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15/09/2002
-
18h52
Dois dias depois de se posicionar contra a desativação do Carandiru, o candidato do PPB ao governo de São Paulo, Paulo Maluf, voltou atrás e defendeu neste domingo o fim das atividades do complexo penitenciário paulistano.
"Não sou contra, sou a favor da desativação do Carandiru. Mas não contaminar todos os bairros de São Paulo e todas as cidades do interior com superlotação nos presídios. Isso é mera pirotecnia eleitoral de um governador incompetente, incapaz e frouxo", afirmou Maluf, em alusão ao seu adversário na disputa eleitoral, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que hoje assinou decreto extinguindo o complexo.
Na última sexta-feira, em Araraquara, no interior de São Paulo, Maluf se mostrou contrário à medida. "Não é que eu vou reativar, é que não deveria ser desativado", disse, então, o candidato.
Segundo informou a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária de São Paulo, os presos que estavam no Carandiru não foram transferidos para distritos policiais paulistanos, como sugeriu Maluf. De acordo com o órgão, todos os detentos estão em prisões menores que foram construídas no interior do Estado.
Diante da informação de que a desativação foi definida pelo governo Alckmin no ano passado, quando começou sua desocupação gradativa, e não agora, durante as eleições, Maluf reagiu.
"A desativação foi prometida para 98, não foi cumprida. Foi prometida para 2002 e novamente não foi cumprida, porque ela [a Casa de Detenção] está sendo desativada à custa da superpopulação de bandidos nos distritos", disse o candidato pepebista.
Maluf defendeu a construção de presídios federais "em lugares bem distantes, lá na Amazônia, onde os Fernandinho Beira-Mar poderiam ter realmente um presídio de segurança máxima, onde não vão se comunicar com ninguém, pois os celulares nem funcionam no meio da floresta".
Reação tucana
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) rebateu as críticas que vem recebendo de Maluf sobre o fim do Carandiru e reagiu.
Durante a transferência hoje dos últimos 74 presos do complexo penitenciário, Alckmin chamou o pepebista de "político atrasado" por conta da afirmação do ex-governador de que o local não deveria ser desativado.
"É o oportunista de sempre. Se não desativa, ele critica, se desativa, também critica. Ninguém o leva a sério, nem ele mesmo leva a sério as palavras que fala ou escreve", disse o governador.
Segundo Alckmin, a desativação do complexo do Carandiru estava no programa de governo do candidato pepebista nas eleições municipais de 2002.
À época, afirma o governador, Maluf prometia transformar o local em um grande parque do Ibirapuera para a zona norte.
Com a desativação do Carandiru, o governo pretende transformar o lugar em um parque da juventude, uma área de educação, esporte, lazer e cultura. O local abriga a última reserva de mata atlântica da capital.
Alckmin também descartou que a desativação, concluída a 20 dias das eleições, tenha fins eleitoreiros, conforme sugeriu Maluf em entrevista na última sexta.
"Fizemos no menor prazo possível. Eu assumi o governo faz 18 meses. Consegui construir nesse período 11 penitenciárias simultaneamente para poder fazer todas as transferências. Fazer isso em menos tempo seria impossível", afirmou o governador.
Maluf e Alckmin lideram a sucessão estadual. Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 11, o pepebista está com 35% das intenções de voto, contra 25% do governador. O candidato do PT, José Genoino, surge com 17% no levantamento do instituto.
Leia mais:
Maluf, Alckmin e Genoino divergem sobre fim do Carandiru
Maluf recua e defende o fim do Carandiru
da Folha de S.PauloDois dias depois de se posicionar contra a desativação do Carandiru, o candidato do PPB ao governo de São Paulo, Paulo Maluf, voltou atrás e defendeu neste domingo o fim das atividades do complexo penitenciário paulistano.
"Não sou contra, sou a favor da desativação do Carandiru. Mas não contaminar todos os bairros de São Paulo e todas as cidades do interior com superlotação nos presídios. Isso é mera pirotecnia eleitoral de um governador incompetente, incapaz e frouxo", afirmou Maluf, em alusão ao seu adversário na disputa eleitoral, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que hoje assinou decreto extinguindo o complexo.
Na última sexta-feira, em Araraquara, no interior de São Paulo, Maluf se mostrou contrário à medida. "Não é que eu vou reativar, é que não deveria ser desativado", disse, então, o candidato.
Segundo informou a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária de São Paulo, os presos que estavam no Carandiru não foram transferidos para distritos policiais paulistanos, como sugeriu Maluf. De acordo com o órgão, todos os detentos estão em prisões menores que foram construídas no interior do Estado.
Diante da informação de que a desativação foi definida pelo governo Alckmin no ano passado, quando começou sua desocupação gradativa, e não agora, durante as eleições, Maluf reagiu.
"A desativação foi prometida para 98, não foi cumprida. Foi prometida para 2002 e novamente não foi cumprida, porque ela [a Casa de Detenção] está sendo desativada à custa da superpopulação de bandidos nos distritos", disse o candidato pepebista.
Maluf defendeu a construção de presídios federais "em lugares bem distantes, lá na Amazônia, onde os Fernandinho Beira-Mar poderiam ter realmente um presídio de segurança máxima, onde não vão se comunicar com ninguém, pois os celulares nem funcionam no meio da floresta".
Reação tucana
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) rebateu as críticas que vem recebendo de Maluf sobre o fim do Carandiru e reagiu.
Durante a transferência hoje dos últimos 74 presos do complexo penitenciário, Alckmin chamou o pepebista de "político atrasado" por conta da afirmação do ex-governador de que o local não deveria ser desativado.
"É o oportunista de sempre. Se não desativa, ele critica, se desativa, também critica. Ninguém o leva a sério, nem ele mesmo leva a sério as palavras que fala ou escreve", disse o governador.
Segundo Alckmin, a desativação do complexo do Carandiru estava no programa de governo do candidato pepebista nas eleições municipais de 2002.
À época, afirma o governador, Maluf prometia transformar o local em um grande parque do Ibirapuera para a zona norte.
Com a desativação do Carandiru, o governo pretende transformar o lugar em um parque da juventude, uma área de educação, esporte, lazer e cultura. O local abriga a última reserva de mata atlântica da capital.
Alckmin também descartou que a desativação, concluída a 20 dias das eleições, tenha fins eleitoreiros, conforme sugeriu Maluf em entrevista na última sexta.
"Fizemos no menor prazo possível. Eu assumi o governo faz 18 meses. Consegui construir nesse período 11 penitenciárias simultaneamente para poder fazer todas as transferências. Fazer isso em menos tempo seria impossível", afirmou o governador.
Maluf e Alckmin lideram a sucessão estadual. Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 11, o pepebista está com 35% das intenções de voto, contra 25% do governador. O candidato do PT, José Genoino, surge com 17% no levantamento do instituto.
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