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Secretário classifica como excesso prisão de médica que deixou de internar paciente no Rio
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DIANA BRITO
Colaboração para a Folha Online
O secretário estadual da Saúde do Rio, Sérgio Côrtes, afirmou na tarde desta quarta-feira que houve excessos na prisão da médica Ana Murai por descumprir uma ordem judicial de internar uma mulher, durante a madrugada. Ela alegou que não havia leito disponível, foi levada para um distrito policial e liberada após depoimento.
Côrtes está reunido na tarde de hoje com o presidente do TJ (Tribunal de Justiça), Luiz Zveiter, para criticar a decisão do juiz do plantão Judiciário, André Nicolitt.
"Houve excesso por parte do juiz. Como não existe beliche em UTI, e nós não vamos matar um paciente para que outro seja internado, ele deveria aguardar para que o paciente fosse transferido", afirmou.
Côrtes disse que esteve reunido com o juiz há duas semanas, na secretaria, para tratar de assuntos relacionados ao cumprimento de ações judiciais. De acordo com o secretário, 98% das liminares para internações de pacientes já foram cumpridas, mas não há como internar alguém sem leitos disponíveis.
"Foi muito mais grave a prisão dela [médica]. Deixar um plantão sem médico em plena epidemia de gripe suína, enquanto nós temos que transferir pacientes. E qual é a culpa dela? O que se ganhou com a prisão dessa médica? Iríamos cumprir a decisão tão logo tivéssemos um leito", disse o secretário.
O caso
A médica Ana Murai foi presa quando estava de plantão no Iaserj (Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio). A decisão judicial previa a internação de Maria Elza da Silva Aquino, 64, no CTI (Centro de tratamento Intensivo) dos hospitais Cardoso Fontes, em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), ou no Instituto Estadual de Cardiologia Aloísio de Castro, no Humaitá, (zona sul).
Murai, que é coordenadora da Central Estadual de Regulação, negou as acusações à polícia e disse que não internou a paciente por não tinha leitos disponíveis.
"O juiz me deu duas horas para resolver um problema de madrugada que não tinha como ser resolvido. Não tinha leito disponível. É a primeira vez que passo por uma situação constrangedora por estar cumprindo o meu dever de médica. Eu estava trabalhando, fazendo as coisas. A gente tem um surto de gripe A, um bando de paciente morrendo e não pude trabalhar", afirmou a médica.
A médica foi levada para a 5ª DP (Gomes Freire), no centro, onde prestou depoimento e foi liberada na manhã desta quarta.
"Eu cumpri três mandados judiciais ontem e não cumpri o dela não porque não quis, mas porque eu não pude cumprir, eu não tinha leito disponível para esta paciente. O caso específico dela precisava de unidade coronariana, não podia transferir para um leito que não era adequado para ela. Não pude explicar para o juiz antes de me prender", disse a médica.
Paciente
Maria Elza deu entrada no último sábado (25) no hospital particular Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador (zona norte) com problemas cardíacos. Após ser atendida ela teve que ser transferida para um hospital público devido a restrições do seu plano de saúde.
Com isso, uma ordem judicial foi expedida exigindo a abertura de uma vaga na rede pública. Enquanto a vaga não era aberta, ela permaneceu desde domingo (26) no aguardo na emergência do hospital particular.
A Folha Online tentou contato com parentes da paciente, mas não conseguiu encontrá-los.
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