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11/09/2002 - 22h52

Governo confirma morte de quatro traficantes na rebelião em Bangu 1

ANA PAULA GRABOIS
da Folha Online, no Rio

O governo do Rio confirmou a morte de quatro traficantes na rebelião no presídio de Bangu 1 que acontece desde as 8h30 desta quarta-feira. Morreram Ernaldo Pinto Medeiros, o Uê, Marcelo Lucas da Silva, o Café, Wanderley Soares, o Orelha e Carlos Alberto da Costa, o Robertinho do Adeus.

A.Campbell/Folha Imagem

Fernandinho Beira-Mar, em depoimento no TJ do Rio
Estão feridos Celsinho da Vila Vintém, que foi espancado e que mudou de lado [ele era do Terceiro Comando e para não morrer passou para o Comando Vermelho], e Elpídio Rodriges Sabino, o Pidi.

Outros 12 presos que estavam na galeria B de Bangu 1 foram transferidos para o presídio de Bangu 2, no mesmo complexo, com a autorização de Beira-Mar. Eles serraram uma grade e pularam pelo teto. Entre eles, está o traficante o Marcelo PQD.

Doze agentes penitenciários que faziam plantão na hora da rebelião foram demitidos, além do diretor de Bangu 1. Eles serão processados criminalmente pelo Estado. Dois dos agentes foram presos.

Dos oito reféns, quatro agentes e quatro funcionários de empresas que prestavam serviços no presídio, dois foram libertados. Segundo o Secretário da Segurança Pública, Roberto Aguiar, há entre mil e 1.500 policiais civis e militares cercando a área.

Segundo Aguiar, todas as instalações do presídio foram destruídas em uma ação feita com a conivência dos agentes pois os presos tinham as chaves da unidade.

Ainda segundo Aguiar, o líder da rebelião é Fernandinho Beira-Mar, que tem a intenção de unificar nacionalmente o crime organizado. Os traficantes conhecidos como My Thor e Gigante auxiliam Beira-Mar.

Invasão
Apesar de a invasão da polícia ao presídio ter sido autorizada pela governadora Benedita da Silva, os policiais do Bope (Policiais do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) não puderam entrar no presídio pois integrantes do sindicato dos agentes penitenciários impediram.

A Secretaria da Segurança, para evitar problemas, desistiu temporariamente da invasão e tenta negociar com os rebelados.

Pânico
A rebelião no presídio espalhou pânico pelas ruas da cidade. A cúpula da área segurança pública do Rio mobilizou à tarde cerca de 2.000 policiais militares e quatro helicópteros na tentativa de evitar depredações e tiroteios entre traficantes rivais. O dirigível também foi utilizado na operação.

Em nove bairros, parte do comércio fechou as portas, mesmo sem determinação dos traficantes. A tensão foi maior nas imediações do complexo do Alemão, zona norte, dominado pelo Comando Vermelho. Com medo de que as favelas da região, em retaliação, fossem invadidas pelo grupo de Uê, até igrejas fecharam as portas no início da tarde.

Na Ilha de Governador, zona norte, e na zona leste, traficantes determinaram o fechamento do comércio.

A Universidade Federal do Rio, na Ilha do Fundão (zona norte), foi esvaziada.



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