Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/04/2002 - 06h13

Falso líder do PCC já enganou personalidades

Publicidade

MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

O presidiário que diz integrar o PCC (Primeiro Comando da Capital), Marcelo Nascimento Rocha, 26, o Julião, líder da rebelião ocorrida sexta-feira na Casa de Custódia Jorge Santana (Bangu, zona oeste do Rio), é o mesmo que enganou diversas personalidades no ano passado, entre elas o jornalista Amaury Jr., ao se fazer passar por Henrique Constantino, filho do dono da empresa aérea Gol.

Ana Carolina Fernandes/FI

O estelionatário Julião
Na cadeia, Julião enganou até mesmo integrantes da facção criminosa CV (Comando Vermelho). Segundo a delegada-adjunta da 5ª DP (Delegacia de Polícia), Bárbara Bueno, que prendeu Julião em outubro do ano passado, ele não é membro do PCC.

Durante a rebelião, Julião chegou a afirmar que as duas facções formavam "uma só família". No presídio ele está registrado com o falso nome de Juliano de Souza. O diretor da unidade, Hudson de Mello, disse que vai apurar a razão do registro errado.

Julião foi preso em outubro, no Rio, sob a acusação de praticar estelionato. Para participar do Recifolia (Carnaval fora de época em Recife), Julião alugou um avião e um helicóptero do Grupo Antônio Farias após identificar-se como Henrique Constantino.

Ao chegar à casa de custódia, Julião fez amizade com dois membros do PCC: Ednaldo da Silva, o Naldo, e José Donizete Lucena, presos em dezembro no Rio sob a acusação de planejarem o sequestro de uma autoridade estadual.

Na prisão, Julião diz ser líder da facção paulista. Na rebelião, desarmado, ele conduziu as negociações, mantidas com um pastor e policiais militares, para libertar os três reféns. O motim, que durou 16 horas, terminou com apenas um preso ferido.

"O que ele queria era ganhar fama", disse a delegada, que lembrou a atuação de Julião no Recifolia. "Ele convenceu a empresa a ceder as aeronaves e disse que pagaria depois, alegando que estava sem documentos. Acabou conseguindo", afirmou Bárbara Bueno.

No Recifolia, o estelionatário conheceu modelos, artistas e empresários. Muitos deles foram transportados nos aparelhos alugados por ele. O ator Ricardo Macchi (que atua no programa "Casa dos Artistas", do SBT) e a modelo Marinara Costa foram alguns dos enganados.

Seu momento de maior notoriedade ocorreu ao conceder uma entrevista para o programa comandado por Amaury Jr., então na Rede Bandeirantes. Durante a entrevista, ele chegou a falar sobre os projetos da Gol.

A encenação de Julião foi descoberta em 30 de outubro. De acordo com a Polícia Civil, ele queria alugar um táxi aéreo da Líder para levar amigos famosos até um evento em São Paulo.

A empresa contatou a Gol, que informou que Henrique Constantino estava na Europa. Sem nenhum documento que pudesse provar sua identidade, Julião foi levado por agentes da PF (Polícia Federal) para a 5ª DP.

Julião foi preso e encaminhado à carceragem da Polinter (Polícia Interestadual), antes da transferência para a Jorge Santana.

Nascido em Curitiba (PR), Julião pratica crimes desde os 16 anos de idade, de acordo com sua ficha criminal. Ele já foi condenado a seis anos e dez meses de prisão por estelionato e falsidade ideológica, mas não cumpriu a pena porque fugiu. Ele também é acusado de traficar drogas no Mato Grosso do Sul.

Leia outras notícias:
  • Cerca de 295 mil ficam sem água em SP

  • Pedágio da Imigrantes é assaltado

  • Itamar decide intervir em conflito entre polícias mineiras
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página