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27/09/2002
-
09h32
KLEBER TOMAZ
da Folha Campinas
Quase duas semanas após a morte de um adolescente em um show no ginásio da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o Conselho Universitário anunciou a criação de um grupo de trabalho para elaborar um plano de segurança para o campus.
O grupo se reuniu ontem pela primeira vez e tem um mês para fazer o diagnóstico do problema, consultar a comunidade e especialistas de outras instituições para elaborar o documento. A partir desta semana, o grupo vai realizar reuniões semanais.
O estudo deverá tratar da segurança no trânsito, no trabalho, pessoal e patrimonial, além de definir uma política de uso de espaços comerciais nos campi da universidade (Campinas, Piracicaba e Limeira), incluindo a utilização do ginásio.
No último dia 13, o estudante Luiz Felipe do Paraná Fischer, 17, foi baleado e morto em frente ao ginásio da Unicamp, onde acontecia um show da banda Titãs.
Entre as medidas discutidas pelo grupo está a elaboração de um mapa de segurança da universidade, que deverá apontar os espaços do campus de Campinas com maior incidência de ocorrências, assim como o perfil dessas ocorrências ao longo dos últimos anos, tanto no período diurno quanto no noturno.
Números
O número de furtos de veículos, por exemplo, saltou de um, no primeiro semestre de 2001, para nove, em igual período deste ano. A universidade tem um orçamento previsto para este ano de cerca de R$ 630 milhões. Há recursos destinados para a área da segurança. No entanto a assessoria da Unicamp não soube informar o valor.
A segurança no campus foi uma das principais bandeiras do reitor Carlos Henrique de Brito Cruz durante a sua campanha.
Funcionários e alunos reclamam da demora para a iniciativa da reitoria, que, segundo eles, foi pressionada a agir depois da morte do adolescente.
"Para quem tinha a segurança como prioridade, o reitor demorou muito para tomar a decisão de elaborar um plano de segurança para o campus", afirmou Antônio Alves Neto, um dos diretores do STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp).
De acordo com Neto, o sindicato propôs à reitoria a abertura da discussão imediatamente após a posse de Cruz, em abril.
"Não tivemos nenhuma resposta. Com certeza, se não tivesse ocorrido essa morte, o plano de segurança estaria sendo arrastado", declarou o diretor.
"Já existia um plano, e sempre pressionamos para que esse plano fosse discutido, mas só agora eles [reitoria] se mostraram dispostos a conversar", disse o coordenador do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da Unicamp Rafael dos Santos Pereira.
O reitor da Unicamp contesta ter havido demora. A comerciante Elisabete Fernandes Ferreira, 52, proprietária de um bar no IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), é umas vítimas da violência que se instalou dentro do campus.
"Nos três últimos anos, a falta de segurança tem aumentado aqui na universidade. Fui assaltada no ano passado, quando dois homens em uma moto fecharam o meu carro no meio da tarde e levaram minha bolsa. Eu não podia reagir. Eles estavam armados."
De acordo com a comerciante, ela não se sente segura no campus. "No dia em que me roubaram, a segurança da Unicamp demorou para aparecer", afirmou.
A comerciante, entretanto, não culpa os seguranças pelo que lhe aconteceu. "Um deles [segurança] me confidenciou um dia que não podia fazer nada, porque eles não andam armados e também têm medo dos bandidos."
Leia mais:
Reitor da Unicamp nega demora em plano de segurança
Após crime em show do Titãs, Unicamp faz plano de segurança
RAQUEL LIMAKLEBER TOMAZ
da Folha Campinas
Quase duas semanas após a morte de um adolescente em um show no ginásio da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o Conselho Universitário anunciou a criação de um grupo de trabalho para elaborar um plano de segurança para o campus.
O grupo se reuniu ontem pela primeira vez e tem um mês para fazer o diagnóstico do problema, consultar a comunidade e especialistas de outras instituições para elaborar o documento. A partir desta semana, o grupo vai realizar reuniões semanais.
O estudo deverá tratar da segurança no trânsito, no trabalho, pessoal e patrimonial, além de definir uma política de uso de espaços comerciais nos campi da universidade (Campinas, Piracicaba e Limeira), incluindo a utilização do ginásio.
No último dia 13, o estudante Luiz Felipe do Paraná Fischer, 17, foi baleado e morto em frente ao ginásio da Unicamp, onde acontecia um show da banda Titãs.
Entre as medidas discutidas pelo grupo está a elaboração de um mapa de segurança da universidade, que deverá apontar os espaços do campus de Campinas com maior incidência de ocorrências, assim como o perfil dessas ocorrências ao longo dos últimos anos, tanto no período diurno quanto no noturno.
Números
O número de furtos de veículos, por exemplo, saltou de um, no primeiro semestre de 2001, para nove, em igual período deste ano. A universidade tem um orçamento previsto para este ano de cerca de R$ 630 milhões. Há recursos destinados para a área da segurança. No entanto a assessoria da Unicamp não soube informar o valor.
A segurança no campus foi uma das principais bandeiras do reitor Carlos Henrique de Brito Cruz durante a sua campanha.
Funcionários e alunos reclamam da demora para a iniciativa da reitoria, que, segundo eles, foi pressionada a agir depois da morte do adolescente.
"Para quem tinha a segurança como prioridade, o reitor demorou muito para tomar a decisão de elaborar um plano de segurança para o campus", afirmou Antônio Alves Neto, um dos diretores do STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp).
De acordo com Neto, o sindicato propôs à reitoria a abertura da discussão imediatamente após a posse de Cruz, em abril.
"Não tivemos nenhuma resposta. Com certeza, se não tivesse ocorrido essa morte, o plano de segurança estaria sendo arrastado", declarou o diretor.
"Já existia um plano, e sempre pressionamos para que esse plano fosse discutido, mas só agora eles [reitoria] se mostraram dispostos a conversar", disse o coordenador do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da Unicamp Rafael dos Santos Pereira.
O reitor da Unicamp contesta ter havido demora. A comerciante Elisabete Fernandes Ferreira, 52, proprietária de um bar no IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), é umas vítimas da violência que se instalou dentro do campus.
"Nos três últimos anos, a falta de segurança tem aumentado aqui na universidade. Fui assaltada no ano passado, quando dois homens em uma moto fecharam o meu carro no meio da tarde e levaram minha bolsa. Eu não podia reagir. Eles estavam armados."
De acordo com a comerciante, ela não se sente segura no campus. "No dia em que me roubaram, a segurança da Unicamp demorou para aparecer", afirmou.
A comerciante, entretanto, não culpa os seguranças pelo que lhe aconteceu. "Um deles [segurança] me confidenciou um dia que não podia fazer nada, porque eles não andam armados e também têm medo dos bandidos."
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