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06/05/2002
-
09h37
da Folha Online
Em 1989, o empresário Abílio Diniz passou seis dias nas mãos de sequestradores. A repercussão causada pela ação contra o dono do Grupo Pão de Açúcar fez com que o Congresso Nacional alterasse o Código Penal, que passou a considerar esta prática um crime hediondo e inafiançável.
Diniz foi abordado na manhã do dia 11 de dezembro daquele ano. Os criminosos usaram uma Caravan disfarçada de ambulância para bloquear o caminho do empresário na esquina das ruas Sabuji e Seridó, no Jardim Europa (zona oeste de São Paulo).
A Caravan foi abandonada no Morumbi (zona oeste) e encontrada pela polícia. No carro foi achado um cartão com o endereço de uma oficina mecânica na qual os sequestradores haviam encomendado um serviço mecânico.
Chegando à oficina, os policiais descobriram o telefone de um flat, que havia sido fornecido como contato pelo chileno Pedro Segundo Solar Venega aos mecânicos.
Venega foi preso logo em seguida. Junto com ele foram achados documentos e anotações que levaram à identificação de mais cinco participantes do sequestro, encontrados em um apartamento no Jabaquara (zona sul).
Com as informações prestadas pelos criminosos, a polícia chegou ao cativeiro de Abílio Diniz, onde estava o restante do grupo de sequestradores: um sobrado na praça Hachiro Miazaki, também no Jabaquara.
No dia 17 de dezembro, após um cerco de 36 horas, os dez sequestradores _quatro chilenos, três argentinos, dois canadenses e um brasileiro_ se renderam à polícia e Abílio Diniz foi libertado sem ferimentos.
Ação política
Na ocasião, o grupo pediu um resgate no valor de US$ 30 milhões para libertar o empresário. Depois de presos, eles alegaram ter planejado toda a ação com motivações políticas, afirmando que usariam o dinheiro do resgate para financiar guerrilhas de esquerda na América Latina.
Depois foi descoberto que eles pertenciam ao MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária), do Chile. Também foram encontrados documentos em instalações de guerrilheiros na Nicarágua que comprovaram o envolvimento dos sequestradores de Diniz com grupos políticos.
Os criminosos passaram quase dez anos presos na Casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo. Com o tempo, todo os estrangeiros envolvidos no caso foram extraditados para seus países de origem e o brasileiro Raimundo Costa Freire ganhou o benefício da liberdade condicional.
Eles haviam sido condenados a penas que variavam de 18 a 17 anos, e conseguiram os benefícios na Justiça após terem cumprido mais de um terço das sentenças.
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Em 1989, o empresário Abílio Diniz passou seis dias nas mãos de sequestradores. A repercussão causada pela ação contra o dono do Grupo Pão de Açúcar fez com que o Congresso Nacional alterasse o Código Penal, que passou a considerar esta prática um crime hediondo e inafiançável.
Diniz foi abordado na manhã do dia 11 de dezembro daquele ano. Os criminosos usaram uma Caravan disfarçada de ambulância para bloquear o caminho do empresário na esquina das ruas Sabuji e Seridó, no Jardim Europa (zona oeste de São Paulo).
A Caravan foi abandonada no Morumbi (zona oeste) e encontrada pela polícia. No carro foi achado um cartão com o endereço de uma oficina mecânica na qual os sequestradores haviam encomendado um serviço mecânico.
Chegando à oficina, os policiais descobriram o telefone de um flat, que havia sido fornecido como contato pelo chileno Pedro Segundo Solar Venega aos mecânicos.
Venega foi preso logo em seguida. Junto com ele foram achados documentos e anotações que levaram à identificação de mais cinco participantes do sequestro, encontrados em um apartamento no Jabaquara (zona sul).
Com as informações prestadas pelos criminosos, a polícia chegou ao cativeiro de Abílio Diniz, onde estava o restante do grupo de sequestradores: um sobrado na praça Hachiro Miazaki, também no Jabaquara.
No dia 17 de dezembro, após um cerco de 36 horas, os dez sequestradores _quatro chilenos, três argentinos, dois canadenses e um brasileiro_ se renderam à polícia e Abílio Diniz foi libertado sem ferimentos.
Ação política
Na ocasião, o grupo pediu um resgate no valor de US$ 30 milhões para libertar o empresário. Depois de presos, eles alegaram ter planejado toda a ação com motivações políticas, afirmando que usariam o dinheiro do resgate para financiar guerrilhas de esquerda na América Latina.
Depois foi descoberto que eles pertenciam ao MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária), do Chile. Também foram encontrados documentos em instalações de guerrilheiros na Nicarágua que comprovaram o envolvimento dos sequestradores de Diniz com grupos políticos.
Os criminosos passaram quase dez anos presos na Casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo. Com o tempo, todo os estrangeiros envolvidos no caso foram extraditados para seus países de origem e o brasileiro Raimundo Costa Freire ganhou o benefício da liberdade condicional.
Eles haviam sido condenados a penas que variavam de 18 a 17 anos, e conseguiram os benefícios na Justiça após terem cumprido mais de um terço das sentenças.
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