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Conselho de Medicina de SP suspende registro de Roger Abdelmassih
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da Folha Online
da Folha de S.Paulo
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) decidiu nesta quarta-feira suspender o registro de Roger Abdelmassih, um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do país. Acusado de crimes sexuais contra ex-pacientes, Abdelmassih está preso desde a última segunda-feira (17).
- Leia a íntegra da decisão da Justiça
- Médico comete abuso desde a década de 70, diz promotor
- Denúncia de abuso sexual é fantasiosa, diz advogado
- Entenda o caso que envolve o médico Roger Abdelmassih
- Preso por crimes sexuais, Abdelmassih nega acusações
Com a decisão, o médico fica impedido de exercer a profissão, temporariamente, até a conclusão das investigações pelo Cremesp. Reportagem publicada na Folha no último dia 11 mostra que 51 processos éticos foram abertos contra o médico. Por diversas vezes, o médico negou as acusações.
Caso Abdelmassih seja considerado culpado, a punição pode variar de advertência até a perda definitiva do registro médico. Ele poderá recorrer ao Conselho Federal de Medicina e à Justiça.
Também nesta quarta, o desembargador José Raul Gavião de Almeida, da 6ª Câmara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça), negou o pedido de liberdade apresentado pela defesa do médico. A defesa informou que vai recorrer.
Fred Chalub/17.ago.2009/Folha Imagem |
Justiça nega liberdade para o médico Roger Abdelmassih (foto), acusado de crimes sexuais contra ex-pacientes em São Paulo |
A prisão de Abdelmassih foi decretada pelo juiz Bruno Paes Stranforini, da 16ª Vara Criminal, que acatou a denúncia (acusação formal) oferecida pelo Ministério Público. Com isso, foi instaurado processo criminal contra o médico para a análise das acusações.
O médico foi denunciado (acusado formalmente) pela Promotoria na última quinta-feira (13) sob acusação de 56 estupros. A denúncia foi feita com base em legislação que passou a vigorar no último dia 7, segundo a qual o antigo "ato libidinoso" passa a ser considerado como "estupro". Pela legislação anterior, seriam 53 atentados violentos ao pudor (atos libidinosos) e três estupros (quando há conjunção carnal).
Em geral, as mulheres o acusam de tentar beijá-las ou acariciá-las quando estavam sozinhas --sem o marido ou a enfermeira presente. Algumas disseram ter sido molestadas após a sedação.
Outro lado
O advogado José Luis Oliveira Lima disse nesta quarta à Folha Online que já preparava um novo pedido de habeas corpus e que nesta quinta-feira vai entrar com o pedido no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
"Eu respeito a decisão, mas não concordo com ela. Ela viola precedentes constitucionais e da jurisprudência dominante no país, na qual a liberdade é a regra", disse.
Durante a investigação, o médico negou as acusações por diversas vezes.
O advogado disse que a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra seu cliente é fantasiosa. "Eu reafirmo que essa denúncia é fruto da criatividade intelectual do representante do Ministério do Público", disse. "Não é verdade essa afirmação. Não há provas disso", afirmou, sobre as 56 acusações de estupro feitas pela Promotoria.
"Um homem que teve 20 mil clientes, mais de 7.000 clientes tiveram filhos, eu não tenho a menor dúvida que todo procedimento dele foi dentro da ética e da legalidade", afirmou o advogado do médico.
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