados pela Defesa Civil.

Veja a cobertura completa sobre o desabamento na Renascer

O acidente causou nove mortes e deixou mais de 100 feridos. De acordo com Mabel Tucunduva, promotora de Habitação, a demolição depende da aprovação da Polícia Civil, autoridades ambientais e da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

A Demolidora Diez usará um guindaste, que fica em Mauá (Grande São Paulo), para içar a parede que ameaça cair. Com isso, os imóveis ameaçados ficariam intactos. A prioridade é tirar a parede do local. O restante não tem prazo para terminar de ser demolido.

Almeida Rocha/Folha Imagem
Desabamento do teto da Renascer causa mortes e deixa feridos em São Paulo; acidente ocorreu durante intervalo entre cultos
Desabamento do teto da Renascer causa mortes e deixa feridos em São Paulo; acidente ocorreu durante intervalo entre cultos

Com a demolição do que resta da construção, o IC (Instituto de Criminalística) também poderá voltar a fazer perícias no local. No início da noite de segunda-feira (19), a Defesa Civil, interrompeu o trabalho da perícia devido ao risco de desabamentos.

As telhas de amianto e o gesso também devem ser retirados, segundo a promotora, devido ao risco de contaminação que oferecem aos vizinhos do templo.

Contru

O delegado da Polícia Civil Dejar Gomes Neto, da seccional do centro, afirmou nesta quinta-feira que o Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis), da Prefeitura de São Paulo, apresentou documentos comprovando que fiscalizou a sede da Igreja Renascer em Cristo em junho de 2007.

A polícia ouviu os depoimentos de Vagner Monfardini Pasotti, diretor do Contru, e Sílvio De Sicco, diretor de fiscalização de locais para receber mais de 500 pessoas.

Segundo o delegado, em 2007, a vistoria foi realizada "pessoalmente" por De Sicco, e o órgão atestou que a estrutura era "segura". Em julho de 2008, foi expedido um novo alvará de funcionamento à igreja --válido até julho de 2009-- dessa vez, sem vistoria. "Porque o Contru não foi avisado de que havia sido feita uma reforma", afirmou.

Entre agosto e novembro de 2008, a Etersul Coberturas --empresa sem registro no Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura)-- realizou a reforma no teto da igreja. A empresa diz ter trocado 1.600 telhas do templo sem a orientação de um engenheiro. Seu proprietário, Daniel dos Anjos, diz não ver necessidade de engenheiro para trocar telhas, apesar da exigência do Crea.

"Pelos documentos apresentados pelo Contru, ficou claro que eles fizeram o que a lei manda", disse. Até esta quinta-feira, a Polícia Civil ainda não havia ouvido nenhum dirigente da Renascer sobre o caso. Os dirigentes da Renascer deverão ser ouvidos na próxima semana.

Segundo o delegado, após o desabamento, os dirigentes do Contru voltaram ao templo, onde verificaram a existência de telhas novas, além de "claros indícios" de equipamentos de som e ar-condicionado instalados no teto do templo --o que não havia em 2007.

Um dia após o acidente, a Defesa Civil da cidade de São Paulo afirmou que a grande quantidade de aparelhos de ar-condicionado encontrados nos escombros do teto do prédio pode ser uma das causas da estrutura ter sobrecarregado e desabado.

Porém, para o delegado, ainda é cedo apontar se houve ou não negligência por parte da igreja e apontar culpados. Até o momento, foram ouvidas cerca de 35 testemunhas --incluindo vítimas do acidente.

A respeito das declarações da polícia, a igreja enviou a seguinte nota: "A Igreja Renascer em Cristo reafirma que aguardará as conclusões das investigações --neste momento, apenas iniciadas-- sobre as causas da lamentável tragédia ocorrida em sua sede mundial. E envida todos os seus esforços neste sentido."

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página