31/07/2000 - 16h11

Mulher morta por aposentado disse ontem que estava sendo ameaçada de morte

RANIER BRAGON
da Agência Folha, em Arcos
LARISSA SQUEFF
daFolha Online

A mulher do aposentado Otávio Rodrigues de Oliveira, 38, Maria Celia Dias, 36, morta por ele na madrugada desta segunda-feira (31), foi procurar a comissária de menores, Maria da Glória Veloso, por volta das 20h de ontem dizendo que estava sendo ameaçada de morte.

Maria Celia procurou a comissária de menores pedindo ajuda, dizendo que o pai de seus quatro filhos, Otávio de Oliveira_ que está mantendo três deles como reféns_ estava ameaçando matá-los.

O desespero de Maria Celia ao procurar a comissária foi tamanho, que Maria da Glória tinha marcado para hoje uma audiência no juizado de menores para decidir sobre a guarda das crianças.

Vizinhos de Oliveira disseram que um dos motivos possíveis para os assassinatos cometidos por ele foi a disputa da guarda dos filhos.

Ele estaria querendo ficar com as crianças. Segundo informações não confirmadas, as crianças teriam passado 15 dias com Oliveira e teria voltado para casa da mãe há poucos dias.

Devido à volta das crianças para a casa da mãe, Oliveira teria ido à casa da ex-mulher e matado toda a família dela. Ele teria pego a filha mais velha, Suzana, de 17 anos, na casa da mãe, e a amarrado no seu carro. Os outros irmãos de Suzana já estariam dentro da casa de Oliveira no momento dos crimes.

A Polícia Militar desconfia que Oliveira já estivesse premeditando o crime, tendo em vista que, na semana passada, ele comprou seis botijões de gás e muitos mantimentos para ter em casa.

O capitão Robson José Queiroz, do Batalhão de Divinópolis, município próximo à Arcos, disse que Oliveira está irredutível e as negociações não evoluíram. Oliveira quer que Suzana compareça à sua casa. A polícia acha arriscado levar a jovem ao local, já que o aposentado ameaça explodir a casa.

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