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11/09/2002
-
22h01
MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio
Um impasse entre a PM (Polícia Militar) e os agentes penitenciários do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário) impediu que fosse cumprida de imediato a ordem da governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), para que o presídio fosse invadido.
A autorização para a invasão foi anunciada oficialmente às 17h30 pela assessoria de Benedita. Até o momento, a invasão não aconteceu.
Por volta das 18h30, agentes do Desipe fizeram um cordão de isolamento na frente da unidade, para impedir a entrada de policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais), designados para realizar a invasão.
Diante do confronto iminente entre as duas forças, piorando mais ainda a situação, um grupo de quatro delegados, comandados pelo subsecretário de Planejamento e Integração Operacional, Carlos Leba, conseguiu entrar em Bangu 1 para assumir a negociação com os presos rebelados.
Às 21h30, a negociação estava em um impasse. Os presos exigiam a transferência para outros presídios do Estado do Rio e ameaçavam matar os reféns caso não fossem atendidos. O governo não admitia atendê-los.
Os agentes fizeram o cordão de isolamento como forma de proteger os colegas reféns. Eles temiam que as vítimas fossem mortas em caso de invasão.
Providências
A rebelião começou por volta das 8h30. Três horas após o início, o secretário de Segurança, Roberto Aguiar, convocou, às pressas, uma reunião com o chefe da Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, o secretário de Justiça, Paulo Saboya, e o comandante da PM, coronel Francisco Braz.
Durante todo tempo em que a cúpula esteve reunida, a desinformação era total, principalmente com relação ao traficante Celsinho da Vila Vintém. Ninguém sabia direito se ele morrera ou era mantido refém.
No início da tarde, os dirigentes reunidos acionaram o Bope para assumir a negociação com os presos. Como não houve um acordo, o comandante da PM foi para o local, por volta das 15h.
Diante de um novo fracasso, a governadora Benedita da Silva entrou na reunião às 16h. A seguir, foi dada a ordem da invasão.
A cúpula da segurança decidiu que será feito um pente-fino (revista minuciosa) em todas as unidades que integram o complexo penitenciário de Bangu logo após o término da rebelião.
Outra decisão foi convocar 12 agentes que trabalhavam hoje no presídio para prestar depoimento na Draco (Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais), da Polícia Civil. Eles terão que relatar como os presos conseguiram pegar as armas.
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FERNANDA DA ESCÓSSIAMARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio
Um impasse entre a PM (Polícia Militar) e os agentes penitenciários do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário) impediu que fosse cumprida de imediato a ordem da governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), para que o presídio fosse invadido.
A autorização para a invasão foi anunciada oficialmente às 17h30 pela assessoria de Benedita. Até o momento, a invasão não aconteceu.
Por volta das 18h30, agentes do Desipe fizeram um cordão de isolamento na frente da unidade, para impedir a entrada de policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais), designados para realizar a invasão.
Diante do confronto iminente entre as duas forças, piorando mais ainda a situação, um grupo de quatro delegados, comandados pelo subsecretário de Planejamento e Integração Operacional, Carlos Leba, conseguiu entrar em Bangu 1 para assumir a negociação com os presos rebelados.
Às 21h30, a negociação estava em um impasse. Os presos exigiam a transferência para outros presídios do Estado do Rio e ameaçavam matar os reféns caso não fossem atendidos. O governo não admitia atendê-los.
Os agentes fizeram o cordão de isolamento como forma de proteger os colegas reféns. Eles temiam que as vítimas fossem mortas em caso de invasão.
Providências
A rebelião começou por volta das 8h30. Três horas após o início, o secretário de Segurança, Roberto Aguiar, convocou, às pressas, uma reunião com o chefe da Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, o secretário de Justiça, Paulo Saboya, e o comandante da PM, coronel Francisco Braz.
Durante todo tempo em que a cúpula esteve reunida, a desinformação era total, principalmente com relação ao traficante Celsinho da Vila Vintém. Ninguém sabia direito se ele morrera ou era mantido refém.
No início da tarde, os dirigentes reunidos acionaram o Bope para assumir a negociação com os presos. Como não houve um acordo, o comandante da PM foi para o local, por volta das 15h.
Diante de um novo fracasso, a governadora Benedita da Silva entrou na reunião às 16h. A seguir, foi dada a ordem da invasão.
A cúpula da segurança decidiu que será feito um pente-fino (revista minuciosa) em todas as unidades que integram o complexo penitenciário de Bangu logo após o término da rebelião.
Outra decisão foi convocar 12 agentes que trabalhavam hoje no presídio para prestar depoimento na Draco (Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais), da Polícia Civil. Eles terão que relatar como os presos conseguiram pegar as armas.
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