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10/09/2002
-
18h59
da Folha Online
A comissão designada pela Igreja Católica para analisar a suposta imagem de Nossa Senhora que apareceu na janela de uma casa em Ferraz de Vasconcelos, na Grande são Paulo, divulgou hoje oficialmente que a mancha foi provoca por reações químicas decorrentes de água de chuva, umidade e variações de temperatura.
A imagem foi percebida por moradores em uma casa do Jardim Juliana no dia 14 de julho. Dez dias mais tarde, a comissão foi formada. Segundo o padre José Eduardo Ferreira, de Ferraz de Vasconcelos, os fiéis vão ser conscientizados sobre o o resultado do laudo elaborado por um grupo de especialistas.
Apesar do resultado, a Igreja não vai condenar a fé das pessoas.
"Vamos ajudar a população a entender o fenômeno como natural", disse o padre. Para ele, as pessoas "foram motivadas pela sua fé para a encontrar a presença de Deus em uma capricho que a natureza criou na janela".
O padre Armando Martin Gutierrez, também da comissão, reforça a afirmação que é importante cada um ter fé. Conforme ele, as orações não foram feitas para o vidro e sim para Nossa Senhora.
Conforme o psicólogo Wellington Zangari, um dos membros da comissão, o ser humano pode buscar a satisfação para seus desejos em algo que não é concreto. "É compreensível o comportamento dos fiéis que organizaram romarias para rezar e fazer pedidos em frente à janela".
A comissão acredita que a janela já tinha a mancha mesmo antes de ser colocada na casa.
Fé
O padre José Eduardo e o bispo diocesano Dom Paulo Mascarenhas Roxo estiveram ontem na casa onde apareceu a mancha para comunicar aos proprietários sobre o resultado do laudo.
O padre Eduardo disse que conversou muito com os moradores e assim como restante da população, a família também será conscientizada sobre o resultado.
"As pessoas tendem a ter dificuldade em separar religião de fenômenos naturais, que não dependem da fé".
Romaria
A cantora Elba Ramalho esteve em Ferraz de Vasconcelos, no dia 24 de julho, para ver a suposta imagem de Nossa Senhora reproduzida no vidro.
Ela disse, na época, que 'os especialistas não podem analisar cientificamente os fenômenos provindos do céu'.
Romarias foram organizadas e moradores da região formaram filas para chegar perto da janela e rezar em frente ao reflexo. Ambulantes aproveitaram o movimento e transformaram a Antônio Bernardino Corrêa em local de venda de camisetas, brinquedos, terços e comidas.
Segundo a prefeitura, em 20 dias, cerca de 170 mil pessoas passaram pela casa.
A partir da divulgação da suposta imagem de santa em Ferraz, outras imagens surgiram em diversos pontos do país. A comissão preferiu não comentar as outras aparições afirmando que não foram estudadas.
Conclusão final
São quatro pontos principais apontados pela comissão para a suposta imagem da santa. Leia a íntegra da síntese da conclusão final:
"1) a mancha que apresenta-se no referido vidro foi ali produzida por um processo conhecido de corrosão do material vítreo devido à exposição inadequada do mesmo a fatores ambientais, principalmente pela ação da umidade e da temperatura durante sua estocagem;
2) o vidro já estaria manchado quando da intalação da janela na referida residência, mas a mancha foi percebida pelos moradores do local apenas no dia 14 de julho de 2002;
3) o formato arredondado da mancha, bem como sua coloração, devem-se ao resultado típico do processo descrito nos laudos [reações químicas], podendo se afirmar que a forma específica da mancha em questão deu-se por mero acaso;
4) a interpretação popular de que a mancha tratar-se-ia da imagem de Nossa Senhora tem raízes psico-sociais, grandemente influenciadas pela cultura".
Laudo diz que imagem de santa em janela é uma reação química
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Comissão para analisar suposta imagem de santa em SP é definida
Igreja afirma que reações químicas provocaram mancha em janela
LÍVIA MARRAda Folha Online
A comissão designada pela Igreja Católica para analisar a suposta imagem de Nossa Senhora que apareceu na janela de uma casa em Ferraz de Vasconcelos, na Grande são Paulo, divulgou hoje oficialmente que a mancha foi provoca por reações químicas decorrentes de água de chuva, umidade e variações de temperatura.
Gilberto Marques/FI Suposta imagem de santa |
Apesar do resultado, a Igreja não vai condenar a fé das pessoas.
"Vamos ajudar a população a entender o fenômeno como natural", disse o padre. Para ele, as pessoas "foram motivadas pela sua fé para a encontrar a presença de Deus em uma capricho que a natureza criou na janela".
O padre Armando Martin Gutierrez, também da comissão, reforça a afirmação que é importante cada um ter fé. Conforme ele, as orações não foram feitas para o vidro e sim para Nossa Senhora.
Conforme o psicólogo Wellington Zangari, um dos membros da comissão, o ser humano pode buscar a satisfação para seus desejos em algo que não é concreto. "É compreensível o comportamento dos fiéis que organizaram romarias para rezar e fazer pedidos em frente à janela".
A comissão acredita que a janela já tinha a mancha mesmo antes de ser colocada na casa.
Fé
O padre José Eduardo e o bispo diocesano Dom Paulo Mascarenhas Roxo estiveram ontem na casa onde apareceu a mancha para comunicar aos proprietários sobre o resultado do laudo.
O padre Eduardo disse que conversou muito com os moradores e assim como restante da população, a família também será conscientizada sobre o resultado.
"As pessoas tendem a ter dificuldade em separar religião de fenômenos naturais, que não dependem da fé".
Romaria
A cantora Elba Ramalho esteve em Ferraz de Vasconcelos, no dia 24 de julho, para ver a suposta imagem de Nossa Senhora reproduzida no vidro.
Ela disse, na época, que 'os especialistas não podem analisar cientificamente os fenômenos provindos do céu'.
Romarias foram organizadas e moradores da região formaram filas para chegar perto da janela e rezar em frente ao reflexo. Ambulantes aproveitaram o movimento e transformaram a Antônio Bernardino Corrêa em local de venda de camisetas, brinquedos, terços e comidas.
Segundo a prefeitura, em 20 dias, cerca de 170 mil pessoas passaram pela casa.
A partir da divulgação da suposta imagem de santa em Ferraz, outras imagens surgiram em diversos pontos do país. A comissão preferiu não comentar as outras aparições afirmando que não foram estudadas.
Conclusão final
São quatro pontos principais apontados pela comissão para a suposta imagem da santa. Leia a íntegra da síntese da conclusão final:
"1) a mancha que apresenta-se no referido vidro foi ali produzida por um processo conhecido de corrosão do material vítreo devido à exposição inadequada do mesmo a fatores ambientais, principalmente pela ação da umidade e da temperatura durante sua estocagem;
2) o vidro já estaria manchado quando da intalação da janela na referida residência, mas a mancha foi percebida pelos moradores do local apenas no dia 14 de julho de 2002;
3) o formato arredondado da mancha, bem como sua coloração, devem-se ao resultado típico do processo descrito nos laudos [reações químicas], podendo se afirmar que a forma específica da mancha em questão deu-se por mero acaso;
4) a interpretação popular de que a mancha tratar-se-ia da imagem de Nossa Senhora tem raízes psico-sociais, grandemente influenciadas pela cultura".
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