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08/11/2002 - 12h55

Polícia Civil "grampeou" acusados de assassinar casal Richthofen

LÍVIA MARRA
da Folha Online

As investigações sobre o assassinato do casal Manfred Albert von Richthofen, 49, diretor da Dersa, e de sua mulher, a psiquiatra Marísia von Richthofen, 50, contaram também com grampos telefônicos. O teor das escutas não foi divulgado.

O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) anunciou hoje ter solucionado o crime. Conforme a polícia, Suzane, 19, filha do casal morto, seu namorado Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21, e o irmão dele, Cristian, 26, teriam confessado ter planejado e executado o assassinato.

A motivação foi a repreensão dos pais ao namoro de Suzane e Daniel, e a herança deixada pelo casal, conforme a polícia e com base nos depoimentos dos três acusados.

Manfred e Marísia foram assassinados com pancadas na cabeça. O material usado teriam sido bastões de ferro revestidos com madeira, confeccionados para o crime.

Segundo depoimento dos três acusados, os bastões foram abandonados na região do Ibirapuera após o crime.

A reportagem apurou que desde o crime, em 31 de outubro, os dois já eram apontados como suspeitos de envolvimento. Escutas telefônicas foram realizadas, mas não divulgadas anteriormente para não atrapalhar as investigações.

No sábado (2), delegados do DHPP e policiais que investigavam o caso estiveram reunidos, conforme antecipou a Folha Online. Eles estariam discutindo o conteúdo das gravações.

A polícia afirma que Daniel e Cristian assassinaram o casal. Suzane também estava na casa no momento do crime e teria demonstrado arrependimento enquanto os irmãos matavam seus pais.

Investigação
Para desvendar o crime, a polícia investigou as pessoas próximas ao casal Von Richthofen e utilizou grampos telefônicos.

Uma das suspeitas que levou à prisão dos acusados foi levantada por policiais do 27º Distrito Policial (Campo Belo). Eles avistaram uma moto Suzuki na casa de Astrogildo Cravilhos de Paula e Silva, pai de Daniel e Cristian, e, desconfiaram fizeram um "levantamento" da placa e chegaram até a loja onde o veículo havia sido comprado.

Os policiais descobriram que Cristian, que trabalha como mecânico, comprou a moto cerca de dez horas depois do crime. A compra teria sido feita por um "laranja".

Para o pagamento da moto, foram dados US$ 3.600 _usando 36 notas de US$ 100_ e uma moto usada. As suspeitas eram de que os dólares teriam sido retirados da residência do casal assassinado.

Além disso, Cristian também caiu em contradição quando prestava depoimento: disse que na noite das mortes estava acompanhado de uma garota, mas a moça negou a versão à polícia.

O rapaz teria confessado todo o caso durante a madrugada desta sexta-feira. O depoimento levou às prisões de Daniel e Suzane, que também acabaram admitindo participação no crime.

Crime
Os corpos do casal Richthofen foram encontrados na madrugada de 31 de outubro. Eles foram mortos na mansão onde viviam, na rua Zacarias de Góis, Brooklin.

O casal foi assassinado com pancadas na região da cabeça. Os corpos do engenheiro Manfred, naturalizado brasileiro e diretor da Dersa, e da mulher, a psiquiatra Marísia, foram encontrados na cama.

O engenheiro tinha uma toalha branca no rosto. Marísia estava com um saco plástico na cabeça. Um revólver calibre 38, do engenheiro, foi encontrado ao lado da cama. Conforme a polícia, a arma não foi usada.

A casa não tinha sinais de arrombamento e o alarme e sistema interno de televisão estavam desligados, o que levou a polícia a investigar a hipótese de o crime ter sido cometido por pessoas próximas às vítimas.

A cena do crime foi montada. Os corpos estavam na cama e um revólver do engenheiro estava no chão, mas, segundo a polícia não foi usado.

Os acusados disseram à polícia que entraram na casa por volta da meia-noite, quando o casal dormia. Suzane acendeu a luz do corredor para facilitar o acesso dos irmãos, que surpreenderam Manfred e Marísia. Eles tentaram se defender, mas logo foram assassinados.

Os acusados disseram à polícia que entraram na casa por volta da meia-noite, quando o casal dormia. Suzane acendeu a luz do corredor para facilitar o acesso dos irmãos, que surpreenderam Manfred e Marísia. Eles tentaram se defender, mas logo foram assassinados.

Suzane disse à polícia, no dia do crime, que havia saído com o namorado e com o irmão na noite de 30 de outubro. Deixaram Andreas em um cibercafé e foram a um motel. Na volta, disse que encontrou as portas abertas e as luzes acesas.

Na ocasião, informou aos policiais do 27º Distrito Policial o desaparecimento de R$ 8.000 e US$ 5.000.

Durante novos depoimentos feitos ao DHPP, os policiais perceberam contradições entre as falas de Suzane, do irmão e do namorado.

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