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31/07/2002
-
19h30
MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio
Um preso morreu e um sargento da PM (Polícia Militar) foi mantido refém nesta quarta-feira durante rebelião que durou 11 horas na Casa de Custódia Jorge Santana (complexo penitenciário de Bangu, zona oeste do Rio). A rebelião começou depois que 60 presos conseguiram fugir pela porta da frente da unidade.
Após o fim da rebelião, o comandante-geral da PM, coronel Francisco Braz, determinou a prisão administrativa de 15 PMs que trabalhavam na casa de custódia quando os presos se rebelaram.
Além disso, exonerou o coordenador das casas de custódia de Bangu, coronel Hudson de Mello, e os diretores da Jorge Santana e das duas outras casas de custódia que ficam no complexo penitenciário (Muniz Sodré e Bangu 5).
O motim começou por volta da meia-noite. Sessenta detentos, um deles armado com um revólver, renderam o policial que estava na portaria, roubaram seu fuzil e fugiram pela porta da frente. A PM cercou a casa de custódia em seguida. Revoltados, os detentos que não conseguiram fugir se rebelaram.
Segundo o coronel Braz, os policiais punidos cometeram falha grave ao permitir que o revólver entrasse na unidade. A punição durará três dias. Caso não fique provada a conivência com os presos, os PMs serão reintegrados ao serviço.
Após fugirem, perseguidos pelos policiais, os presos se esconderam em um matagal próximo à casa de custódia . Houve troca de tiros. Um dos fugitivos morreu. O nome dele não havia sido divulgado até as 19h.
Os PMs passaram a madrugada vasculhando o matagal. Por três vezes, os policiais trocaram tiros com os fugitivos. Até o final da tarde, apenas um havia sido recapturado.
Afastamentos
O afastamento do coordenador e dos diretores das três casas de custódia de Bangu, segundo Braz, é consequência das últimas rebeliões e fugas ocorridas nas unidades.
Para o comandante, a sequência de acontecimentos é uma razão forte para que o governo estadual entregue ao Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário), órgão que administra os presídios, a responsabilidade pelas casas de custódia. "É um desvio de função para a PM administrar casas de custódia", afirmou.
Só este ano, ocorreram duas rebeliões e três fugas na Jorge Santana. No dia 19 de junho, cerca de 40 presos fugiram por um túnel cavado a mão. Inaugurada em janeiro do ano passado, a Jorge Santana tem capacidade para abrigar até 500 presos. Antes da fuga, a unidade tinha 478, segundo a PM.
Hoje, o secretário estadual de Justiça, Paulo Saboya, disse que o Estado está construindo seis casas de custódia. Segundo ele, até o final do ano, três estarão prontas _duas estaduais e uma federal.
Negociação
As negociações para a libertação do refém João Batista Gomes de Araújo só começaram no início da manhã, com a chegada de policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM). Os amotinados exigiram a presença de um pastor evangélico para soltar o sargento, o que aconteceu por volta das 11h. Araújo não ficou ferido.
Durante as negociações, conduzidas por um pastor e um policial do Bope, os presos exigiram melhorias na alimentação e no tratamento dispensados a seus familiares. A PM prometeu estudar as reivindicações.
Rebelião em casa de custódia de Bangu (RJ) deixa um morto
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Um preso morreu e um sargento da PM (Polícia Militar) foi mantido refém nesta quarta-feira durante rebelião que durou 11 horas na Casa de Custódia Jorge Santana (complexo penitenciário de Bangu, zona oeste do Rio). A rebelião começou depois que 60 presos conseguiram fugir pela porta da frente da unidade.
Após o fim da rebelião, o comandante-geral da PM, coronel Francisco Braz, determinou a prisão administrativa de 15 PMs que trabalhavam na casa de custódia quando os presos se rebelaram.
Além disso, exonerou o coordenador das casas de custódia de Bangu, coronel Hudson de Mello, e os diretores da Jorge Santana e das duas outras casas de custódia que ficam no complexo penitenciário (Muniz Sodré e Bangu 5).
O motim começou por volta da meia-noite. Sessenta detentos, um deles armado com um revólver, renderam o policial que estava na portaria, roubaram seu fuzil e fugiram pela porta da frente. A PM cercou a casa de custódia em seguida. Revoltados, os detentos que não conseguiram fugir se rebelaram.
Segundo o coronel Braz, os policiais punidos cometeram falha grave ao permitir que o revólver entrasse na unidade. A punição durará três dias. Caso não fique provada a conivência com os presos, os PMs serão reintegrados ao serviço.
Após fugirem, perseguidos pelos policiais, os presos se esconderam em um matagal próximo à casa de custódia . Houve troca de tiros. Um dos fugitivos morreu. O nome dele não havia sido divulgado até as 19h.
Os PMs passaram a madrugada vasculhando o matagal. Por três vezes, os policiais trocaram tiros com os fugitivos. Até o final da tarde, apenas um havia sido recapturado.
Afastamentos
O afastamento do coordenador e dos diretores das três casas de custódia de Bangu, segundo Braz, é consequência das últimas rebeliões e fugas ocorridas nas unidades.
Para o comandante, a sequência de acontecimentos é uma razão forte para que o governo estadual entregue ao Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário), órgão que administra os presídios, a responsabilidade pelas casas de custódia. "É um desvio de função para a PM administrar casas de custódia", afirmou.
Só este ano, ocorreram duas rebeliões e três fugas na Jorge Santana. No dia 19 de junho, cerca de 40 presos fugiram por um túnel cavado a mão. Inaugurada em janeiro do ano passado, a Jorge Santana tem capacidade para abrigar até 500 presos. Antes da fuga, a unidade tinha 478, segundo a PM.
Hoje, o secretário estadual de Justiça, Paulo Saboya, disse que o Estado está construindo seis casas de custódia. Segundo ele, até o final do ano, três estarão prontas _duas estaduais e uma federal.
Negociação
As negociações para a libertação do refém João Batista Gomes de Araújo só começaram no início da manhã, com a chegada de policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM). Os amotinados exigiram a presença de um pastor evangélico para soltar o sargento, o que aconteceu por volta das 11h. Araújo não ficou ferido.
Durante as negociações, conduzidas por um pastor e um policial do Bope, os presos exigiram melhorias na alimentação e no tratamento dispensados a seus familiares. A PM prometeu estudar as reivindicações.
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