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12/06/2002
-
08h10
MARIA TERESA MORAES
da Folha Vale
O laudo final do DAC (Departamento de Aviação Civil), que foi concluído ontem, descarta falha mecânica no helicóptero do grupo Pão de Açúcar que caiu no mar dia 27 de julho do ano passado, na praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte do Estado.
O laudo do departamento contradiz as declarações feitas pelo próprio empresário João Paulo Diniz, um dos sobreviventes, que afirmou, no dia da queda, ter ouvido um barulho na aeronave momentos antes do acidente.
O co-piloto Luiz Roberto Araújo Cintra, que como Diniz sobreviveu nadando até a praia, também afirmou à polícia de Maresias ter havido falha mecânica, versão que ele negou dez dias depois durante uma coletiva.
No acidente, morreram o piloto, Ronaldo Jorge Ribeiro, 43, e a modelo Fernanda Vogel, 20, que era namorada de Diniz.
Segundo o chefe da divisão de investigação de acidentes aeronáuticos do DAC, coronel João Luiz de Castro Guimarães, o laudo aponta que a aeronave estava em perfeitas condições mecânicas e que todas as inspeções exigidas pelo DAC estavam em dia.
Após o acidente, os técnicos do DAC realizaram também inúmeros testes laboratoriais com os motores, instrumentos de vôo e com a carcaça do helicóptero e concluíram que a aeronave estava funcionando perfeitamente.
De acordo com Guimarães, os estudos apontam alguns itens como "fatores contribuintes" para a ocorrência do acidente, como as condições meteorológicas desfavoráveis apresentadas na noite do acidente e a deficiente coordenação de cabine.
"Cada piloto tem um trabalho específico na cabine. Enquanto um controla os instrumentos de vôo, o outro busca o contato e a orientação visual com o heliponto onde pretende pousar. O relatório mostra que, em algum momento, os dois tripulantes [piloto e co-piloto] olhavam para a mesma direção", disse o chefe da divisão.
O laudo também confirmou que as condições meteorológicas eram desfavoráveis ao vôo visual desde o momento da decolagem. "O tempo começou a piorar no momento em que a aeronave deixou São Paulo", disse Guimarães.
A partir da conclusão do relatório, o DAC passará a exigir que todos os tripulantes de aeronaves particulares realizem o Treinamento de Gerenciamento de Recursos de Cabine.
O curso, antes somente exigido para pilotos de aviões de grande porte, passará também a ser obrigatório para os pilotos de aeronaves de comando duplo _com piloto e co-piloto.
O DAC não tem registros de que o piloto Ribeiro e o co-piloto tenham realizado o treinamento. A Folha tentou contato com o grupo Pão de Açúcar, mas ninguém foi localizado.
Leia mais sobre o acidente
Helicóptero de Diniz não caiu por falha mecânica, diz laudo
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da Folha Vale
O laudo final do DAC (Departamento de Aviação Civil), que foi concluído ontem, descarta falha mecânica no helicóptero do grupo Pão de Açúcar que caiu no mar dia 27 de julho do ano passado, na praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte do Estado.
O laudo do departamento contradiz as declarações feitas pelo próprio empresário João Paulo Diniz, um dos sobreviventes, que afirmou, no dia da queda, ter ouvido um barulho na aeronave momentos antes do acidente.
O co-piloto Luiz Roberto Araújo Cintra, que como Diniz sobreviveu nadando até a praia, também afirmou à polícia de Maresias ter havido falha mecânica, versão que ele negou dez dias depois durante uma coletiva.
No acidente, morreram o piloto, Ronaldo Jorge Ribeiro, 43, e a modelo Fernanda Vogel, 20, que era namorada de Diniz.
Segundo o chefe da divisão de investigação de acidentes aeronáuticos do DAC, coronel João Luiz de Castro Guimarães, o laudo aponta que a aeronave estava em perfeitas condições mecânicas e que todas as inspeções exigidas pelo DAC estavam em dia.
Após o acidente, os técnicos do DAC realizaram também inúmeros testes laboratoriais com os motores, instrumentos de vôo e com a carcaça do helicóptero e concluíram que a aeronave estava funcionando perfeitamente.
De acordo com Guimarães, os estudos apontam alguns itens como "fatores contribuintes" para a ocorrência do acidente, como as condições meteorológicas desfavoráveis apresentadas na noite do acidente e a deficiente coordenação de cabine.
"Cada piloto tem um trabalho específico na cabine. Enquanto um controla os instrumentos de vôo, o outro busca o contato e a orientação visual com o heliponto onde pretende pousar. O relatório mostra que, em algum momento, os dois tripulantes [piloto e co-piloto] olhavam para a mesma direção", disse o chefe da divisão.
O laudo também confirmou que as condições meteorológicas eram desfavoráveis ao vôo visual desde o momento da decolagem. "O tempo começou a piorar no momento em que a aeronave deixou São Paulo", disse Guimarães.
A partir da conclusão do relatório, o DAC passará a exigir que todos os tripulantes de aeronaves particulares realizem o Treinamento de Gerenciamento de Recursos de Cabine.
O curso, antes somente exigido para pilotos de aviões de grande porte, passará também a ser obrigatório para os pilotos de aeronaves de comando duplo _com piloto e co-piloto.
O DAC não tem registros de que o piloto Ribeiro e o co-piloto tenham realizado o treinamento. A Folha tentou contato com o grupo Pão de Açúcar, mas ninguém foi localizado.
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