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31/08/2002 - 04h09

SP registra queda nos casos de sequestros relâmpagos

da Folha de S.Paulo

O número de sequestros relâmpagos registrados pela polícia na cidade de São Paulo, no primeiro semestre deste ano, é o menor desde que esse tipo de crime começou a ser monitorado em 2000.

De janeiro a junho, a Polícia Civil registrou 370 casos, contra 1.128 registros de dois anos atrás, segundo a 3ª Delegacia de Crimes contra o Patrimônio, do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado).

Pelo menos dois fatos, além das operações policiais específicas contra o sequestro relâmpago, podem explicar a queda: o fechamento à noite dos caixas 24h desde o ano passado, por causa do racionamento de energia, e o crescimento do sequestro tradicional, com pedido de resgate.

O sequestro relâmpago é um roubo prolongado, em que a vítima fica como refém no próprio veículo, enquanto os ladrões utilizam seu cartão de banco para fazer saques. Com a restrição de funcionamento após às 22h, implantada em junho do ano passado, o horário de maior risco mudou da noite para a tarde, entre 15h e 18h _23% dos crimes.

"São indivíduos oportunistas. Roubam o veículo e aproveitam para ficar com relógio, dinheiro, com o cartão de banco da vítima", afirma o delegado Valter Sérgio de Abreu, da 3ª Delegacia do Deic, que contabiliza mensalmente os casos de sequestros relâmpagos registrados na capital. Não há estatística oficial para o Estado.

O período de redução coincide com o surgimento de uma nova modalidade de sequestro tradicional, com pedido de resgate: a vítima passa um período curto em cativeiro, às vezes com mais de uma pessoa como refém, enquanto os criminosos negociam o pagamento de quantia inferior ao que seria cobrado em um sequestro planejado. A vítima é escolhida aleatoriamente, em geral pelo tipo de carro que dirige.

De 2000 para cá, o número de sequestros com cativeiro no Estado aumentou 5,2 vezes, passando de 38 casos no primeiro semestre de 2000, para 199 no mesmo período deste ano, segundo a Secretaria da Segurança Pública.

Risco
Nos dois tipos de crime, em comum, a maioria das vítimas é surpreendida na rua, quase sempre dentro do próprio carro ou se aproximando dele. No sequestro relâmpago, 44,5% das vítimas foram pegas no veículo. No sequestro tradicional, esse número salta para 90% dos crimes.

"É no embarque e desembarque dos veículos que a pessoa está mais fragilizada, até mesmo se tiver carro blindado", diz o delegado Manoel Camassa, da Delegacia de Estelionato do Deic, que durante três anos investigou quadrilhas de assaltantes de carros.

Por esse motivo, as dicas para escapar desse tipo de crime quase sempre envolvem cuidados perto ou dentro de veículos, no trânsito. Segundo delegados, é preciso ficar atento a pessoas suspeitas antes de entrar ou sair do carro, ao lugar onde se estaciona e evitar permanecer muito tempo dentro de carro parado na rua.

Na capital, 51% dos crimes de sequestro relâmpago ocorrem na zona oeste e as vítimas preferidas não são as mulheres, mas homens (79,5%). Nos casos com pedidos de resgate, a maioria dos sequestrados foi atacada em bairros de classe média alta da zona sul.

No segundo trimestre deste ano, em relação ao primeiro, houve uma queda de 19% nos casos de sequestros com cativeiro, mas os números estão 95% acima do registrado no ano passado.

Solange Frazão
Anteontem, a personal trainer Solange Frazão, que participou da "Casa dos Artistas 3", do SBT, foi mais uma vítima do sequestro relâmpago.

Segundo sua assessoria, por volta das 23h30, uma dupla em uma moto fechou seu Audi, em Perdizes (zona oeste). Um ladrão armado entrou no carro e o motoqueiro seguiu o veículo por cerca de uma hora. Solange foi levada até a av. dos Autonomistas, em Osasco, onde o ladrão desceu do Audi. Foram levados um relógio, um anel e R$ 105 -Solange estava sem cartão bancário.
 

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