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08/10/2002 - 18h05

Justiça do Rio mantém proibição de visitas de advogados a Beira-Mar

LÍVIA MARRA
da Folha Online
ANA PAULA GRABOIS
da Folha Online, no Rio

A Justiça do Rio manteve hoje a proibição de vistas de advogados ao traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, preso no Batalhão de Choque da Polícia Militar, no centro do Rio. Um tumulto foi registrado por volta das 16h na unidade.

Segundo o Tribunal de Justiça do Estado, a decisão de manter a proibição de visitas é da desembargadora Odete Knaack de Souza, da 8ª Câmara.

Um pedido de liminar dos advogados -entre eles Lydio da Hora- já havia sido negado. Eles, então, entraram com um agravo regimental contra a decisão. Em sessão realizada hoje, a desembargadora manteve a proibição de visitas.

Os advogados deverão recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Por determinação do governo do Rio, todas as visitas -inclusive dos advogados- haviam sido suspensas após a onda de ameaças e boatos que resultou no fechamento do comércio em diversos bairros da cidade, Niterói e São Gonçalo, região metropolitana, dia 30 de setembro.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, cada preso elegeu um advogado e as visitas ocorrem normalmente. Os advogados foram cadastrados e podem visitar um cliente por dia, por 20 minutos, de segunda a sexta-feira.

Após a proibição, no início do mês, o advogado Jorge Luiz Pereira de Souza, que defende o traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, também preso no Batalhão de Choque, conseguiu autorização judicial para visitar seu cliente.

A autorização foi concedida pelo juiz Alexandre Abrahão da 1ª Vara Criminal. Ele beneficiou também, conforme o Tribunal de Justiça do Estado, o advogado Paulo Roberto Cuzzuol, que defende o traficante Cláudio Orlando do Nascimento, o Ratinho, preso em Bangu, também acusado de envolvimento no assassinato de Tim Lopes. Cuzzuol teve a prisão preventiva decretada dia 1º por associação para o tráfico de drogas. Ele teria comprado o rádio Nextel usado por Elias Maluco.

Tumulto
Um tumulto foi registrado hoje no Batalhão de Choque da PM. Foi o primeiro incidente desde que integrantes do Comando Vermelho foram transferidos para a unidade após rebelião do dia 11 de setembro que destruiu o presídio de segurança máxima Bangu 1 e terminou com quatro rivais de Beira-Mar assassinados.

Segundo a Polícia Militar, quatro traficantes, _My Thor, Gigante, Chapolim e Marcinho VP_ destruíram parcialmente a cela onde estão presos e derrubaram parte das divisórias que os separavam. A Secretaria da Segurança Pùblica informou que eles cobriram as câmeras que os vigiam 24 horas com pedaços de panos. O tumulto começou por volta das 16h e durou cerca de 20 minutos.

Também conforme a PM, desde a manhã de hoje os presos faziam movimentos suspeitos e reclamavam da falta de visitas, chegando a ameaçar matar os policiais que fazem a segurança do batalhão.

Os envolvidos deverão ser autuados por destruição do patrimônio público.

Os presos
Estão presos no batalhão os traficantes Luiz Fernando da Costa, o Fernando Beira-Mar, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim, Marco Antônio Firmino da Silva, o My Thor, e Márcio Silva Macedo, o Gigante. Todos são integrantes do CV (Comando Vermelho) e foram transferidos de Bangu 1 para o batalhão após rebelião do dia 11, liderada por Beira-Mar, e que destruiu a unidade. Durante o motim, quatro presos rivais foram assassinados.

Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, ferido durante a rebelião em Bangu 1, está preso no Comando de Policiamento do Interior, em Niterói. Ele é integrante da ADA (Amigos dos Amigos), facção rival ao CV.

O traficante Marcos Antônio da Silva Tavares, o Marquinho Niterói, "grampeado" pelo Ministério Público, também foi transferido para o Batalhão de Choque. As gravações, feitas dia 15 de setembro, revelam que ele programava o fechamento do comércio no Rio, como ocorreu dia 30 de setembro, em represália contra o isolamento dos colegas de facção para o batalhão.

Outro preso do batalhão é o traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, principal acusado pelo assassinado do jornalista Tim Lopes, em junho, preso dia 19 de setembro durante operação policial no Complexo do Alemão.


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