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28/08/2002 - 03h42

Mãe de Tainá revela que havia outro veículo na perseguição

DAGUITO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo

Rosana Alves, 33, mãe de Tainá Alves de Mendonça, 5, que morreu baleada após briga de trânsito no Alto de Pinheiros (zona oeste de São Paulo), no último dia 11, disse que três carros perseguiram o Monza de Rodrigo Henrique Farrampa Guilherme, 22, após ele bater no Astra do advogado Marcos Vassiliades Pereira. De acordo com versões divulgadas anteriormente, apenas dois automóveis teriam perseguido o Monza.

"Eram três carros e seis pessoas". Segundo ela, Fábio Valente de Mendonça Jr., tio da garota, que participou da perseguição, teria dito que o empresário Alexandre Certo seguiu o Monza em seu carro, levando a namorada. O advogado Pereira, que depois levaria dois tiros, teria ido com seu Astra, enquanto Mendonça Jr. teria levado Tainá e o irmão dela, Lucas, 3, em seu próprio Kadett. Certo se negou a comentar o caso.

A Folha apurou que a polícia não trabalha com a hipótese de três carros terem perseguido o Monza naquela noite.

No entanto, o menor P.R.S.S., 17, que dirigia o Monza, disse na semana passada, após ser preso com quadrilha de assaltantes, que foi seguido por três automóveis.

A advogada de Farrampa Guilherme, Elisabeth Tolgyesi Lopes, disse que seu cliente chegou a comentar por telefone, antes de se entregar na sexta, que eram três os carros que perseguiram o Monza, mas ela disse que o rapaz pode ter se confundido quando a Ranger de uma testemunha quase se chocou com o Monza em fuga.

O boletim de ocorrência do crime descreve que Mendonça Jr. estava em seu próprio Kadett, levando Alexandre Certo, e que Pereira teria ido sozinho no Astra. Portanto, apenas dois carros teriam participado da perseguição.

Culpa
Rosana disse que o único culpado pela morte de sua filha é Farrampa Guilherme. Ela não condena a atitude de Mendonça Jr., que levou as crianças para participar da perseguição. "Eu me coloco no lugar dele e não sei se também não iria [com as crianças]."

Mesmo assim, de acordo com ela, Mendonça Jr. se sente culpado por ter saído com as duas crianças e voltado apenas com Lucas. O rapaz ainda está tomando calmantes, relatou Rosana.

A mãe de Tainá voltou a dizer que não houve agressão após o Monza parar. Segundo ela, o tio das crianças teria dito que Pereira em momento algum teve contato físico com os ocupantes do carro. "Ele foi dar uma dura, foi conversar. Estava pegando a placa."

Ainda segundo ela, Mendonça Jr. teria dito que Pereira estava com os braços abertos, falando, quando foi baleado por dois tiros disparados por Farrampa Guilherme. Então o advogado teria corrido em direção ao Kadett.

Mendonça Jr., segundo ela, teria gritado que havia crianças no carro e teria entrado no Kadett. Agachado, teria dado a ré, já com Pereira no banco de passageiros, e só então teria percebido que Tainá estava baleada no banco traseiro.

Vida nova
Rosana disse que sua vida mudou completamente após o crime. Ela ainda não voltou ao trabalho de vendedora e só entrou no apartamento onde mora uma única vez, para buscar roupas.

Segundo ela, Ricardo Mendonça, 25, seu marido e pai da garota, ainda não voltou ao apartamento desde a morte da filha. Rosana diz que familiares buscam as roupas e demais pertences que eles precisam para o dia-a-dia e que eles têm dormido na casa de Patrícia de Mendonça, irmã de Ricardo.

Além de Lucas, o casal ainda tem outra filha, Larissa, 2. De acordo com Rosana, o menino, que viu a irmã ser baleada, é o que melhor entende a situação. A menina ainda chama pela irmã. "Às vezes, ela pega o telefone e fala que a Tainá está na linha. A gente diz: "Oi, Tainá, tudo bem?"."

Rosana critica Farrampa Guilherme por ele esconder o rosto. "Agora ele está com medo? Na hora de pegar a arma e sair atirando, ele não teve medo."
 

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