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10/06/2002
-
09h10
da Folha Online
da Folha de S.Paulo, no Rio
O jornalista Tim Lopes, 51, da Rede Globo, foi torturado, morto e queimado. Segundo o chefe da Polícia Civil do Rio, Zaqueu Teixeira, Lopes foi assassinado por Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, líder da facção CV (Comando Vermelho), que teria usado uma espada do tipo ninja.
As informações foram dadas à polícia por Fernando Satiro da Silva, 25, o Frei, e Reinaldo do Amaral de Jesus, 25, o Cadê, que pertencem à quadrilha de Elias Maluco. Os dois foram presos na manhã de ontem, durante operação da polícia no morro da Caixa D'água, na Penha, zona norte do Rio.
O jornalista desapareceu há oito dias, quando fazia reportagem sobre baile funk e venda de drogas na favela Vila Cruzeiro, também na Penha.
Os suspeitos detidos negaram participação no crime, mas revelaram "com riqueza de detalhes" a morte do jornalista. "Eles disseram que sabem do que aconteceu de ouvir dizer. Mas é um ouvir dizer com muita precisão, e isso nos faz acreditar que eles estavam na cena do crime", afirmou Teixeira.
O delegado-titular da 38ª DP (Brás de Pina), Reginaldo Guilherme, disse que Lopes estava no baile funk na Vila Cruzeiro quando foi abordado por um segurança do tráfico e levado até Maurício Martins, o Boi, do CV. "Lopes foi reconhecido, pois já havia estado lá outras vezes. Eles encontraram a microcâmera que o jornalista escondia na pochete", afirmou o delegado.
Boi teria ligado para Elias Maluco. O chefe do CV teria ordenado que Lopes fosse levado para a favela da Grota, no Complexo do Alemão. De acordo com o relato, o jornalista teve as mãos amarradas para trás e foi levado de carro para o topo da favela, onde levou um tiro no pé, para não fugir.
Em entrevista na delegacia, Frei disse que Lopes foi submetido a um julgamento. Elias Maluco, Boi, André da Silva Barbosa, o André Capeta, e Ratinho teriam participado. "Ele [Elias Maluco] abriu a barriga de Lopes com um golpe de espada. Depois o colocaram dentro de pneus e queimaram o corpo", contou o titular da 38º DP.
O corpo estaria enterrado ao lado do local onde foi queimado. De acordo com o delegado, Elias teria feito questão de matar Lopes por causa da reportagem "Feira das Drogas", exibida pelo "Jornal Nacional" em julho. Lopes filmou traficantes vendendo cocaína e maconha na entrada da favela da Grota. Pela reportagem, Lopes recebeu o Prêmio Esso de Telejornalismo de 2001.
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da Folha de S.Paulo, no Rio
O jornalista Tim Lopes, 51, da Rede Globo, foi torturado, morto e queimado. Segundo o chefe da Polícia Civil do Rio, Zaqueu Teixeira, Lopes foi assassinado por Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, líder da facção CV (Comando Vermelho), que teria usado uma espada do tipo ninja.
Reprodução Repórter Tim Lopes |
O jornalista desapareceu há oito dias, quando fazia reportagem sobre baile funk e venda de drogas na favela Vila Cruzeiro, também na Penha.
Os suspeitos detidos negaram participação no crime, mas revelaram "com riqueza de detalhes" a morte do jornalista. "Eles disseram que sabem do que aconteceu de ouvir dizer. Mas é um ouvir dizer com muita precisão, e isso nos faz acreditar que eles estavam na cena do crime", afirmou Teixeira.
O delegado-titular da 38ª DP (Brás de Pina), Reginaldo Guilherme, disse que Lopes estava no baile funk na Vila Cruzeiro quando foi abordado por um segurança do tráfico e levado até Maurício Martins, o Boi, do CV. "Lopes foi reconhecido, pois já havia estado lá outras vezes. Eles encontraram a microcâmera que o jornalista escondia na pochete", afirmou o delegado.
Boi teria ligado para Elias Maluco. O chefe do CV teria ordenado que Lopes fosse levado para a favela da Grota, no Complexo do Alemão. De acordo com o relato, o jornalista teve as mãos amarradas para trás e foi levado de carro para o topo da favela, onde levou um tiro no pé, para não fugir.
Em entrevista na delegacia, Frei disse que Lopes foi submetido a um julgamento. Elias Maluco, Boi, André da Silva Barbosa, o André Capeta, e Ratinho teriam participado. "Ele [Elias Maluco] abriu a barriga de Lopes com um golpe de espada. Depois o colocaram dentro de pneus e queimaram o corpo", contou o titular da 38º DP.
O corpo estaria enterrado ao lado do local onde foi queimado. De acordo com o delegado, Elias teria feito questão de matar Lopes por causa da reportagem "Feira das Drogas", exibida pelo "Jornal Nacional" em julho. Lopes filmou traficantes vendendo cocaína e maconha na entrada da favela da Grota. Pela reportagem, Lopes recebeu o Prêmio Esso de Telejornalismo de 2001.
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