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08/11/2002
-
16h34
da Folha Online
A polícia anunciou hoje que a estudante Suzane von Richthofen, 19, confessou ter planejado o assassinado seus pais, Marísia e Manfred na madrugada no último dia 31, junto com o namorado, o autônomo Daniel Cravinhos, 21, e o cunhado Cristian Cravinhos, 26. Eles tiveram a prisão temporária de 10 dias decretada pela polícia.
A confissão ocorreu após quase 12 horas de depoimentos prestados à polícia. Pressionado, Christian teria sido o primeiro a confessar, no início da manhã de hoje. Em seguida, Suzane e o namorado também admitiram culpa.
Suzane alegou que matou "por amor". Seus pais não aceitavam seu relacionamento amoroso com Daniel. O crime havia sido planejado dois meses antes.
Na noite do dia anterior ao crime, Suzane foi até a casa do namorado, no Campo Belo, zona sul de São Paulo. Por volta das 22h30, Daniel dirigiu até a mansão do casal, no Brooklin, também zona sul, para pegar Andreas, 15, irmão da estudante.
Eles retornaram até a casa de Daniel, pegaram Suzane e foram para um cibercafé deixar Andreas. O adolescente, que era proibido pelos pais de sair à noite, colocou dois travesseiros enfileirados na cama e cobriu com um lençol.
Cristian já estava no cibercafé. Ele chegou ao local às 22h12 e saiu às 22h50. Por volta das 23h20, Suzane e Daniel encontraram com Cristian perto do local. Os três seguiram para a mansão dos von Richthofen no Gol da estudante. Segundo a polícia, eles fumaram maconha.
Por volta da meia-noite, eles estacionaram o carro na garagem. Segundo a polícia, no carro já estavam as barras de ferro, ocas, que foram utilizadas no assassinato. Os rapazes vestiram blusas e meias-calças para evitar que caíssem pêlos pela casa _material que poderia ser usado pela polícia para provar o crime.
Suzane subiu as escadas e acendeu a luz do corredor, para que os irmãos tivessem visão do quarto do casal. Marísia e Manfred dormiam. A estudante separou sacos de lixo e luvas cirúrgicas, que eram utilizadas pela mãe, psiquiatra.
Barras de ferro
Os irmãos, armados com barras de ferro, entraram no quarto do casal. Daniel seguia em direção ao engenheiro Manfred e Cristian, em direção a Marísia. O casal acordou e tentou se defender com as mãos. Eles foram golpeados na cabeça.
Cristian disse à polícia que bateu em Marísia por cinco vezes, colocou uma toalha em sua boca e amarrou um saco de lixo em sua cabeça. Depois, ela foi estrangulada. A dupla chegou a retirar as luvas e lavar as mãos. Uma jarra foi deixada no quarto.
Os acusados roubaram R$ 8.000 e US$ 5.000 que estavam em uma pasta, na biblioteca. Eles ainda abriram um cofre do casal, onde estavam jóias e um revólver, localizado no quarto. Os acusados espalharam as jóias pelo chão e deixaram o revólver, intacto, ao lado do corpo do engenheiro.
Eles saíram da mansão. Cristian foi deixado perto de casa e Suzane e Daniel foram para um motel na avenida Ricardo Jafet, na região do Ipiranga, zona sul. O casal ficou no local da 1h36 às 2h56, segundo a polícia. Eles pediram uma Coca-Cola.
Ao deixar o motel, a dupla passou no cibercafé para pegar Andreas. Eles foram até a casa do namorado da estudante e disseram ao adolescente que ele poderia andar em uma mobilete de Daniel.
Por volta das 4h, Suzane e Andreas retornaram para casa. Eles chegaram à mansão. Suzane disse ter "estranhado" o fato de as portas estarem abertas. A estudante ligou para o namorado e, depois, para a polícia.
Moto
Ontem, policiais apresentaram uma moto Suzuki preta, 1.100 cilindradas, que havia sido comprada em uma concessionária, em dólares, cerca de 10 horas após o crime, por José Ricardo Marchi, amigo de Cristian. O rapaz confirmou à polícia que foi usado como "laranja" e havia comprado a moto a pedido do amigo.
A polícia voltou, então, a ouvir os depoimentos de Cristian, Daniel e Suzane durante a madrugada. Eles confessaram o crime a policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e tiveram a prisão temporária decretada.
A polícia procura pela arma utilizada no crime e as roupas, que foram, segundo os acusados, colocadas em um saco de lixo e jogadas na avenida Ibirapuera, zona sul.
Cristian e Daniel ficarão detidos no 77º DP (Santa Cecília) e Suzane, no 98º DP (Portal do Morumbi). Segundo promotores, por não terem nível superior, não terão direito a cela especial.
Eles serão indiciados por roubo e duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e sem chance de defesa à vítima) e poderão ficar até 30 anos detidos.
Pela manhã, a polícia apreendeu parte do dinheiro roubado. Na casa de Daniel, que mora com o pai, a polícia encontrou US$ 1.500 e R$ 700 escondidos em um estabilizador de computador. Na casa de Cristian, que mora com os avós na região de Moema, foram apreendidos 420 euros (R$ 524) e cerca de R$ 2.000. O dinheiro estava em uma capa de raquete de tênis e dentro de um rádio.
Andreas, segundo a polícia, não teve envolvimento no crime. Ele deverá ficar temporariamente com um tio até que a Justiça decida seu futuro.
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Saiba como foi a morte do casal Richthofen, segundo a polícia
MILENA BUOSIda Folha Online
A polícia anunciou hoje que a estudante Suzane von Richthofen, 19, confessou ter planejado o assassinado seus pais, Marísia e Manfred na madrugada no último dia 31, junto com o namorado, o autônomo Daniel Cravinhos, 21, e o cunhado Cristian Cravinhos, 26. Eles tiveram a prisão temporária de 10 dias decretada pela polícia.
A confissão ocorreu após quase 12 horas de depoimentos prestados à polícia. Pressionado, Christian teria sido o primeiro a confessar, no início da manhã de hoje. Em seguida, Suzane e o namorado também admitiram culpa.
Suzane alegou que matou "por amor". Seus pais não aceitavam seu relacionamento amoroso com Daniel. O crime havia sido planejado dois meses antes.
Na noite do dia anterior ao crime, Suzane foi até a casa do namorado, no Campo Belo, zona sul de São Paulo. Por volta das 22h30, Daniel dirigiu até a mansão do casal, no Brooklin, também zona sul, para pegar Andreas, 15, irmão da estudante.
Eles retornaram até a casa de Daniel, pegaram Suzane e foram para um cibercafé deixar Andreas. O adolescente, que era proibido pelos pais de sair à noite, colocou dois travesseiros enfileirados na cama e cobriu com um lençol.
Cristian já estava no cibercafé. Ele chegou ao local às 22h12 e saiu às 22h50. Por volta das 23h20, Suzane e Daniel encontraram com Cristian perto do local. Os três seguiram para a mansão dos von Richthofen no Gol da estudante. Segundo a polícia, eles fumaram maconha.
Por volta da meia-noite, eles estacionaram o carro na garagem. Segundo a polícia, no carro já estavam as barras de ferro, ocas, que foram utilizadas no assassinato. Os rapazes vestiram blusas e meias-calças para evitar que caíssem pêlos pela casa _material que poderia ser usado pela polícia para provar o crime.
Suzane subiu as escadas e acendeu a luz do corredor, para que os irmãos tivessem visão do quarto do casal. Marísia e Manfred dormiam. A estudante separou sacos de lixo e luvas cirúrgicas, que eram utilizadas pela mãe, psiquiatra.
Barras de ferro
Os irmãos, armados com barras de ferro, entraram no quarto do casal. Daniel seguia em direção ao engenheiro Manfred e Cristian, em direção a Marísia. O casal acordou e tentou se defender com as mãos. Eles foram golpeados na cabeça.
Cristian disse à polícia que bateu em Marísia por cinco vezes, colocou uma toalha em sua boca e amarrou um saco de lixo em sua cabeça. Depois, ela foi estrangulada. A dupla chegou a retirar as luvas e lavar as mãos. Uma jarra foi deixada no quarto.
Os acusados roubaram R$ 8.000 e US$ 5.000 que estavam em uma pasta, na biblioteca. Eles ainda abriram um cofre do casal, onde estavam jóias e um revólver, localizado no quarto. Os acusados espalharam as jóias pelo chão e deixaram o revólver, intacto, ao lado do corpo do engenheiro.
Eles saíram da mansão. Cristian foi deixado perto de casa e Suzane e Daniel foram para um motel na avenida Ricardo Jafet, na região do Ipiranga, zona sul. O casal ficou no local da 1h36 às 2h56, segundo a polícia. Eles pediram uma Coca-Cola.
Ao deixar o motel, a dupla passou no cibercafé para pegar Andreas. Eles foram até a casa do namorado da estudante e disseram ao adolescente que ele poderia andar em uma mobilete de Daniel.
Por volta das 4h, Suzane e Andreas retornaram para casa. Eles chegaram à mansão. Suzane disse ter "estranhado" o fato de as portas estarem abertas. A estudante ligou para o namorado e, depois, para a polícia.
Moto
Ontem, policiais apresentaram uma moto Suzuki preta, 1.100 cilindradas, que havia sido comprada em uma concessionária, em dólares, cerca de 10 horas após o crime, por José Ricardo Marchi, amigo de Cristian. O rapaz confirmou à polícia que foi usado como "laranja" e havia comprado a moto a pedido do amigo.
A polícia voltou, então, a ouvir os depoimentos de Cristian, Daniel e Suzane durante a madrugada. Eles confessaram o crime a policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e tiveram a prisão temporária decretada.
A polícia procura pela arma utilizada no crime e as roupas, que foram, segundo os acusados, colocadas em um saco de lixo e jogadas na avenida Ibirapuera, zona sul.
Cristian e Daniel ficarão detidos no 77º DP (Santa Cecília) e Suzane, no 98º DP (Portal do Morumbi). Segundo promotores, por não terem nível superior, não terão direito a cela especial.
Eles serão indiciados por roubo e duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e sem chance de defesa à vítima) e poderão ficar até 30 anos detidos.
Pela manhã, a polícia apreendeu parte do dinheiro roubado. Na casa de Daniel, que mora com o pai, a polícia encontrou US$ 1.500 e R$ 700 escondidos em um estabilizador de computador. Na casa de Cristian, que mora com os avós na região de Moema, foram apreendidos 420 euros (R$ 524) e cerca de R$ 2.000. O dinheiro estava em uma capa de raquete de tênis e dentro de um rádio.
Andreas, segundo a polícia, não teve envolvimento no crime. Ele deverá ficar temporariamente com um tio até que a Justiça decida seu futuro.
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