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06/11/2002 - 19h34

Polícia ouve mais 5 sobre mortes no Brooklin e mantém silêncio

LÍVIA MARRA
da Folha Online

Mais cinco pessoas prestaram depoimento nesta quarta-feira a policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) sobre o assassinato de Manfred Albert von Richthofen, 49, diretor de engenharia da Dersa, e de sua mulher, a psiquiatra Marísia von Richthofen, 50. O crime ocorreu na madrugada de 31 de outubro na rua Zacarias de Góis, Brooklin, zona sul de São Paulo. Nenhum suspeito foi detido.

Prestaram depoimento hoje Astrogildo Cravinhos de Paula e Silva Filho, 58, pai do namorado da filha do casal, as secretárias de Marísia e Richthofen, um amigo da família e um policial militar que atendeu a ocorrência, na ocasião do crime.

Segundo a polícia, nenhuma das hipóteses pode ser desprezada. A delegada Cintia Gomes, titular da equipe C-Sul do DHPP, no entanto, não divulgou o teor dos depoimentos.

Após a localização dos corpos, os filhos do casal, Suzane e Andreas, disseram aos policiais do 27º Distrito Policial (Campo Belo) que haviam saído na noite do dia 30 e, ao chegarem em casa, durante a madrugada, encontraram as portas abertas e luzes acesas. Suzane teria chamado o namorado, Daniel, e depois a Polícia Militar. A garota informou à polícia o desaparecimento de R$ 8.000 e US$ 5.000.

Policiais do DHPP teriam percebido contradições entre depoimentos. Andreas teria dito que a irmã, depois de deixá-lo em um cibercafé, voltaria para a casa, em companhia do namorado. No entanto, em seus depoimentos, Suzane não teria mencionado o retorno.

O pai de Daniel havia confirmado à imprensa que o casal retornara à casa dos Richthofen na noite que antecedeu o crime. Hoje, porém, ao sair do DHPP, Silva Filho negou a informação e disse que só teria dado a declaração se estivesse "bêbado".

Silva Filho ficou no prédio do DHPP das 11h às 19h. Daniel acompanhou o pai.

Aproximadamente 25 pessoas já prestaram depoimento. Uma ex-empregada do casal também foi ouvida pela polícia. Ela teria telefonado, com certa insistência, para os ex-patrões.

A polícia entrou em contato com pacientes de Marísia, mas eles ainda não prestaram depoimento.

"Todas as hipóteses estão sendo analisadas para que possamos, no decorrer das investigações, fixarmos uma única linha", disse a delegada Cíntia Gomes.

Segundo ela, seria "precipitado" fazer qualquer afirmação. A delegada disse que a investigação "caminha bem", mas acredita que novas diligências deverão ser feitas.

Em coletiva no DHPP, a primeira desde o crime, o delegado Armando Oliveira da Costa Filho, titular da 1º Delegacia de Homicídios, fez questão de manter o sigilo das investigações.

"Nem sempre nos é possível transmitir fatos, detalhes, para que a investigação não seja comprometida", disse.

Os promotores Marcelo Milani, do 1º Tribunal do Júri, e Virgílio Amaral Ferraz, da 6ª Promotoria Criminal, foram designados para acompanhar o caso.

A polícia aguarda a entrega dos laudos sobre a morte. O casal teria apanhado dos criminosos antes de receber as pancadas na cabeça que resultaram na morte.

Cena do crime
Os corpos do casal foram encontrados na cama. No entanto, a cena do crime pode ter sido montada. Eles foram assassinados com pancadas na cabeça.

Richthofen tinha uma toalha branca no rosto. Marísia estava com um saco plástico na cabeça.

Um revólver calibre 38, do engenheiro, foi encontrado ao lado da cama. Conforme a polícia, a arma não foi usada.

Há suspeitas de que o casal tenha recebido os golpes quando estavam de joelho, próximos a uma parede.

Richthofen, alemão naturalizado brasileiro, trabalhava na Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) desde novembro de 1998 e era diretor de Engenharia da empresa desde junho deste ano.
 

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