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17/10/2002 - 20h51

Fogo consome o Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas

RANIER BRAGON
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O fogo que atinge desde o último dia 8 o Parque Nacional da Serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais, já pode ter consumido, segundo avaliação dos técnicos que trabalham na região, cerca de 35 mil hectares de mata, quase metade da área preservada, que é de 71,5 mil hectares.

Entre os pontos afetados estão as nascentes de vários rios importantes, como o São Francisco, o maior rio totalmente brasileiro, e o Araguari. Grande parte da mata que margeia as nascentes foi queimada, o que contribui para piorar a situação desses rios, que já estão com níveis baixos de água devido à falta de chuvas.

Cerca de 30 integrantes da brigada de incêndio trabalhavam no combate ao fogo, que, segundo a direção do parque, estava sob controle. Os técnicos afirmam que os incêndios tiveram origem criminosa, já que teriam sido provocados por pessoas que moram próximo à área preservada ou por algumas que visitaram o parque.

O ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, sobrevoou hoje as áreas atingidas e classificou a situação como grave. Ele anunciou um reforço para a equipe de combate ao fogo. Hoje mesmo, oito brigadistas do Parque Nacional da Serra do Cipó, também em Minas Gerais, foram deslocados para ajudar a debelar as chamas.

A ação do fogo nas matas mineiras _que já tiveram mais de 2.000 focos de incêndio só neste mês, de acordo com o Corpo de Bombeiros_ vem sendo reforçada pela temperatura alta e a baixa unidade relativa do ar em quase todo o Estado.

De acordo com o 5º Distrito de Meteorologia, em Belo Horizonte, a umidade do ar atingiu hoje, na capital mineira, a marca de 20%, a menor registrada em meses de outubro desde 1994. A aceitável, em épocas de muito calor, é de 35%.

Até a próxima terça-feira, a previsão é de continuidade do tempo seco e da temperatura alta, apenas com ocorrência de chuvas isoladas no Triângulo Mineiro e na região sul do Estado.

São Paulo
Um incêndio no Centro Experimental de Aramar, em Iperó (120 km a oeste de São Paulo), levou cerca de 15 horas para ser controlado e deixou cem hectares queimados _uma área equivalente a 140 campos de futebol.

O centro experimental pertence à Marinha. Lá está sendo desenvolvido a planta de propulsão (espécie de casa de máquinas) do submarino nuclear brasileiro. Essa área, no entanto, não foi atingida pelo fogo.

O incêndio começou por volta das 13h de quarta-feira e só foi controlado às 4h de hoje. Cerca de cem pessoas trabalharam no combate ao fogo.

Segundo o superintendente industrial do centro, Germano de Freitas, apenas área de mato foi atingida. A causa do incêndio não foi descoberta.

"Com essa seca, o fogo se alastra rapidamente, seja ele causado por incendiários ou por acidentes", disse o sargento Edson dos Santos, do Corpo de Bombeiros de Sorocaba.

Colaborou ALESSANDRA KORMANN, da Agência Folha
 

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