Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/10/2002 - 20h18

Conheça outros casos de violência envolvendo jovens de Brasília

RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

A capital federal tem registros de vários casos de violência praticados por jovens de classe média-alta que, na avaliação dos especialistas, se encaixam no perfil de quem trata o outro como objeto. Em nenhum dos casos foram usadas armas de fogo.

No último, ocorrido na quinta-feira (17), em Porto Seguro, Bahia, seis estudantes de Brasília foram acusados de matar o garçom Nelson Simões dos Santos, 39, a socos, pontapés e cadeiradas, em um restaurante do município, o segundo maior pólo turístico do Estado, depois de Salvador.

Em 1993, uma gangue espancou até a morte o estudante Marco Antônio Velasco. Em 1997, o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos foi queimado vivo por quatro estudantes de classe média-alta. Três deles foram condenados a 14 anos de prisão e estão encarcerados na penitenciária da Papuda. O quarto agressor, menor de 18 anos, cumpre sentença educativa de três anos numa instituição de recuperação.

No ano 2000, as vítimas da violência foram o estudante João Cláudio Cardoso Leal, 20, surrado até a morte em frente a uma boate na Asa Sul e outros dois outros rapazes, também espancados até morrer, sendo um deles morto a pedradas.

Especialistas em violência acreditam que se esteja disseminando em Brasília uma geração de jovens que trata o ser humano como 'coisa', colaborando para aumentar a criminalidade.

Em nenhum dos casos registrou-se a utilização de arma e os motivos das brigas foram fúteis. As estatísticas mostram que a cidade está se tornando uma das mais violentas do país.

Quanto ao caso de Porto Seguro, a promotoria já pediu a prisão preventiva dos seis acusados. Cinco dias depois do assassinato do garçom, Mauro Coelho de Souza, Fernando Ferreira Von Sperling, Victor Tadeu Antunes Araújo, Artur Alencar Ferreira de Melo e Thiago Barroso Marnet (todos com 19 anos), detidos na Deltur (Delegacia de Proteção ao Turista), receberam esta tarde a visita de familiares e advogados. Pela manhã, com outros detentos, tomaram banho de sol.

Hoje os dois menores (que estão em uma sala isolada do Complexo Policial de Porto Seguro) foram ouvidos pela promotora que acompanha o caso, Karine Lima.

"Calmos e sem demonstrar nenhum arrependimento, os menores negaram envolvimento no crime", disse a promotora. Em seu depoimento, A.P.M. disse que estava distante da "confusão" e que viu "um dos amigos apanhando". F.P.M. contou à promotora que estava presente no momento da briga e usou o mesmo argumento dos advogados de defesa para justificar o tumulto. "O garçom puxou rapidamente a toalha e derramou bebida em um dos meus colegas."
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página