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14/11/2002 - 17h22

Justiça prorroga prisão de acusados de assassinar casal em SP

LÍVIA MARRA
da Folha Online

A Justiça de São Paulo autorizou hoje a prorrogação da prisão temporária dos três acusados do assassinato do casal Marísia e Manfred von Richthofen. Conforme o Tribunal de Justiça do Estado, o juiz Alberto Anderson Filho, presidente da 1ª Vara do Júri, autorizou a prorrogação da prisão por mais cinco dias.

A filha do casal morto, Suzane, 19, seu namorado, Daniel Cravinhos, 21, e o irmão dele, Cristian, 26, foram presos dia 8, após confessarem o crime, ocorrido na madrugada de 31 de outubro na região do Brooklin, zona sul de São Paulo.

A primeira prisão temporária vence no domingo, dia 17. Com isso, a prorrogação vale entre os dias 18 e 22.

Marísia e Manfred foram surpreendidos na cama, enquanto dormiam, e assassinados a pancadas. Foram utilizadas barras de ferro recheadas com madeira, confeccionadas pelos acusados.

Segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Suzane, Daniel e Cristian planejaram e executaram o assassinato. A motivação seria a proibição do namoro de Suzane e Daniel e a consequente herança deixada pelo casal. Suzane afirmou que planejou a morte dos pais "por amor" ao namorado.

Suzane e os irmãos Daniel e Cristian participaram ontem da reconstituição do crime. Suzane e Cristian choraram. Daniel se sentiu mal, durante os trabalhos, ao avistar um dos policiais, parecido com Manfred.

A reconstituição serviu para esclarecer a participação de cada um dos acusados. Para a polícia, Suzane não participou da agressão aos pais. Ela disse que, enquanto os rapazes golpeavam o casal, ficou caminhando pelo andar térreo da casa.

Em uma simulação de assalto, os três reviraram a biblioteca da casa e levaram uma maleta contendo US$ 5.000 e R$ 8.000. Jóias também foram levadas da casa.

Os três vão responder por duplo homicídio qualificado e roubo. O inquérito deverá ser concluído na próxima semana, quando a polícia deve pedir a prisão preventiva dos acusados.

O crime
Os corpos de Manfred e Marísia foram encontrados na cama. Manfred -diretor de Engenharia da Dersa (estatal que administra estradas em São Paulo)- tinha uma toalha cobrindo o rosto. A psiquiatra Marísia tinha um saco plástico na cabeça.

Um revólver calibre 38, do engenheiro, foi encontrado ao lado da cama. Conforme a polícia, a arma não foi usada.

A casa não tinha sinais de arrombamento. O alarme e o sistema interno de televisão estavam desligados, o que levou a polícia a investigar a hipótese de o crime ter sido cometido por pessoas próximas às vítimas. A biblioteca estava revirada.

Suzane disse à polícia, no dia do crime, que havia saído com o namorado e com o irmão na noite de 30 de outubro. Deixaram Andreas em um cibercafé e foram a um motel. Na volta, disse que encontrou as portas abertas e as luzes acesas. Telefonou para o namorado e para a Polícia Militar.

Na ocasião, informou aos policiais do 27º Distrito Policial (Campo Belo) o desaparecimento de R$ 8.000 e US$ 5.000.

No dia 8, após depoimentos dos três acusados -que se estenderam pela madrugada- a Polícia Civil anunciou ter desvendado o crime. Os policiais haviam percebido contradições entre os depoimentos.

Conforme a polícia, Suzane acendeu a luz do corredor que dá acesso ao quarto para que os irmãos pudessem visualizar as vítimas deitadas.

Foi Suzane também quem, também segundo a polícia, separou sacos de lixo e luvas cirúrgicas para a utilização do material no crime.

Suzane não participou da agressão aos pais e não viu os corpos na cama. Ela teria entrado no quarto somente do dia seguinte ao crime e ajudou a empregada a limpar o local.

Jóias levadas da casa foram encontradas no sítio da namorada de Cristian, C., 16, em Mairinque (66 km a oeste de São Paulo). Ela é uma das testemunhas da polícia.

Seu pai disse, após depoimento da adolescente no DHPP, que Cristian chegou a ameaçar a filha de morte caso ela contasse para alguém sobre o assassinato. Disse também que Cristian passou com sua família o primeiro final de semana depois do crime, quando, provavelmente, escondeu as jóias na casa.


Leia mais:

  • Confira como foram os depoimentos de Suzane e Daniel

  • Saiba como foi o crime, segundo os acusados

  • Após reconstituição, Suzane é acusada pelo mesmo crime de namorado

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  • Irmão de Suzane participa de reconstituição


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